Após descobrir que os 100 maiores captadores da Rouanet são tucanos, Moro manda parar investigação

Aécio e Rouanet

“Inocentes do Leblon”

Por Ronaldo Souza

Você notou que ninguém mais fala da Lei Rouanet?

A matéria abaixo é mais uma reportagem que dedico aos coxinhas-trouxinhas-escondidinhos.

Faço uma pequena observação.

Descobriu-se depois que os valores da Globo são bem maiores do que esse que aparece aí embaixo.

Globo captou, pela Fundação Roberto Marinho, R$ 147 milhões na Lei Rouanet

Bato palmas de pé para o seleto e privilegiado clube dos bem informados senhores e senhoras com formação de nível superior.

Por falar nisso, já perguntou alguma vez se eles sabem o que é Lei Rouanet?

Não faça isso não.

Moro barra ofensiva da PF sobre os 100 maiores da Lei Rouanet

No Estadão

O juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, mandou anular nesta sexta-feira, 3, o pedido da Polícia Federal ao Ministério de Transparência e Gestão para levantar os 100 maiores receptadores/captadores de recursos via Lei Rouanet, divulgado pelo Estado nesta manhã.

Moro barra Rouanet

O magistrado apontou em sua decisão que a apuração “se pertinente”, deve ser feita em um inquérito à parte na Lava Jato e com “objeto definido” para evitar tumultuar a investigação. Ainda de acordo com Moro, a solicitação precisa antes de uma autorização judicial dada por ele. O ofício encaminhado na segunda-feira, 30, ao Ministério foi repassado diretamente pelo delegado Eduardo Mauat, da força-tarefa da Lava Jato.

Globo e Rouanet 3.jpeg

A Lei Rouanet foi criada no governo Fernando Collor (PTC/AL), em 1991.

A legislação permite a captação de recursos para projetos culturais por meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas físicas. Na prática, a Lei Rouanet permite, por exemplo, que uma empresa privada direcione parte do dinheiro que iria recolher gastar com impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para receber recursos.

O delegado da PF pede ao Ministério da Transparência que detalhe os valores recebidos pelos 100 maiores beneficiários naquele período discriminando a origem (Fundo Nacional de Cultura ou Fundos de Investimento Cultural e Artístico), os pareceristas responsáveis por aprovar a liberação de verbas e também se houve prestação de contas dos projetos aprovados.

O pedido do delegado da Lava Jato foi feito no inquérito principal da operação, aberto em 2013 para investigar quatro grupos de doleiros e que acabou revelando um megaesquema de corrupção na Petrobrás e em outras estatais e áreas do governo federal envolvendo as maiores empreiteiras do País. Na solicitação, o delegado não informa quais as suspeitas estão sendo apuradas ou mesmo qual a linha de investigação que possa envolver iniciativas que captaram recursos via Lei Rouanet.

O Ministério da Cultura informou que não foi procurado pela PF.