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Alice Meireles:
Tenho um caso de uma paciente mulher de 40 anos que a 5 anos fez um trabalho protetico (pino e coroa) no elemento 11, mas o profissional não fez o tratamento endodontico na epoca. A paciente relatou na primeira consulta que tinha sensibilidade na região do periapice do elemento quando fazia palpação externa em baixo do nariz. A radiografia mostra uma imagem radiolucida bem definida. Fiz a remoção do pino e coroa.Estou fazendo troca de curatico de hidroxido de calcio com propileno. A paciente apresntou sintomas de um abscesso agudo e qundo fiz a remoção do provisório teve extravassamento de secreção. Fiz prescrição de amoxi. Mas o quadro não apresntou melhora. Alguma dica para alguma conduta diferenciada?

Alice, é comum o profissional apoiar o tratamento nos curativos com hidróxido de cálcio, o que me parece uma inversão de papéis. O aspecto mais importante do tratamento endodôntico é a ação cirúrgica, no caso a instrumentação do canal. Apesar dessa importância, ela é limitada, graças principalmente à complexidade do sistema de canais, razão pela qual é coadjuvada pelas soluções irrigadoras e medicação intracanal. Mas, vamos frisar: a ação mecânica de instrumentação ainda é o passo mais importante. Sendo assim, faça um bom preparo do canal, onde se inclui uma limpeza do forame bem realizada, irrigue com hipoclorito de sódio (pelo menos a 2,5%) e complemente com medicação intracanal com hidróxido de cálcio com veículo aquoso (soro fisiológico, água destilada). Na lesão periapical definida, localizada, sem envolvimento sistêmico, paciente saudável, não use antibióticos, muito menos antiinflamatório. Uma condição fora desse quadro exigiria mais informações e, quem sabe, alguma mudança de abordagem. Aí você entra em contato novamente.

Confirmado, o Brasil na Bahia

Não posso deixar de relatar a nossa grande alegria pela participação já confirmada de colegas de 19 estados brasileiros no Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Bahia, que será realizado de 27 a 29 de agosto de 2009, em Salvador-Bahia. Veja: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piaui, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
O seu estado não está aí? Venha representa-lo.
O seu estado está aí? Venha aumentar a participação dele.

Está chegando a hora

Olá pessoal, estamos chegando na reta final para o Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Bahia. Faltam somente duas semanas. Para maior conforto, evitando a última hora, os que já estão inscritos e aqueles que se inscreverem antes do evento poderão pegar as suas pastas e crachás no Sol Bahia Hotel (local do Circuito) no dia 27/09 (quinta-feira) pela manhã. Teremos lá uma sala de apoio ao lado do auditório.
Até lá.

Necrose tecidual

Chimene:
Estou com um paciente que esta com um canal perfurado o dente é o 34 ja veio acessado, qdo removi o curativo irriguei com soda dentro do canal e qdo fiz o cateterismo com lk 10 senti algo estranho e sagrou muito entao radiogrei e vi que estava fora do canal  qdo removi o isolamento estavo escuro a mucosa como se fosse areas de necrose e inchado a noite estive com a paciente estava inchado e nao estava com alteraçao de cor. qual o correto procedimento? neste casos e qual possivel conseguencia. estou mto nevosa!

Chimene, é provável que realmente surja uma área de necrose tecidual, portanto prescreva antibiótico para o paciente e o oriente a manter o local bem higienizado. Tranquilize-o e faça ver que há uma perfuração, razão pela qual ocorreu o problema. Quando isso estiver sob controle, volte a pensar no tratamento endodôntico e veja se é possível preservar o dente. Sempre tome cuidado com dentes que já chegam com o acesso feito.

É qualidade ou tempo?

Vanessa:
Bom dia!! Frente a um retratamento com lesao periapical, em quanto tempo devemos obturar o canal? Deve-se esperar a lesão regredir, ou apenas sem sintomatologia é preciso para fechar o canal?

Vanessa, diante de abscesso agudo, presença de dor, exsudato no canal, fístula, o canal não deve ser obturado. No tratamento ou retratamento, devemos obturar o canal assim que tivermos feito controle de infecção. Em alguns casos pode-se conseguir com maior facilidade que em outros, o que determina o tempo de tratamento. O bom endodontista, atento e preocupado com a diferença das características de virulência de cada caso e o potencial imune do seu paciente, não está preocupado com isso. Como é difícil determinar-se clinicamente o controle de infecção, a depender de cada caso faz-se uma ou duas medicações intracanal. Esperar regredir a lesão apresenta algumas desvantagens, entre as quais possibilidade maior de contaminação entre as consultas, pouca praticidade clínica, risco de fraturas, etc.

É a obturação aquém?

Aline:
Gostaria de saber que consuta tome em um caso que está me intrigando. Dente 26, bio, o canal mesial tem ct de 18, mas foi obturado a 15mm. Começou a doer. Desobturei e consegui descer até o CT. Coloquei mic (Hidróxido de cálcio + propileno). Agora dói à percussão vertical após mais de 1 mês. O que devo fazer?

Aline, você fala somente do canal mesial. E os MP (segundo canal), distal e palatino? Não se trata somente da obturação, pelo contrário, tendo sido preparado com 18 mm (provavelmente já um pouco aquém) e obturado com 15 mm, aí é que não deveria doer. Portanto, cheque outras possibilidades.

Mastiga, dói

Luciane Franco:
Olá professor. Estou com dois pacientes que fiz abordagem de polpa viva e iniciei o tratamento de canal em molares inferiores (36 e 46). Terminei o pqm com memória de mesiais 30 e palatino 35. Coloquei calen nos canais e eles sentem não conseguem morder porque dói. O que fazer? Já troquei calen algumas vezes e quando entro com a lima nos canais não há dor, só há dor a palpação. Já refiz a odontometria, não há perfuração, também não há lesão apical. Como devo proceder para paralisar com essa dor cada vez que eles mordem? Devo ou não obturar os canais? Prescrevo amoxicilina?
Obrigada

Luciane, é tratamento de canal com polpa viva, portanto não há porque usar antibiótico. Tendo em vista que são o 36 e 46, quando você fala palatino deve ter se confundido, não? Simplesmente trocar o calen repetidas vezes não resolve. Observe se há algum tipo de trauma oclusal, bruxismo… Diante de casos como esses, abrem-se algumas possibilidades e seria impossível contemplar todas no nosso comentário. Se os canais foram tratados sob isolamento absoluto, não houve contaminação, o comprimento de trabalho está correto, a dor seria pelo trauma do preparo do canal e deverá desaparecer com o tempo. Sendo assim, os canais deveriam ser obturados. Além disso, dê uma olhada no post “Desobstrua o forame”, pois as colocações que fiz lá também servem para o seu caso.

Acompanhar e observar

Hugo Bastos:
Professor Ronaldo, recentemente chegou em meu consultório uma paciente de 18 anos apresentando as unidades 11 e 21 com reabsorção até terço médio da raiz. Segundo relato dela e da mãe, não há histórico de trauma ou tratamento ortodôntico anterior. Teste de sensibilidade positivo e de percussão e palpação negativo para ambos. Ausência de lesão periapical ou restauração. Foi ecaminhada por um ortodontista para ser avaliada. Já que não existe radiografias anteriores para efeito de comparação, sugeri atrasar por uns 6 meses o tratamento ortodôntico para que seja feita uma nova radiografia e comparar com a que ela tem em mãos. Já que na anamnese foram descartadas as principais etiologias das reabsorções, o que poderia ter causado a reabsorção neste caso em particular?

Hugo, quando não se sabe qual é a causa é comum dizer-se que é idiopática. Não me parece provável uma reabsorção desse porte sem uma história que a justifique. Um trauma por pequeno impacto (uma cotovelada discreta brincando com amiga ou irmão) pode passar despercebido. Pesquise se há hábitos noturnos de apertamento, bruxismo … (também às vezes imperceptível para o paciente e/ou pais). Acho que sua decisão está correta, mas para que tenha validade as tomadas radiográficas devem ser feitas com a mesma incidência, razão pela qual devem ser feitas com posicionadores. Também devem ser bem processadas para que se consiga uma comparação confiável.

É sempre bom ter cautela

Hugo Bastos:
Professor Ronaldo, estou fazendo um tratameno endodôntico da unidade 46 de uma paciente há cerca de 3 meses. Clinicamente, na primeira consulta, observei fístula vestibular na região de furca. O dente apresentava restauação ocuso-distal em resina. Radiograficamente observei lesão periapical na raiz mesial que se estendia até a furca e a entrada dos canais mesiais calcificados. Após descartar envolvimento periodontal, iniciei o tratamento. O canal ML só foi encontrado na segunda sessão. Fiz penetração desinfetante, instrumentação, limpeza de forame, remoção de camada residual e medicação intracanal com hidróxido de cálcio e anestésico. Após esta sessão a paciente retornou 10 dias depois sem fístula, mas com exsudato no canal ML. Desta vez fiz limpeza ativa de forame e nova medicação. Por duas sessões tentei, em vão, encontrar o canal MV. A cada 3 semanas faço uma nova medicação no ML e sempre com exsudato. Sei que a paciente pode perder este dente mas, mesmo sabendo dos riscos de perfuração e/ou rasgo na raiz mesial, você acha que devo continuar a procurar o canal MV ou já encaminho pra exodontia?

Hugo, não é fácil buscar qualquer canal com broca e tratando-se do MV o risco é maior ainda. É sempre interessante tentarmos resolver os problemas dos pacientes (para isso existem os dentistas), porém, a decisão de fazer isso nesse caso, com as eventuais conseqüências que você mesmo colocou, pode ter implicações jurídicas. Mesmo sendo um paciente que você conhece, ele deve assinar um documento muito bem redigido (advogados acham “brechas jurídicas” em qualquer texto) eximindo você de qualquer culpa. Mas fique sabendo que ainda assim você não estará completamente protegido. É um belo desafio, mas, perigoso. Se você sente um clima não muito bom por parte do paciente, recomendo não fazer a tentativa.

18° Conclave Odontológico Internacional de Campinas

De 24 a 26 de setembro de 2009 será realizado o 18° Conclave Odontológico Internacional de Campinas. Os eventos promovidos pela Associação dos Cirurgiões-Dentistas de Campinas são conhecidos pela sua qualidade, razão pela qual não só convido os colegas a participarem, como deixo registradas aqui a minha alegria e honra por participar do conclave. Parabéns a toda Comissão Organizadora, nas pessoas dos Drs. Cesário Dias Filho (Presidente) e André Renato Ravagnani Cavarzan (Coordenador). Um agradecimento especial ao Prof. Rielson José Alves Cardoso pela indicação do meu nome para compor a grade científica. Para ver todos os detalhes do evento clique aqui.