Por Ronaldo Souza
Nenhum povo tolera traidores.
A História é e sempre será implacável com eles.
A própria política, já dizia Brizola, ainda que ame a traição, abomina o traidor.
No caso de Temer, a História não o contemplará pela sua insignificância. Mesmo se tratando de um traidor, a História exige um mínimo de importância, talvez possamos dizer, um mínimo de estatura.
Não faltam razões para se imaginar quão triste será o fim de Temer.
Entretanto, independente das gravíssimas questões pertinentes à traição e traidor, pois revelam a absoluta ausência de dignidade, é impressionante o baixíssimo nível de Michel Temer.
Uma vez que a imprensa esconde o que quer e faz manchetes escandalosas daquilo que lhe convém, na maioria das vezes sem nenhum compromisso com a verdade dos fatos, não sei se já é do conhecimento de todos que Temer bloqueou o acesso ao Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República.
É ali onde mora Dilma Rousseff.
O Palácio Jaburu, residência oficial do vice-presidente, fica antes, de tal forma que quem precisa se dirigir ao Palácio da Alvorada tem que passar por ele.
O que fez “o Michel”, como o chama Eduardo Cunha, com a clara intenção de o manter “íntimo” para que não se esqueça de que é ele, Cunha, quem lhe diz o que fazer.
“O Michel” bloqueou a passagem que dá acesso ao Palácio da Alvorada.
Assim, ninguém pode falar com Dilma e quem desejar faze-lo tem que pedir autorização a ele.
Não importa quem seja.
Veja.
https://www.youtube.com/watch?v=9e8dcZknMKs
Nessa recente trajetória de presidente interino, “o Michel” já fez muito daquilo que caracteriza um homem como canalha.
Entre tantas coisas a mostrar a sua baixeza, a demissão de um garçom do Palácio do Planalto.
A razão confessada para a demissão de um simples garçom foi o fato de ele ser… petista.
Um garçom petista solto no Palácio do Planalto sem dúvida representa risco inimaginável à Segurança Nacional.
Ainda por cima, para azar do garçom, ele é negro, pecado pelo qual terá que pagar pelo resto da vida.
A meta fiscal para 2016 que Dilma propôs e o congresso (letra minúscula mesmo) rejeitou foi de R$ 90 bilhões.
O mesmo congresso aprovou a de Temer.
De R$ 170 bilhões.
Especialistas já demonstraram que ela é absurda e que não guarda nenhuma proximidade com a realidade e necessidade do país.
Quem melhor definiu a questão foi a Folha.
Ao dizer que a meta fiscal aprovada “dá para incluir ou retirar custos (e receitas) ao sabor das necessidades políticas“, a Folha não deixa dúvidas quanto ao destino de pelo menos R$ 80 bilhões.
Você é capaz de imaginar qual será?
Mas Michel não para por aí.
A queda do PIB do primeiro trimestre de 2016, divulgada agora em junho, foi menor do que se esperava.
Temer não teve nenhum pudor em considerar o índice divulgado um reflexo favorável de seu governo.
O Brasil lhe daria os parabéns Michel, não fosse o fato de que o senhor assumiu o cargo há três semanas, bem depois do período analisado pelo IBGE no resultado do PIB, que foi de janeiro a março.
Um homem capaz de tudo
Mas, quando todos imaginavam que ficaria por ali, que Michel não seria capaz de ultrapassar todas as barreiras da decência, eis que ele surge de novo.
Valente, digno, altivo e no seu desígnio de salvar o Brasil, com a sua espada dourada elimina um ponto fatal para a sobrevivência dos inimigos do país.
Corta-lhes a comida.
Rendem-se todos.
Como enfrentar um homem tão valente, corajoso e digno?