X + Y é igual a que?

Apical limit of root canal filling

Por Ronaldo Souza

Há alguns poucos anos recebi um convite de dois colegas para participar de um grupo de conversas, trocas de ideias, debates, pela Internet.

Não pretendia aceitar e sem querer ser indelicado por recusar, imaginei que “deixariam pra lá” se eu não respondesse. Que esqueceriam.

Não esqueceram.

Diante de mais dois ou três convites, aí sim não responder seria uma indelicadeza.

Bastava autorizar a incorporação do meu nome e e-mail ao grupo já existente para que fosse considerado como inscrito.

Fiz isso, mas, nada específico contra, por e-mail expliquei que por falta de tempo dificilmente participaria de forma ativa.

Na verdade, já sabia que não participaria e tinha algumas razões para isso.

De uma certa forma já antecipava como seria e até temia o que poderia acontecer, o que foi se confirmando com as postagens que fui vendo serem feitas.

Podia ser diferente, mas não era.

De um modo geral, era meio que uma mal disfarçada exibição de casos clínicos, revestidos de humildade e simplicidade poucas vezes vistas.

Muitas vezes narrados sob o som do cansaço de final de expediente, aquele caso que “mesmo assim acho que não ficou ruim”.

E ali estavam tratamentos endodônticos radiograficamente bonitos, alguns dignos do cinema americano.

À espera do elogio.

Sedas e mais sedas eram rasgadas.

A vaidade jogava solta.

Explicava-se na carência e na necessidade da conquista de espaço.

Nas discussões alguns batiam, alguns apanhavam.

Temo até que alguns que apanhavam, e não era pouco, não percebiam que apanhavam.

Um ou outro que de fato se destacava um pouco mais, batia com vontade e o fazia com conhecimento, mas mal conseguia disfarçar a falta de humildade.

Saltava aos olhos.

Por mais que tentasse se mostrar com humildade, era grande a dificuldade em controlar o inimigo mortal dela; a arrogância.

Qualquer possibilidade de contestação e lá vinha a dificuldade se mostrando na resposta já em tom desafiador e agressivo.

Um dia estou lendo as postagens e percebo que o professor X pede ao professor Y para fazer uma análise de um artigo recém-publicado.

Comecei a ler.

Mal comecei, opa, esse artigo é meu.

Corri para o site da revista e estava lá, como publicado.

E eu acabara de saber naquele momento.

O expert bateu com vontade.

Não sobrou nada do artigo.

Pela análise que acabara de ler, tive a certeza de que aquele era o pior artigo de Endodontia que já tinha sido publicado.

Arrasado.

Ponha arrasado nisso.

O suicídio se apresentou a mim como alternativa de vida.

Aliás, de morte.

Vamos aos “finalmentes”?

O artigo é esse cujo título está postado aqui e que você pode ler na íntegra clicando aqui.

Agora sou eu que vou fazer o convite.

Claro que se você visse as considerações do expert não seria bobo de querer ler um artigo desse.

Mas leia. Acho que você vai gostar.

Leia que na próxima semana iremos conversar um pouco sobre ele.

Curta seu Natal.

Só para fechar, a Química mostra que quando duas substâncias são incorporadas uma à outra, nem sempre as suas qualidades se somam.

Às vezes uma anula a outra ou até mesmo se anulam mutuamente.

Também assim são as pessoas.

Quando duas se juntam, nem sempre são as virtudes que prevalecem.