FHC, depois dessas revelações gravíssimas, está, desgraçadamente, completamente desmoralizado.
Por Lula Miranda, no Brasil 247
Mais tucana que jornalista, Eliane Cantanhêde, em seu artigo de hoje no “Estadão”, morde e assopra, como é de seu feitio, e ainda arruma um “jeitinho” de tentar transferir a bronca e a sujeira de FHC para o PT – para limpar a barra deste e dos seus parceiros no tucanato, provavelmente.
Vale salientar (e ressalvar) que a notícia da “baixaria” de FHC, com sua ex-amante, foi noticiada, originalmente, numa matéria que foi manchete de capa da “Folha”, jornal que é tido e havido como amigo dos tucanos, e no qual Cantanhêde trabalhou por mais de uma década.
Cá entre nós, o fato é que a tal Míriam – que, por sinal, parece não ser lá flor que se cheire (mas isso é problema dela e de FHC) – foi sustentada e escondida no exterior pela Globo e por uma empresa amiga dos tucanos, em favor de FHC.
E isso é particularmente grave.
“Baixarias” à parte, trata-se um enredo, tipicamente folhetinesco e mafioso, que envolve FHC, a toda poderosa Globo, uma empresa privada [concessionária de um serviço público, na ocasião que se deram os fatos] e os finados Roberto Marinho, ACM e Luis Eduardo Magalhães.
Como se pode notar, os oligarcas se vão e deixam a sua podridão arrastando-se história adentro. Que descansem em paz.
Mas o leitor mais atento deve, a essa altura, estar se fazendo algumas perguntas.
Por exemplo…
Afinal, por que a Globo sustentou uma funcionária no exterior, sem trabalhar, com salário que chegava a US$4.000?
Por que a Globo tinha interesse em esconder essa senhora e proteger FHC?
Por que a Globo estava mancomunada com ACM – que era (ou fora) ministro das Comunicações e era amicíssimo, ou, melhor dizendo, “amice” da “famiglia” dos Marinhos?
Por que uma suposta “ação entre amigos” envolvendo Lula e a Odebrecht é condenada, enquanto que essas “ações entre amigos”, que perpassam a história da República, é tolerada, e até protegida/escondida, pela rede Globo, pela “Veja” e pela grande mídia em geral?
E só agora – antes tarde do que nunca -, porque a tal senhora resolveu jogar os pecados diversos [dela e de FHC] no ventilador, a história veio à tona em caráter definitivo. Afinal, a Folha não iria perder esse “furo” por nada desse mundo – não é mesmo? – uma vez que o pacto de silêncio já se rompera de maneira irremediável.
E por que o tal pacto se rompeu?
Será que foi porque a Globo, diante da queda da sua audiência e faturamento já não podia mais se dar ao luxo de bancar odolce far niente de uma ex-amante de um ex-presidente no exterior?
Vale ressaltar que a locutora do Jornal Nacional, dessa mesma emissora, disse ontem, na bancada do JN, que Míriam fora “colaboradora” da Globo até dezembro de 2015. Foi?!
Aguarde, pois hão de tentar desenrolar essa “ação entre amigos” e esse novelo de interesses nos próximos capítulos.
Ou será que vão tentar esconder mais esse podre das nossas ruinosas elites no meio do monumental e secular monte de sujeiras, hipocrisia e falso moralismo, na lata de lixo da história?
É bom que essas coisas venham a público para que fique cabalmente evidenciada a hipocrisia e o falso moralismo de certos políticos, e o tratamento diferenciado que a grande imprensa dá quando se refere a outro ex-presidente: Luiz Inácio Lula da Silva.
FHC, depois dessas revelações gravíssimas, está, desgraçadamente, completamente desmoralizado.