Não conhecia a Arena Fonte Nova, sou público zero desde o início. No entanto, fui à manifestação Bahia da Torcida realizada lá. Cheguei pouco antes das 18 horas e vi e ouvi o que foi possível. É um momento importante, delicado e perigoso. A torcida tem que ter muito cuidado nessa hora. O Bahia está acima de tudo, porém, infelizmente, não é exatamente assim que pensam alguns que estavam lá.
Movimentos como esse não possuem um único objetivo, no entanto, está claro que o desejo maior é tirar Marcelinho (como ele é chamado por muitos) da presidência. Há de se ter muito cuidado. Em momentos como o da manifestação não é difícil observar-se alguns “marcelinhos” circulando no meio da torcida, à espera da sua vez.
Ainda que com os devidos cuidados, a torcida tem que entender que a participação de algumas autoridades é válida na medida em que, pelos cargos que ocupam, podem dar um peso maior ao evento. Um dos depoimentos ouvidos no telão, por exemplo, mostrou um político muito cauteloso com as palavras (diferente do seu perfil, frequentemente agressivo), por uma razão bem simples: por questões políticas, há pouco tempo atrás ele estava aliado ao presidente do Bahia em um grupo que dificultou a vida do clube através da construção das passarelas de Pituaçu.
A atuação política é necessária dada a gravidade e complexidade do problema e o envolvimento de pessoas “importantes” no processo. Nesse sentido, é sintomática a saída do desembargador que deu a liminar à presidência do clube para suspender a intervenção no ano passado, alegando não se sentir isento para julgar o caso. Por que foi e agora não é mais? Assumiu uma desembargadora. Corre à boca pequena que houve ação política nos bastidores.
Além disso, nesta segunda-feira (20/05/2013), a seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) aprovou, por unanimidade, uma recomendação para que o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, instale a CPI do Futebol. Um conselheiro disse também que a recomendação será encaminhada ainda nesta segunda ao presidente da AL-BA, com cópias para o governador Jaques Wagner e o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Mário Alberto Hirs.
Independente desses aspectos, não há como negar que o momento exige o movimento e a união de todos. Dito isso, vamos em frente.
A notícia de que a Bamor estaria contra o presidente, de quem sempre foi aliada, parece que surpreendeu a todos. Na sequência, já houve reunião entre ambos com a participação da Povão. Segundo notícias veiculadas, ele aceitou as ponderações de um modo geral, mas faria contrapropostas, mas deixou bem claro que não vai sair.
Não há como se iludir: Marcelo Guimarães Filho não vai sair do Bahia por vontade própria, o que significa dizer que a luta mal começou. A manifestação que foi realizada na sexta-feira, 17/05/2013, que tem tudo para se tornar um dia histórico, representa somente o pontapé inicial do jogo, que não dá indícios de que será tão fácil. Surpresas podem e devem acontecer no campo jurídico.
Há dois grandes objetivos: 1. saída de Marcelo Guimarães Filho e 2. promover mudanças no estatuto, mas que sejam feitas à vista de todos. Vamos cobrar a tal da transparência, palavra que, de tão usada e pouco posta em prática, está muito gasta.
O Sol precisa entrar no Bahia
Marcelo Guimarães Filho vai dar muito trabalho para sair. Como não vai querer sair, terá que ser "saído" ou, se preferirem, como ele não vai renunciar terá que ser "renunciado". Uma coisa é certa, sem margem de erro: se o movimento enfraquecer, ele não sai mais. É agora. E aí está o fundamental, a torcida. Assumindo o papel maior, a torcida não pode esfriar, muito menos recuar.
Ela precisa perceber a repercussão nacional que a atitude inteligente e inédita do público zero teve. Todo o Brasil ficou surpreso e chamou a atenção para o que a Torcida de Ouro fez. Já que uma das pessoas que estão à frente do Bahia da Torcida é um publicitário, ele precisa tirar proveito disso e transformar em um estímulo à manutenção dessa iniciativa e a criação de outras.
Além disso, a força que ela, torcida, muitas vezes
não percebe que tem precisa ser enfatizada. O consórcio que está à frente da Arena Fonte Nova já viu que se as coisas continuarem dessa forma terão prejuízos e se há uma coisa que empresário não gosta é de perder dinheiro, razão de viver de muitos. Sendo assim, uma das medidas de grande relevância é a manutenção do PÚBLICO ZERO.
não percebe que tem precisa ser enfatizada. O consórcio que está à frente da Arena Fonte Nova já viu que se as coisas continuarem dessa forma terão prejuízos e se há uma coisa que empresário não gosta é de perder dinheiro, razão de viver de muitos. Sendo assim, uma das medidas de grande relevância é a manutenção do PÚBLICO ZERO.
Público zero é fácil? Não, não é. Não é tão simples dizer vamos fazer e conseguir. Como conter o desejo de ver o seu time jogar e com ele vibrar, com ele gritar gol e depois tomar “uma cervejinha” para comemorar? É bom demais, não é?
Mas, quantas vezes você fez isso ultimamente? Quantas vezes, chegando à metade do ano, você abriu o peito, soltou a garganta e gritou gol!!!, quase que sentindo o coração sair pela boca de tanta alegria? E por falar nisso, quantas alegrias o time do Bahia lhe deu esse ano?
Com quem você jogou até agora? Copa do Nordeste, Campeonato Baiano e primeira fase da Copa do Brasil. Grandes times? Prepare-se para o pior: quantas chances você terá de soltar esse grito preso na sua garganta ao jogar com os melhores times brasileiros na série A?
É duro não ir ao jogo do próprio time? É sim. Muito. Principalmente quando esse time é o Bahia. “Eles” não entendem. Quem torce para um simples time de futebol não pode entender o que é isso. Só entende quem torce pelo Bahia. Só entende quem torce para um time que é um fenomeno social.
A realidade, portanto, está aí à nossa frente: sofreremos muito, e como sofreremos, ao não irmos ao estádio. Mas, sofreremos muito mais se formos nas atuais condições, porque será um sofrimento que poderá ter um desfecho terrível no final do ano.
Vão trazer outro caminhão de jogadores às pressas. Nessas condições, com o campeonato brasileiro começando, sabendo que pelo desespero o Bahia topará qualquer coisa, se vierem, por quanto virão jogadores como Jorge Henrique, Douglas, Neto Berola (que parece que não consegue jogar uma partida inteira) e outros que certamente chegarão? Para quanto irá a folha do clube? Enquanto isso, Gabriel…
Torcedor, e Souza, o que fazer com ele? A torcida vai permitir que ele continue vestindo a camisa tricolor, ainda mais com Fernandão mostrando que é melhor do que ele? Tem alguém na diretoria com medo de dispensa-lo? Se tem, por que? O que será que Juca Kfouri quis dizer com “refugos que ganham fortunas no Bahia e sabe-se lá se realmente recebem todo o salário pelo qual são contratados”? (veja o vídeo abaixo).
Soframos um pouco agora para não sofrermos muito mais depois.
PÚBLICO ZERO.
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