Tratamento conservador 2

Thais Galvão:
Ola Ronaldo!!1 Gostaria de saber qual o melhor material a ser usado em dente permanente com rizogênese incompleta e polpa viva? Li a respeito do hidroxido de cálcio e do óxido de zinco!!!Como que é essa técnica de apicogênese?

Thais, o tratamento endodôntico de canais com rizogênese incompleta e polpa necrosada é realizado com hidróxido de cálcio, preenchendo todo o canal. Após um tempo variável de tratamento forma-se uma barreira de tecido mineralizado, fechando o ápice, mas não há desenvolvimento radicular. É conhecido como apicificação. Nos casos de polpa viva, após capeamento direto, curetagem pulpar ou pulpotomia, faz-se a proteção do remanescente pulpar também com hidróxido de cálcio. Perceba que, diferentemente dos casos de necrose, essa substância é usada na câmara pulpar em contato com um remanescente tecidual (polpa) vivo e aí o desenvolvimento radicular terá continuidade. É a apicogênese.

Tratamento conservador

Thais Galvão:
Ola Ronaldo !!! Gostaria de saber qual o melhor material a ser utilizado em casos de dente permanente, com rizogênese incompleta e  polpa viva? Li a respeito do hidróxido de cálcio e do óxido de zinco!!!

Thais, você deve estar falando de tratamento conservador (capeamento direto, curetagem pulpar, pulpotomia), que é o mais indicado nesses casos. Recomendo o hidróxido de cálcio PA, preparado com soro fisiológico ou água destilada.

E agora?

Liliam Satller:
Cone ultrapassado,sem dor,pode levar a processo ou devolução de dinheiro?

Liliam, não tenho experiência com situações desse tipo, porém, vejamos o seguinte. Digamos que muitos profissionais, inclusive autores, defendam que a obturação deve ser feita a 1 mm aquém do ápice. É possível que, juridicamente, um advogado possa ganhar uma causa em caso de “qualquer” obturação que esteja fora desse padrão. Por outro lado, o processado poderá alegar que outros autores defendem outras medidas. E aí, quem ganha? O que ocorre é que é costume afirmar-se que a obturação, e é claro o limite em que é feita, é fator determinante do sucesso. Se os professores, de quem se espera um conhecimento que se justifique cientificamente, ensinam assim, que culpa tem o perito ou o protesista, que aprenderam dessa forma? Faço uma pergunta; qual é esse limite? Como na resposta anterior, se a ultrapassagem do cone é o único pecado, em outras palavras, se o tratamento foi bem realizado e esse acidente foi o único erro, não vejo muito como justificar um processo contra o profissional. Quem sabe seja interessante você se aconselhar com alguém que tenha experiência com extravasamentos de material obturador. É o que posso lhe dizer.

Cone ultrapassado

Liliam Satller:
Cone de obrturação foi ultrapassado 2mm. Paciente não relata sensibilidade! Devo retratar?

Liliam, a resposta a perguntas como essa irá sempre depender de algumas condições. Por exemplo, as respostas podem ser diferentes a depender de se o tratamento é realizado em canais com polpa viva ou polpa necrosada. Deve-se ainda levar em conta que retratar um canal é sempre mais difícil do que tratar e em alguns casos pode complicar mais ainda. E se, ao tentar remover o cone (algo que não é tão simples), você o projetar mais ainda para os tecidos periapicais? Diante disso, perceba bem o significado das minhas palavras: se o tratamento foi bem feito e a ultrapassagem do cone foi o único “erro”, não precisa retratar.

Quarto canal! Onde?

Carlos Eduardo:
Bom, vou tentar sem bem objetivo, chegou um paciente no meu consultorio de aproximandamente ns 55 anos, com necrose pulpar do dente 17. Fiz o acesso a camara pulpar, penetração desinfetante, preparo biomecanico etc. Até entrão tinha notado apenas os 3 canais habituais. Na sessão em que fui obturar o canal suspeitei de um 4º canal, refiz a odontometria e notei q havia msm o 4º canal na raiz palatina. Gostaria que me dissesse sobre a frequencia desse 4º canal, alguma indicação de tratamento…etc. Muito obrigado!

Carlos, não é comum o 2o canal na raiz palatina, pelo contrário. O comum é o 4o canal ser na raiz mesio-vestibular, entre o MV e o P. O tratamento segue os princípios gerais dos outros canais, com os devidos cuidados com as peculiaridades anatômicas que alguns podem apresentar.

Fratura ou reabsorção?

Cassia:
Ola Ronaldo!!! fratura radicular…..paciente chegou no consultorio pq estava precisando refazer a restauraçao do 12,mas durante a remoçao do tecido cariado houve a comunicaçao com a polpa, sendo assim este dente indicado p fazer o canal.foi realizado abertura, instrumentaçao crown down, curativo hidroxido de calcio pa, a paciente sempre reclamando de dor durante a mastigaçao, realizei  ajuste oclusal e a paciente continua sentindo dor… apos a terceira troca do curativo realizei outro rx e observei uma fratura no terço apical. qual o melhor tratamento? como diferenciar fratura de uma reabsorçao? agora estou na duvida…e mais ou menos nos tres milimetros finais…. aguardo resposta.abraços.

Cassia, fratura ou reabsorção, ambas exigem um tratamento um pouco diferenciado, também a depender da condição de a polpa estar viva ou necrosada. Se for fratura, sempre que possível recomendo tratar o canal e manter o fragmento apical, quando não, trata-se a “porção coronária” do canal radicular e remove cirurgicamente o fragmento apical. No caso de reabsorção, o tratamento deve ser feito com hidróxido de cálcio. Contornado o problema, o canal deve ser obturado, possivelmente com uma técnica que plastifique a guta percha.

Não deu certo, retrata.

Rita:
Prof.,terminei um canal do elemento 46 ha cerca de uns 20 dias, pos o tratamento o paciente me relatou intensa dor e agora ha um edema intra osseo na regiao da raiz mesial com lesao periapical. O q fazer: retratar, acompanhar ou cirurgia paraendodontica?

Rita, é pouco provável que uma lesão periapical se manifeste radiograficamente após somente 20 dias de realizado o tratamento. De qualquer forma, diante do seu relato e da viabilidade, a opção mais adequada é o retratamento.

Alargou onde não devia?

Marcelo:
quando ocorre uma sobreinstrumentação e, durante a prova do cone, este fica 3 mm além da patência, o que eu faço? posso recuar os 3 mm e obturar ou preencho o conduto com CaOH2 e obturo em outra sessão, deixando o CaOH2 como tampão apical?

Marcelo, você pode fazer a primeira opção, porém há um grande risco de extravasamento de material obturador. Para diminuir as chances de extravasamento do cone, ele tem que estar muito bem travado (não associe o travamento ao vedamento hermético, um erro cometido durante muito tempo), mesmo assim, o cone vai lubrificado pelo cimento obturador, o que contribui para o seu “deslizamento” para os tecidos periapicais. Evitar o extravasamento do cimento obturador é mais difícil. Um recurso é não levá-lo na ponta do cone. Obturar com o tampão apical de hidróxido de cálcio é uma boa alternativa. Finalmente, há a opção de corrigir o CT, fazer nova instrumentação para criar uma matriz apical e obturar. Precisa analisar se já houve um alargamento acentuado porque, ao alargar mais para confecção da matriz apical, pode fragilizar as paredes remanescentes.

Libera ou não?

Adriana Regina:
ola prof., foi me pedido por um colega um laudo sobre um tratamento endodontico já realizado , radiografei e notei uma pequena alteração da lamina dura, mas, esse trat. tem 5anos e ela n sente nada. como faço para libera-la para trat ortodôntico.obrigada

Adriana, deve-se ter muito cuidado com os laudos, principalmente se for para efeito de perícia, afinal pode envolver outros colegas. Ele será dado sobre o tratamento realizado por você ou por outro profissional? São situações diferentes e que requerem muita cautela. Além disso, o que havia antes? Foi um tratamento realizado em canal com polpa viva ou necrosada? Havia lesão periapical (estaria, portanto, evoluindo para a cura) ou não (seria o surgimento de uma lesão)? Existe trauma oclusal? A sua resposta depende de aspectos como esses. Diante disso, o tempo de tratado e a ausência de sintomatologia parecem sugerir que pode ser liberado para o tratamento ortodôntico.

Curso de especialização

O Prof. José Antônio P. de Figueiredo esteve essa semana na especialização da ABO-Bahia falando de Histologia, com aplicação na Endodontia. Como sempre, uma aula muito importante e também um momento de congraçamento com os novos alunos. O nosso agradecimento e carinho pelo Prof. Figueiredo.

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Na frente (agachados): Marcela Rocha Silva, Daniela Cristina Diniz Ferreira, Jenila Pinto Costa, Paula Silva Borges.
No meio: Eliane Ferreira Campos, Camila Coimbra Pereira, Gabriela Martins Rodrigues, Prof. Figueiredo, Simone Cerqueira Cardoso, Débora Maria Oliveira Cruz, Maria Fernanda Teixeira Bastos.
Em pé atrás: Gabriel De Souza Petró e Igor Ricardo Fróes Cândido.