Por Ronaldo Souza
Em determinado ambiente social rolava um papo sobre política.
Conversa vai, conversa vem, alguém fez um comentário.
Vocês já perceberam que nas campanhas, principalmente as de presidente, os próprios candidatos do PSDB escondem Fernando Henrique Cardoso? Ninguém faz “santinho” com ele.
Outra pessoa interveio. Não é bem assim, falou.
Olhe aí, por exemplo, Aécio. Trouxe FHC para a campanha dele.
É, mas foi juntando medo e esperteza!
???
Como os outros, ele também pensou bem antes de levar adiante a ideia, mas foi esperto; ele sabia que era a única maneira de ter alguma chance de ter apoio de São Paulo. Ele sabe que São Paulo não admite qualquer outro político candidato a presidente que não seja paulista, pelo menos politicamente falando. Ainda mais sendo mineiro.
O cara mostrava que não era bobo, sabia das coisas.
E foi adiante. Existem alguns exemplos e Juscelino Kubitschek, mineiro, é um deles. Mas conseguiu, inclusive contra a Globo.
Roberto Marinho dizia:
"Juscelino não pode ser candidato. Se for candidato, não pode ser eleito. Se for eleito, não pode governar".
Juscelino foi eleito e governou.
Voltando ao papo, segundo o conhecedor, Aécio era a bola da vez. E disse mais. Não se lembram de 2010, a briga feia entre Serra e Aécio para ver quem seria o candidato do PSDB. Deu quem? Serra. Fácil.
E a conversa seguiu.
Já há algum tempo me acostumei a não falar de política nos ambientes de um modo geral. Por algumas razões, evito. É uma norma que cada vez mais me imponho.
Veio algo e não segurei. Mas também confesso que não fiz esforço para segurar. Como até ali era um papo saudável, embalado pelo vinho, entrei.
Acho que é por aí, ele está certo. E aí fui.
Isso aconteceu com Serra (2002), Alckmin (2006) e Serra (2010). Claramente evitaram qualquer coisa que lembrasse Fernando Henrique Cardoso.
Lembram que no início da campanha de 2010, José Serra dizia que ele era o “Zé, o cara que ia continuar a obra do Lula”?
Ou seja, não só escondeu FHC mais uma vez como tentou “puxar” Lula para o time dele. Como não colou, voltou ao dia-a-dia. Voltou a falar mal de Lula.
Outra vez, conversa vai, conversa vem e aí… saiu.
Por que será que não existe “volta FHC”?