Não deixem passar

Olá pessoal, 30 de junho está chegando. Lembrem que esta é a data limite para o pagamento da inscrição no Circuito Nacional de Endodontia – Etapa Bahia com os valores atuais. De 01de julho até o evento serão outros valores. Portanto, não deixem passar a data. Quem já fez a inscrição mas não pagou ainda, pode não ter mais os dados da conta para fazer o depósito, portanto, aí estão:

Ronaldo Araújo Souza
Bco. do Brasil
Ag. 1875-9
CC. 5345-7

Associação de substâncias

Ricardo Oliveira:
prof. ronaldo, com relação ao uso associados do hidroxido de calcio PA e clorexidina 2% gel como medicação intracanal tem alguma comprovação cientifica ou trabalhos que justifiquem ? Acredito que nenhuma medicação será tão eficiente quando não se realiza um bom PQM.

Ricardo, percebe-se a diminuição do entusiasmo pelo uso do PMCC associado ao hidróxido de cálcio, que parece ter dado lugar à clorexidina. Até questões mercadológicas entram em cena. Existem trabalhos que pretendem mostrar vantagens do uso da clorexidina ou da sua associação ao hidróxido de cálcio, em comparação com o uso somente do hidróxido de cálcio. Por outro lado, também se aponta para inconvenientes. Na Odontologia, particularmente na Endodontia, é comum negligenciar-se com eventuais efeitos do uso de substâncias químicas e argumentos bastante utilizados são a quantidade usada e o fato de estarem confinadas no canal. A discussão de quantidade em biologia deve ser vista com mais cuidado. Quando se pretende indicar o uso de determinada substância fala-se “ah, mas é tão pouco o que a gente põe no canal”. Se for assim, o uso de fenóis, aldeídos, corticóides, etc, está liberado, e não é bem assim. Argumentos como, “você já viu algum caso de paciente com câncer por uso de Tricresol?” são de uma insensatez sem tamanho, sem nenhuma consistência científica. E o fato de as substâncias serem aplicadas no canal não as isola do organismo. Assim, o uso de substâncias químicas sempre exigirá alguma cautela.
A geração de cloroanilina (substância cancerígena) pelo uso da clorexidina já foi demonstrada e não pode ser desconsiderada. Trabalhos já mostram preocupação nesse sentido. Clique aqui para ler Determination of para-Chloroaniline and Reactive Oxygen Species in Chlorhexidine and Chlorhexidine Associated with Calcium Hydroxide. Barbin, LE. et al., J Endod. 2008, v. 34, n. 12, p. 1508-1514. Clique aqui para ler Interaction between Sodium Hypochlorite and Chlorhexidine Gluconate. Basrani, BR et al., J Endod. 2007, v. 33, n. 8, p. 966-969.
Sob o aspecto clínico, após pouco mais de 30 anos usando somente o hidróxido de cálcio, ainda não encontrei justificativas consistentes para associa-lo a outra substância. Quanto à sua afirmação, de fato nenhuma medicação deverá ser tão eficiente quando não se realiza um bom preparo do canal.

MTA

Ricardo Oliveira:
Qual o protocolo para o tratamento de perfuração de furca e radicular com o uso do MTA ? O uso do mta em regiaão supra óssea é contra indicado quando há comunicação com o meio bucal ?

Ricardo, a depender da perfuração e em que condições ela aconteceu, é “atapetar” o local com hidróxido de cálcio (ajuda a “evitar a expulsão” do MTA) e colocar o MTA. Um dos inconvenientes do contato de alguns materiais odontológicos com o meio bucal pode ser a interferência na sua presa. O contato com os fluidos teciduais periapicais na cirurgia parendodôntica, por exemplo, não é o mesmo que com os fluidos teciduais do meio bucal. Uma coisa é o material requerer umidade, outra é ser utilizado num meio encharcado. O uso do MTA em região supra óssea não é contraindicado (cada caso é um caso), mas, diante de algumas condições (presença intensa de exsudatos/fluidos teciduais), os resultados podem não ser os mesmos. Ele precisa de umidade para pegar presa, mas pode ser “lavado” antes disso ocorrer.

Perfuração de assoalho

Aline:
Professor, gostaria de saber o que fazer em casos de perfuração de assoalho, quando a hemorragia não para. o que fazer?parabéns pelo blog

Aline, faça irrigações suaves com água de cal sem aplicar pressão forte no êmbolo da seringa. Se a hemorragia for intensa a irrigação pode ser feita com o “leite” de cal (agite o frasco contendo soro fisiológico e o pó do hidróxido de cálcio, ele fica leitoso, daí leite de cal, e com essa solução irrigue o local da perfuração). Espere acontecer a hemostasia naturalmente e complemente com secagem também sem pressão, bem suave, com gaze estéril. Ponha o hidróxido de cálcio (a pasta, preparada com soro fisiológico até adiquirir a consistência de creme dental) sobre a perfuração com uma espátula de inserção e acomode com bolinhas estéreis de algodão (ao mesmo tempo em que acomoda a pasta o algodão remove o excesso do veículo, o soro fisiológico). Na próxima consulta não deverá haver mais hemorragia. Lembre que é um tratamento que exige delicadeza. Na próxima consulta, por exemplo, a irrigação para remover o hidróxido de cálcio para renova-lo tem que ser feita de forma suave, é um tecido que ao toque sangrará outra vez.

Extravasamentos de cimento obturador

Rodrigo:
Boa tarde, como especialista em endodontia, realizo muitas por dia, para convenios principalmente, gostaria de saber de vcs colegas, qual indice de retorno com problemas de seus casos, isso é obturando 6 , as vezes 7 ou 8 dentes por dia , entre molares, prés e uni radiculados, sempre acontece um extravazamento , ou fratura essa ultima bem menos frequente, gostaria desse tipo de resposta. como lidar quando o cliente volta com esse problemas!!!!

Rodrigo, reveja alguns aspectos conceituais e técnicos, pois não deveria ser comum extravasamentos e muito menos fratura de instrumentos (mesmo com menor frequência), como você está relatando. Diante da possibilidade da volta do paciente com problemas futuros, como você também coloca, sempre será melhor prevenir do que remediar. Pense no que isso representa e em novas maneiras de fazer o tratamento endodôntico.

O que fazer?

Ricardo Oliveira:
Prof. ronaldo: recebi uma paciente que necessitava de retratamento no el 26 por está sentido dor e no rx sugeria que o cmv apresenta imagfem radiopaca sugestiva de fragmento de lima(1/3 médio)e a obturação no cp estava aquém(3mm), porém sem nenhuma evidencia de lesão periapical. As duas primeiras sessões realizamos a desobturação e e pqm inclusive ultrapassando o suposto fragmento.Não consegui realizar a patencia e consequentemente a limpeza do forame palaatino. Usei bastante edta para compensaar . Foi usado entre as sessões como mic Hidróxido de cálcio P.A. e solução irrigadora K-boa. Depois de realizada a obturação dos condutos a paciente relatou muikta dor durante a noite. Mesmo sentindo arrasado, desobturei os condutos , irriguei bastante com  a solução e tricresol. Paciente saiu com  dor e foi medicada com clavulin 500mg  de 8/8h Nimesulid de 12/12h intercalando um anmalgésico dipironma.Diante do relato o que teria provocado esse quadro de dor e se !
 a conduta foi a correta. UM ABRAÇO

Ricardo, a primeira pergunta que faço é há quanto tempo o tratamento endodôntico desse dente tinha sido feito? Diagnosticar à distância é muito difícil, mas vamos ver duas situações. Se o tratamento foi realizado há pouco tempo parece ser indicado o retratamento. Se foi há alguns anos, tenho as minhas dúvidas. Você relata que não havia lesão periapical. Sendo assim, mesmo para um tratamento não muito bem feito (radiograficamente falando) existem algumas razões que poderiam explicar porque “deu certo” (lembre que estamos falando da possibilidade de ter sido tratado há alguns anos).
Entretanto, uma vez que já está sendo retratado, vamos a outras considerações. Você diz que “depois de realizada a obturação dos condutos a paciente relatou muikta dor durante a noite”. Como ficou a obturação, um pouco aquém, no limite radiográfico (lembre também que muitas vezes no limite já é considerado fora do canal), houve extravasamento de material obturador…? Se a dor pós-operatória é devida a fatores físicos (presença de material obturador extravasado nos tecidos periapicais), químicos (também pela presença de material obturador [cimentos particularmente] extravasado nos tecidos periapicais), também não seria indicação de retratamento, até porque extravasou fica, não volta. Se a dor é de origem microbiana (um preparo que não foi bem conduzido) e ainda há material contaminado, este pode ser projetado para os tecidos periapicais (a própria obturação, ao ser condensada, pode proporcionar isso, e se houver extravasamento, por razões óbvias, pior ainda). Não é tão fácil determinar a origem físico/química/microbiana desse processo. Ajudam o conhecimento da biologia tecidual/técnica e a experiência do profissional.
A medicação sistêmica será feita em função do diagnóstico. Não havendo envolvimento microbiano o antibiótico não deve ser utilizado.

Dente aberto

Luciano Abatti:
Olá, tem me acontecido varias vezes, abordo o dente, qdo tem exsudato drenando deixo aberto por no max 2 dias. Alguns casos mesmo sem sintomatologia, após colocação do curativo, tem uma agudização do quadro e tenho q abrir o dente e entrar com medicação sistêmia, aguardar a amenização do quadro e colocar novamente curativo intra-canal…Eh normal ocorrer essas situações, estou errando em alguns passos talves?Grato

Luciano, em tudo na vida há exceções, mas o dente não deve ficar aberto, pois permite a chegada de mais bactérias, o que aumenta a dificuldade de controle de infecção. Ao invés disso, penetre no canal com técnica apropriada (coroa-ápice), irrigando com hipoclorito de sódio a 2,5% e faça desbridamento do forame. Assim, você promove uma drenagem mais efetiva e diminui bastante a possibilidade de novas agudizações.

Anestesia

José Carlos:
Olá professor eu tenho uma dúvida encaminharam uma paciente pra mim onde o dentista fez o acesso do canal distal do dente 46 e nao fez o dos canais mv e ml ela relatou muita dor na primeira sessão onde nao consegui anestesiá-la injetei 3 tubetes de citocaína e nada como proceder na proxima sessão? obs: receitei antibiótico amoxicilina 500 mg.

José Carlos, a efetividade da anestesia depende basicamente de dois fatores; técnica e anestésico utilizado. Não sei qual anestésico você está usando. Em casos como esse experimente usar a Mepivacaína. Veja os comentários que fiz para a pergunta de nossa colega Ofélia em 31/05/2009. Além disso, perceba que você está diante de uma polpa viva (daí a dificuldade de anestesiar), portanto não deve prescrever antibiótico.