Olá pessoal,
O Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Paraná já está pronto, esperando por você com uma belíssima programação. Veja aqui.
Categoria: Geral
Uma lesão periapical “ao contrário”
Vanessa:
Olá! Estou atendendo uma paciente de 32 anos, a qual possuia grande destruição por cárie nos dentes 11 e 12. Ao radiografar, notei uma lesão radiopaca envolvendo o ápice radicular do dente 11. Tratei os canais dos respectivos dentes e no retorno a paciente relatou dor na mucosa alveolar em cima do ápice do 11, onde existe a lesão, estando o dente assintomático. Minha dúvida é, seria esta lesão uma osteíte condensante ou displasia cementária? Fazendo a proservação é possível que ela regrida ou deverá ser feito tratamento cirúrgico? Grata desde já, Dra. Vanessa
Vanessa, diagnóstico em Odontologia não é muito simples, principalmente porque não possuímos recursos muito adequados, mas a imagem sempre ajuda e eu não a tenho no seu caso. Pelo relato parece ser osteíte condensante. Como você diz que a paciente está assintomática, não faça tratamento cirúrgico. Acompanhe-a.
Dor pós-operatória
Hugo Bastos:
Prof. Ronaldo, existem casos onde vemos lesão radiográfica em dentes tratados endodonticamente e com indicação de retratamento para as devidas reabilitações. Pacientes assintomáticos, mas existe a necessidade de resolução do problema. Na primeira sessão conseguimos fazer a desobstrução dos canais, mas deixamos pra instrumentar num segundo momento. É quando o paciente cursa com dores intensas e aumento de volume na região do dente. O que fazer nesses casos? Em alguns deles, ao abrirmos não observamos drenagem de secreção purulenta. Penso que a saída seria medicação sistêmica para aliviar a sintomatologia para então continuarmos o tratamento. Mas como evitar essas reagudizações?
Um abraço
Hugo, a razão maior para o retratamento é o fracasso do tratamento, motivado por infecção do canal que geralmente se manifesta através de lesão periapical. Quando se retrata um canal, a preocupação básica tem sido com a desobturação, reinstrumentação e nova obturação. Perceba que não há aí o passo da “penetração desinfetante”, hoje melhor executado com técnicas coroa-ápice. Esse procedimento, neutralização de produtos tóxicos, é tão importante no tratamento como no retratamento. Apesar de não ser dito, tem-se observado com frequência considerável casos de dor pós-operatória, às vezes intensa, e uma das razões é a negligência com esse momento. Hoje, mais do que nunca, há uma idéia de qualidade intimamente associada ao pequeno tempo em que se faz um tratamento endodôntico, tanto que o tempo de realização do (re)tratamento é comumente divulgado ao lado do próprio caso, como uma prova da competência que diferencia os grandes profissionais. Por causa disso, recorre-se mais à medicação sistêmica do que se imagina. A incorporação no retratamento de princípios microbiológicos que são observados no tratamento deverá diminuir bastante o índice de reagudizações.
Endodontia em sessão única
Juliana Medeiros:
Qual a sua opinião em relação à obturação do canal em um elemento com lesão periapical em uma mesma sessão??
Juliana, esse é um tema muito complexo e polêmico, razão pela qual resolvi lhe responder através de um texto que está no Conversando com o Clínico (veja aqui).
Trepanação
Juliana Medeiros:
Quais providências imediatas tomar após a trepanação de um canal radicular?
Depende da situação em que ocorreu (condições teciduais, local, tamanho…). Nos casos de polpa viva, se for possível, fechar a perfuração na mesma hora (MTA seria o material mais indicado) e obturar o canal. Nos casos de polpa necrosada, acho que o melhor a fazer é um tratamento com hidróxido de cálcio (2 ou 3 curativos, depende de cada situação) e daí em diante é igual à situação anterior. No entanto, não é uma questão tão simples e muito menos meramente técnica. Esse acidente pode trazer uma grande frustração ao profissional e as consequências serão de acordo com o perfil de cada um. Se traz uma desestabilização emocional (o que não é incomum), mesmo na polpa viva é melhor irrigar bem com água ou leite de cal (já começa a promover a hemostasia), secar o canal e preencher todo ele com hidróxido cálcio, de preferência preparado na hora com soro fisiológico ou água destilada. Na consulta seguinte, recuperado emocionalmente, o profissional pode dar sequência ao tratamento de acordo com cada caso. É bom lembrar que há casos em que não há como preservar o dente.
Pulpite e medicação intracanal
Juliana Medeiros:
Após diagnosticado uma pulpite irreversivel, qual a medicação intracanal mais recomendada para aliviar a dor aguda do paciente, após o acesso dos canais radiculares?
Juliana, a dor da pulpite deverá passar como consequência da remoção da causa, ou seja, da polpa inflamada. Isso ocorre principalmente pela descompressão tecidual promovida pelo sangramento, mas o preparo do canal poderá contribuir para o seu prolongamento, mesmo que com menor intensidade. A rigor, não há necessidade da ação antiinflamatória da medicação intracanal, o organismo se encarregará disso. Se, por qualquer razão, você deseja usa-la, a minha recomendação é o hidróxido de cálcio. Não posso deixar de dizer, no entanto, que, apesar de não utilizar e não preconizar, a melhor medicação de combate imediato à dor são os corticosteróides. Sugiro a leitura do artigo Análise da influência do uso de uma associação corticosteróide-antibiótico na ausência de dor no pós-operatório do tratamento das urgências em endodontia, que pode explicar melhor esse processo (veja aqui). Se quiser ver esse tema com mais detalhes leia o capítulo de Medicação Intracanal do nosso livro Endodontia Clínica (veja aqui).
Na contramão
Os casos de fracasso não podem ser analisados sob um único prisma, fora do contexto. As bactérias apresentam comportamentos bastante diferentes, de acordo com as condições ambientais. Por exemplo, o atual conhecimento mostra que em biofilmes elas apresentam uma resistência muito maior à sua eliminação do que na forma planctônica. (Veja mais)
Fotos do Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Bahia
Prezados colegas,
Com um grande atraso, estamos vindo até vocês para falar do Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Bahia, realizado de 27 a 29 de agosto de 2009. Com 450 participantes, foram 3 dias de belas aulas e congraçamento na nossa querida Salvador.
O Circuito Nacional de Endodontia se consolida como evento onde se discutem os vários temas da Endodontia, sob as luzes da ética, da pesquisa e da clínica.
A grade científica, composta por grandes professores da Endodontia Brasileira, conforme podem atestar as fotos, proporcionou a todos nós momentos de grande enriquecimento.
Clique sobre a imagem para aumentá-la
Clique aqui para ver mais e sobre as fotos para ampliar.
Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Paraná
Olá pessoal, já vem aí o Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Paraná. Anote na sua agenda, de 06 a 08 de maio de 2010.
O Prof. Gilson Sydney está montando uma bela programação. Já posso antecipar que está confirmado o curso do Prof. Martin Trope, um dos grandes nomes da endodontia mundial. O título do curso é … sem diferença estatística: o que o clínico deve fazer. Isso significa que será um momento de grande importância para você que é clínico ou especialista.
Em breve teremos mais detalhes aqui no blog e no site.
Curso de especialização
Veruschka Pinheiro:
gostaria de saber detalhes sobre curso de especialização em Salvador.
Veruschka, começamos uma turma nova em novembro de 2009 e em breve deveremos começar outra. Você pode ver os detalhes sobre o curso aqui mesmo no site, na seção Cursos de Especialização. Clique aqui e seja bem-vinda.