Limpeza ativa do forame

Cristiano:
prof. o senhor poderia explicar detalhadamente com é féita a “limpeza ativa do forame”??
abraço e obrigado

Cristiano, é bem simples. A limpeza passiva é feita com o instrumento que se “ajustou” ao forame, o que significa que haveria pouca alteração no seu diâmetro. Na limpeza ativa, além daquele que ajustou, faz-se uso de mais 2 ou 3 instrumentos, em torno de 2 mm além do forame, com instrumentação vigorosa que “raspe” as paredes do canal cementário. A irrigação passiva deve ser realizada com hipoclorito de sódio a 2,5%.

Curso de especialização

Mais uma vez  o Prof. Francisco Carlos Ribeiro (Vitória, Espírito Santo – professor de endodontia e mestre e doutor em patologia) esteve dando aula de patologia aplicada à endodontia, dias 30 e 31 de março, dessa vez para a VII turma de especialização da ABO-Bahia. Como sempre, aliando simplicidade e conhecimentos para enriquecimento dos nossos alunos. Ao Prof. Francisco, os nossos agradecimentos.

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Da esquerda para a direita: Gabriela Martins Rodrigues, Daniela Diniz, Maria Fernanda Bastos, Marcela Rocha Silva, Gabriel Petró, Débora Oliveira Cruz, Simone Cerqueira Cardoso, Igor Ricardo Cândido, Prof. Francisco Ribeiro, Paula Silva Borges, Eliane Ferreira Campos, Jenila Pinto Costa e Camila Coimbra Pereira.

Coto pulpar!!!

Iãçama:
Olá Professor Ronaldo,Sou aluna da especialização da FUNORP/USP – Ribeirão Preto  e gostaria de saber a sua opinião sobre o Coto pulpar e o uso de extirpa polpa em dentes “BIO”. Obrigada!

Iãçama, acredito que você deve estar querendo saber se deve ou não remove-lo. Acho desnecessário (o que é diferente de dizer que acho errado), porém, se você remover, um “novo coto pulpar” surgirá (na verdade, surgirá um coto periodontal). Quando se fala na sua remoção, alguns equívocos são cometidos. Quanto ao extirpa polpa (para alguns, extirpa nervo), condenou-se por algum tempo o seu uso, e é possível que alguns ainda o façam. Foi sugerido usar-se a lima hedstrom modificada. Use qualquer um dos dois, mas o extirpa polpa é melhor.
Não tive tempo ainda para colocar títulos nas postagens mais antigas, o que dificulta a busca, mas, mesmo assim, você vai encontrar algo sobre esse tema aqui mesmo no blog. Ou então no Conversando com o Clínico – clique aqui. 

Tampão apical

Lucas Mendonça Veras:
Ola prof Ronaldo Souza, tb bem? Gostaria de saber qual a melhor conduta em caso de dente sem vitalidade e apresentando tbm lesao periapical com reabsorçao externa ocasionada por movimentaçao ortodontica? posso colocar MTA para fazer plug e depois relizar a obturaçao termoplastificada ou realizo esse caso de outra forma? Abraço e Parabens pelo Blog.

Lucas, se a reabsorção for pequena e é possível ajustar bem o cone, você pode fazer isso e obturar com a técnica da condensação lateral (cuidado, vão falar que você é um endodontista completamente ultrapassado – sobre isso veja os posts do Blog e do Conversando com o Clínico – clique aqui), cone único, híbrida de Tagger… Se não for possível, pode fazer o tampão (plug) com o MTA. Quer ter um custo menor? Faça o tampão com hidróxido de cálcio. Desde quando respeitados os outros passos, você terá sucesso do mesmo jeito. Aí então escolha a técnica de obturação, não mudará nada.

Sangramento apical

Adriana:

olá prof., estou instrumentando o 16 e na raiz palatina a odontometria é de 22mm, mas qdo instrumento sangra, se diminuo o comprimento, fica aquem.é polpa viva ,como proceder?obrigada.

 Adriana, é comum a raiz palatina possuir uma curvatura voltada para vestibular, que a imagem bi-dimensional da radiografia não permite ver. Por essa razão, também é comum o canal palatino ser instrumentado como se fosse reto. Assim, é possível que tenha havido um “rasgo” no final do canal e você esteja instrumentando fora dele. Se for isso e não conseguir retomar o canal original (não é muito fácil), o que posso sugerir é recuar até um nível que não haja mais sangramento, instrumentar e obturar. O fato de ser polpa viva favorece o prognóstico. Uma outra possibilidade é a polpa não ter sido removida (estaria enovelada no CT) e ao toque do instrumento sangrar.

Fratura de instrumento

Silas Pinheiro:
Estou tratando um paciente de 13 anos, que apresentava lesão no ápice do elemento 42. Ao fazer a cirurgia de acesso, no momento do desgaste compensatório com a broca 3083, sua ponta inativa fraturou. No r-X, o fragmento está no terço médo da raiz. Ainda consigo instrumentar com a lima #15 e #20 até o comprimento real de trabalho. pergunta: Por que isso aconteceu e o que devo fazer?

Silas, a fratura de instrumentos no interior dos canais depende de alguns fatores, entre os quais, força aplicada, velocidade de rotação, profundidade de uso, tipo de movimentos que se imprime ao instrumento, etc. Para diminuir o risco de isso acontecer, reavalie como você está realizando a técnica. Por sua vez, o limite lateral de instrumentação também depende de alguns aspectos, como as características anatômicas do canal e do instrumento. Não há uma conclusão quanto a isso, mas ainda é válida a idéia de que um preparo que permita uma ampliação maior deve remover mais conteúdo do canal. Se você consegue chegar ao comprimento de trabalho, sendo possível instrumente um pouco mais. Quanto? Não gosto de protocolos, viram compromisso. Não determino aos meus alunos o quanto instrumentar, oriento-os a avaliar cada caso.

Precisa secar o canal?

Susan:
Há necessidade de secar o canal com cone de papel absorvente antes da medicação intracanal? Resquícios de hipoclorito reagem com a medicação intracanal?

Susan, o canal deve ser “preparado” para receber a medicação intracanal (hidróxido de cálcio com soro fisiológico é a minha recomendação), o que inclui aspiração e secagem com cones de papel. Além disso, sugiro a remoção da camada residual (smear layer).