Sei que Boechat goza de algum prestígio e por isso cheguei a ouvi-lo no seu programa de rádio duas ou três vezes pela manhã (acho que é Band News). Não melhorou a minha impressão sobre ele, pelo contrário. Ali, onde fica mais solto, é que ele mostra mais o seu despreparo.
Para ser, de fato, um grande âncora, é necessário mais do que ele tem. Mas não posso negar que ele está um pouco acima do que se vê na televisão brasileira. Aí ele se destaca.
Nas minhas andanças pelo Face Book, postei em dezembro o texto abaixo.
Boechat e ACM Neto
Por Ronaldo Souza
Cada vez que algo assim acontece é divulgação imediata nas redes sociais e, claro, com muita festa. Incrível a violência que se manifesta nesses momentos.
As manifestações de contentamento pelo câncer de Lula e Dilma, por exemplo, representaram o que há de mais vil, cruel e desumano que pude observar na minha vida. Foram ao fundo do poço da degradação humana, da covardia. Acredito que mesmo profissionais da área de Psicologia-Psicanálise devem ter ficado chocados diante do que o homem é capaz na sua baixeza. Registre-se que jornalistas também tiveram esse comportamento. Os instintos mais primitivos afloraram com uma força poucas vezes vistas.
O desajuste afetivo-emocional se torna evidente nessas horas e muitas vezes se transforma em cinismo. Algumas dessas pessoas desfilam cinicamente (algum tipo de patologia?) mensagens de fé e humanidade religiosas que chocam. Apoiado em Deus posso qualquer coisa, até desejar e propagar o mal. Acho que buscam esse conforto.
Repito que Antônio Carlos Magalhães foi uma das piores coisas que aconteceram à Bahia e ao Brasil, mas nunca, nunca, desejei a ele nenhum mal. Sempre desejei ver a sua morte política, isso sim, jamais a morte física.
A sua morte política eu alcancei e foi triste; poucas vezes vi um homem deixar a cena política da forma como ele deixou, tão derrotado. Nem o seu poder de antes foi capaz de lhe proporcionar um fim melhor.
Neto é nada.
Mas fica aqui o meu manifesto contra qualquer tipo de violência.
Guardei esse “vídeo” porque um dia sabia que ia usa-lo.
O Sr. Ricardo Boechat foi patético, indigno da raça humana.
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Agora vejam o texto de Fernando Brito, hoje, 09/02/2014.
Boechat ontem e hoje
Por Fernando Brito, no Tijolaço
Dica de Julio Cesar Macedo Amorim, por email.
Boechat, há alguns meses, botava fogo no mundo. Dava entrevistas dizendo que era a favor a “arranhar” carro de autoridade, a “quebra-quebra’.
E agora, que a sociedade acompanha, estarrecida, o sofrimento de amigos e familiares de um repórter da BAND, onde ele mesmo trabalha, é forçado a denunciar a violência. E fala que um rojão aceso, largado no chão, é direcionado a seja lá quem for.
Pois é, Boechat. A mesma coisa vale para o quebra-quebra. Tem muita autoridade que abusa, mas um jornalista incentivar depredação de carro de autoridade é uma ofensa à democracia e à ordem social, porque esse carro é público.
Além do mais, é contraditório. Um âncora de jornal, numa grande emissora detentora de concessão pública, com seu poder imenso de influenciar a opinião pública, não é uma “autoridade”? Então podemos arranhar o seu carro?
De fato, a caixa de pandora, aberta pelos teóricos da violência, começa a ser fechada, infelizmente com o sangue de um jornalista, essa profissão cada dia mais vilipendiada pelos próprias empresas jornalísticas.
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