ACM Neto recebeu dinheiro do Mensalão dos DEM de Brasília

Fonte http://www.advivo.com.br/node/1095231

O ex-governador de Brasília, José Roberto Arruda, que chegou a ser preso após o estouro do escândalo do mensalão do DEM, disse à revista Veja que ACM Neto recebeu dinheiro do esquema de corrupção liderado por ele para a campanha de 2008.

Arruda disse ainda que o esquema beneficiou outros aliados políticos do DEM, mas em relação a Neto, foi taxativo: “Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador”, disse Arruda.

Arruda foi apontado pela Polícia Federal como líder de uma organização criminosa que desviava recursos públicos por meio de empresas contratadas por seu governo. Ele também disse a Veja que por ser o único governador do DEM no Brasil, conseguia recursos para candidatos em todo o País. Na operação, intitulada Caixa de Pandora, foram apreendidos R$ 700 mil em dinheiro, US$ 30 mil, 5.000 euros, computadores, mídias e documentos.

ACM Neto nega a ‘ajuda’ do correligionário, dizendo que suas contas de 2008 foram aprovadas na Justiça Eleitoral, mas os recursos da quadrilha liderada por Arruda não foram contabilizados, configurando-se como o conhecido ‘Caixa2’.

Velhos amigos

José Roberto Arruda sempre foi muito próximo à família Magalhães. Foi ele que participou junto com o avô de Neto, Antônio Carlos Magalhães, do escândalo da quebra de sigilo do painel do senado, na votação secreta que cassou o senador Luiz Estevão, há 11 anos. Mesmo diante das denúncias, o DEM de ACM Neto preservou Arruda no partido e cogitou em indicá-lo a vice-presidente da chapa de José Serra, na eleição presidencial em 2010. Somente em agosto deste ano, Arruda foi condenado pela Justiça Federal pela violação do painel do Senado.

Houve uma entrevista que a Veja não publicou e parte dela está no site de Ricardo Noblat. Para quem não sabe, Noblat é anti Lula e anti PT até a medula.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/03/17/arruda-diz-veja-quem-ajudou-com-dinheiro-368935.asp

Aqui está uma pequena parte da entrevista de José Roberto Arruda que a Veja não publicou

Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?

A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.

O senhor ajudou mais algum deputado?

O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.

Mais algum?

Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.