Idas e vindas de um traidor

Por Ronaldo Souza

Temer já estava em São Paulo, de onde iria monitorar a votação do impeachment amanhã, domingo.

Ocorre que teve que voltar às pressas para Brasília.

Motivo.

A debandada de deputados que votariam a favor do impeachment.

Folha e Temer preocupado 1

Li essa notícia muito cedo hoje na manhã deste sábado. Não “toquei” nela. Preferi aguardar

Vi depois a confirmação na Folha, que usou uma expressão talvez não muito conhecida; defecções.

Folha e Temer preocupado 2

Vamos lá.

Defecção – abandono voluntário e consciente de uma obrigação ou compromisso (em relação a uma pessoa, instituição, doutrina etc.); deserção.

Ou seja, a Folha confirmava que, de fato, os deputados realmente estariam abandonando o barco do golpe.

Bateu o desespero.

E aí veio a terceira matéria.

Folha e Temer preocupado 3

Eduardo Cunha estaria pensando em adiar a votação prevista para amanhã porque não tem mais os votos que precisa para o impeachment.

A essa altura alguém cujos neurônios estejam com um mínimo de sincronia poderia expressar alguma surpresa pela atitude do nobre deputado?

Não acredito.

Qual seria a jogada?

Desacelerar o andamento das discussões no plenário e inviabilizar a votação amanhã.

Eles que tanto correram para acelerar o processo, pelas razões por demais conhecidas, estariam agora pensando em como adiar.

Muito cuidado.

Que eles não têm os votos, todos já sabemos há algum tempo.

Mas tudo é possível e o jogo é pesado nessas horas.

Continuemos atentos, sem baixar a guarda.

E amanhã nada muda.

Todos às ruas.