Por Ronaldo Souza
Como já foi divulgado, Margrit Dutra Schmidt é irmã da jornalista Mirian Dutra, que teve um romance de seis anos com o então senador Fernando Henrique Cardoso.
Ela é funcionária do Senado e a sua primeira nomeação foi feita pelo próprio FHC, em 27 de março de 1995, para o cargo em comissão de diretora do Departamento de Classificação Indicativa, no Ministério da Justiça.
Apesar de receber salário de assessora no Congresso há 15 anos, nunca compareceu ao trabalho.
A pedido de FHC, hoje é assessora do senador José Serra (PSDB-SP).
“Ela não comparece ao Senado porque trabalha num projeto sigiloso”.
Essa foi a resposta de Serra quando os jornalistas perguntaram sobre o fato de ela nunca comparecer ao senado.
Este é um país admirável.
Quantos países no mundo são capazes de manter um projeto no Senado em sigilo absoluto por 15 anos?
Há de se reconhecer a capacidade e dignidade dos nossos congressistas e particularmente da nossa imprensa.
Afinal, manter algo tão sigiloso só mostra a importância que isso deve ter para o país.
Num momento em que a Lava Jato, o Ministério Público e a Polícia Federal vazam diariamente informações sigilosas para a imprensa, não há como não imaginar a importância do sigilo alegado pelo nobre senador José Serra.
A minha estupefação toma proporções absurdas só por imaginar que os mesmos órgãos citados (Lava Jato, Ministério Público e Polícia Federal) passaram para os Estados Unidos informações absolutamente sigilosas e importantes sobre a Petrobras, maior empresa do Brasil e patrimônio do seu povo, e as empreiteiras que construíram o país, e se mantiveram tão cautelosos quanto ao sigiloso projeto do PSDB.
Não há como pensar de forma diferente; o futuro do Brasil está nesse sigiloso projeto do PSDB.
E nós, pobres e tolos mortais, que imaginávamos ser a Petrobras algo importante!
É tão sigiloso e fundamental esse projeto para o futuro do país, que somente agora talvez possamos entender porque uma filha do próprio FHC, que trabalhava no gabinete do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), também não precisava ir ao Congresso.
Fazia o serviço em casa.
Era mais seguro.
Sem falar no tempo que ela ganhava por não precisar se locomover até o Congresso.
“Time is money”.
E de money o PSDB entende muito.
Por tanto sigilo e inegável importância do projeto para os destinos do país, saio dele um pouco aflito para abordar um tema mais ameno e assim acalmar as coronárias.
Protegida pela imprensa amiga, que nunca se interessa por notícias que possam representar qualquer ameaça à tranquilidade do PSDB, a cunhadinha do Brasil (lembra de Regina Tenho Medo Duarte, a namoradinha do Brasil?) é assídua em outras empreitadas.
Apesar de nunca comparecer ao trabalho, nunca deixa de comparecer, e de forma veemente, às manifestações contra a corrupção, como pode ser visto na imagem em que ela carrega um daqueles cartazes típicos dos nossos heroicos guerreiros paneleiros verde-amarelados das avenidas Paulistas do Brasil.
Como os heróis de Pedro Bial no Big Brother Brazil, os heroicos guerreiros paneleiros verde-amarelados na incansável demonstração de amor na luta pelo nosso país, ao se deixarem envolver pela Bandeira Brasileira e cantar o Hino Nacional tocam o mais fundo da minha alma.
Insuperáveis.