Clube Militar chama Globo de mentirosa e covarde

No texto Acuada, Globo pede desculpas pelo passado. E o presente? chamei a atenção para algumas coisas. Vejamos. 

“Apesar de outros também o terem feito, os três maiores órgãos de comunicação do Brasil, Globo, Folha e Estadão, todos apoiaram a ditadura militar. Nenhum, porém, assumia e a Globo não fez por menos. Mostrando o seu caráter (na verdade, a ausência dele), jogou todos na mesma fogueira. Daqui para a frente não há mais como a Folha e o Estadão negarem a participação e inteiro apoio ao regime militar”.

“A maior prova do cinismo do editorial é que ela continua promovendo grande prejuízo ao país, só que, dessa vez, não pelo apoio aos militares (que devem estar muito satisfeitos com ela nesse momento),”…

Quando será que determinados segmentos da sociedade brasileira perceberão quem é a Globo?

Quem conhece minimamente a história da Globo sabe o que ela representa. O seu editorial chocou a todos, mas por outras razões. Quem poderia imaginar que, mesmo diante do seu desespero atual, a Globo seria capaz de perder o seu profissionalismo e cometer tantas bobagens. Quem poderia imaginar que a Globo entregaria os militares?

Independente das mentiras, como bem mostra o texto abaixo do Clube Militar, o seu editorial é de um amadorismo inimaginável para uma Rede Globo. Covardemente, para não ficar sozinha, ela entrega velhos parceiros, como a Folha e o Estadão, e até mesmo jornais que já nem existem mais e que, portanto, não podem mais se defender, como são os casos do Jornal do Brasil e Correio da Manhã.

Depois de tanto bater em Lula durante 10 anos, ir pedir ajuda a ele e soltar um editorial daquele, ao ponto de entregar os militares, a Globo só fez chamar mais ainda a atenção; além do que já se sabe, há muito mais coisa por trás para ela estar tão desesperada.

Veja a matéria do Brasil 247

Clube Militar critica "covardia" do Globo 

Clube rebate editorial do "O Globo", no qual o jornal tenta justificar apoio dado ao golpe militar de 1964; "pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem. Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país”

 

O Clube Militar publicou em seu site nesta terça-feira (3) uma posição crítica ao editorial do jornal O Globo que reconheceu como “equívoco” o apoio ao golpe militar de 1964. Intitulado “Equívoco, uma ova”, o texto do clube diz que o jornal adota uma “mudança de posição drástica” e pratica uma dupla mentira ao se desculpar pelo apoio. " Trata-se de revisionismo, adesismo e covardia do último grande jornal carioca", critica.

“Pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem. Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país”, afirma.

Confira a opinião do clube na íntegra:

Equívoco, uma ova

Numa mudança de posição drástica, o jornal O Globo acaba de denunciar seu apoio histórico à Revolução de 1964. Alega, como justificativa para renegar sua posição de décadas, que se tratou de um “equívoco redacional”.

Dos grandes jornais existentes à época, o único sobrevivente carioca como mídia diária impressa é O Globo. Depositário de artigos que relatam a história da cidade, do país e do mundo por mais de oitenta anos, acaba de lançar um portal na Internet com todas as edições digitalizadas, o que facilita sobremaneira a pesquisa de sua visão da história.

Pouca gente tinha paciência e tempo para buscar nas coleções das bibliotecas, muitas vezes incompletas, os artigos do passado. Agora, porém, com a facilidade de poder pesquisar em casa ou no trabalho, por meio do portal eletrônico, muitos puderam ler o que foi publicado na década de 60 pelo jornalão, e por certo ficaram surpresos pelo apoio irrestrito e entusiasta que o mesmo prestou à derrubada do governo Goulart e aos governos dos militares. Nisso, aliás, era acompanhado pela grande maioria da população e dos órgãos de imprensa.

Pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem.

Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país.

Dupla mentira: em primeiro lugar, o apoio ao Movimento de 64 ocorreu antes, durante e por muito tempo depois da deposição de Jango; em segundo lugar, não se trata de posição equivocada “da redação”, mas de posicionamento político firmemente defendido por seu proprietário, diretor e redator chefe, Roberto Marinho, como comprovam as edições da época; em segundo lugar, não foi, também, como fica insinuado, uma posição passageira revista depois de curto período de engano, pois dez anos depois da revolução, na edição de 31 de março de 1974, em editorial de primeira página, o jornal publica derramados elogios ao Movimento; e em 7 de abril de 1984, vinte anos passados, Roberto Marinho publicou editorial assinado, na primeira página, intitulado “Julgamento da Revolução”, cuja leitura não deixa dúvida sobre a adesão e firme participação do jornal nos acontecimentos de 1964 e nas décadas seguintes.

Declarar agora que se tratou de um “equívoco da redação” é mentira deslavada.

Equívoco, uma ova! Trata-se de revisionismo, adesismo e covardia do último grande jornal carioca.

Nossos pêsames aos leitores.