A insustentável torpeza do ser

Por Ronaldo Souza

A violência é um traço da raça humana.

Faz parte de nós.

Assim como nos animais. Nestes, porém, por instinto de sobrevivência.

O que nos diferencia?

A racionalidade.

Ainda que outras características façam parte do que se pode chamar de catálogo comportamental do homem e representem grande papel na sua vida, não parece haver dúvidas de que a racionalidade é o que o diferencia do animal.

Entretanto, por várias das nossas ações e reações, não é incomum ouvir dizer “um verdadeiro animal”, referindo-se a alguém que teria feito ou dito algo totalmente irracional.

A irracionalidade vive dias de glória.

O animalesco se incorporou ao inconsciente de muitas pessoas.

Os nossos instintos mais primitivos afloraram com intensidade vista somente em momentos específicos da história da humanidade.

Todos eles trágicos.

A agressividade, física ou verbal, a ofensa pessoal e o destruir de reputações que se percebem hoje alcançaram níveis inimagináveis.

Dê uma voltinha pelas redes sociais, ambiente que se tornou propício para o desfile de sentimentos inconfessos, ainda que dissimulados, que você percebe que eles estão entre nós, circulando com desenvoltura.

Os semeadores do ódio estão por toda parte.

No entanto, quando imaginávamos que tínhamos chegado ao fundo do poço, um dos mais fiéis representantes da degradação do ser humano vem e nos mostra o quão perigosamente nos aproximamos da barbárie.

Pelo seu tamanho, o perigo maior não será ele.

Para total estupefação de qualquer ser minimamente lúcido, o que preocupa é saber o quanto as suas “ideias” se disseminaram e se incorporaram a centenas de mentes por esse país, em algumas das quais se imaginava que ainda pudessem existir resíduos de lucidez.

"Não estupro você porque você não merece".

Já me questionei sobre a real distância entre o homem e o animal (leia aqui http://www.endodontiaclinica.odo.br/pages/posts/nos-homens-e-animais1103.php?searchresult=1&sstring=n%C3%B3s+homens+e+a+animais).

Jair Bolsonaro, deputado federal pelo Rio de Janeiro, representa o que há de pior entre os homens.

Na verdade, não se pode pretender classifica-lo entre homens e animais. Ele não faz parte desses mundos.

Além do perigo que representa a sua existência, é muito triste saber que já levou consigo algumas centenas de homens para a sarjeta da espécie humana.

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