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Casimiro Ricardo:
Prof.Ronaldo tenho observado canais tratados e obturados muito aquém sem nenhuma rarefação apical, isso realizados com mais de cinco(05) anos. Diante da necessidade de uma reintervenção (p.ex.protética)verifiquei em algumas situações a resistência na exploração do forame apical. Será que estamos diante de um selamento apical biológico? Ou não existiria essa possibilidade pelo o fato da terapia endodôntica ter sido mal conduzida(?)? Aproveito o momento para desejar a todos um Feliz Natal e um Bom Ano Novo e que possamos tratar da endodôntia pelos melhores caminhos e que os túneis da vida sejam preencidos com muito conhecimento e não só com técnica. Abraço

Casimiro, se não houver contaminação durante o tratamento (isolamento absoluto que de fato isole o dente, não tocar com as mãos/luvas nas partes dos instrumentos/materiais que vão ao canal…) ou entre as consultas (selamento marginal precário, se por qualquer razão não puder ser realizado em sessão única), o resultado do tratamento endodôntico de canais com polpa viva não deverá apresentar nenhum problema. Nos casos de polpa necrosada, para que haja reparo precisamos de dois requisitos básicos: controle de infecção e sistema imune competente. Um tratamento endodôntico mal conduzido não promove as melhores condições para o reparo porque não exerce controle de infecção, e o sistema imune não faz sozinho. Ocorre que às vezes o tratamento é “aparentemente” mal conduzido dentro dos padrões técnicos clássicos e aí o que conta é basicamente a aparência radiográfica final. O que vemos? A obturação. Se ela estiver mal feita (canal com obturação “fininha”, com eventual(is) falha(s) de preenchimento e principalmente “curta”), o caso será visto como mal tratado. Imaginamos, mas não sabemos como foi realmente tratado em todos os seus passos. Ocorre que, por razões diversas, o que foi feito em determinadas situações pode ser suficiente para o controle daquele caso. Perceba que eu falei “pode ser suficiente”, porque aí entram em cena outros fatores como quantidade de bactérias, virulência delas e sistema imune. Portanto, você pode encontrar selamento apical biológico sim em situações como voce relata. Essa discussão é complexa e muitos professores não a entendem, razão pela qual perpetuam-se conceitos como travamento perfeito do cone de guta percha e vedamento hermético como fatores determinantes do sucesso, um grande equívoco. O tratamento endodôntico deve ser muito bem feito tecnicamente em todas as suas etapas, o que inclui evidentemente a obturação, mas a compreensão dele ainda está longe de ter sido alcançada. Perceba que, de maneiras diferentes, nas duas condições o “grande segredo” está no controle de infecção. Na polpa viva não deixar que ela, a infecção, se instale e na polpa necrosada elimina-la. Além disso, não esqueça que, em se tratando de saúde, o sistema imune do paciente sempre representará papel fundamental.

Uma questão importante

Casimiro Ricardo:
Prof. ronaldo fico aqui questionando neste momento de reflexão diante do seu questionamento. Quantas faculdades de Odontologia através de seus professores apregoam a determinação de milimetros que não devem ser manipulados, por acharem que o campo de ação do endodntista é o canal dentinário. Será que num diagnóstico de polpa necrosada em que  ainda não visualizou rarefação óssea(?) apical poderemos acreditar que bactéria nenhuma invadiu o canal cementário,claro que não.Para obter-mos controle da infecção temos que limpar todo o canal.

Casimiro, respeito a filosofia das diversas escolas que existem no Brasil e tenho grande respeito pelos professores, alguns dos quais meus amigos, mas há muito tempo trabalho para mudar a compreensão de alguns conceitos, particularmente nas questões pertinentes ao terço apical. Vários professores já entenderam a nossa concepção. Em várias cidades do Brasil em que tenho tido oportunidade de dar aulas as respostas são altamente estimulantes. Já recebi e-mails de professores de outros países dizendo-se entusiasmados com as nossas idéias. Ainda são poucos, mas já se manifestaram. Vejo trabalhos de autores internacionais consagrados com a mesma linha de raciocínio, um dos quais, o Professor P. N. Ramachandran Nair, disse recentemente no Congresso Internacional de Endodontia em Porto Alegre que a concepção está biologicamente correta. Posso lhe assegurar que é um processo irreversível.

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Antônio Tavares:
Após as técnicas de anestesia ptérigo mandibular de um tempo e bucal, para a extração do segundo molar inferior esquerdo comprometido por cárie e ainda com vitallidade pulpar, o paciente relata todos os sinais de bloqueio do nervo alveolar inferior e acusa permanecer com dor à percussão horizontal. Pergunta-se: Qual o provável diagnóstico e que outra técnica de anestesia deveremos utilizar?”

Antônio Tavares, não é uma pergunta pertinente à endodontia. Recorri ao Prof. Eduardo Azoubel, Professor de Cirurgia do Curso de Odontologia da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências (FBDC). Aí está a resposta dele:

Acreditamos que se trate de um caso atípico, pois todos os bloqueios necessários foram realizados, porém nao podemos esquecer que a maioria das áreas do corpo humano possuem anastomoses e nervos colaterais. Neste caso poderíamos fechar um diagnóstico de inervação colateral ou uma resposta inflamatória no periápice, então sugerimos com uma broca esférica número 1 realizar uma perfuração na cortical medular e proceder uma anestesia intra-óssea.
Espero ter ajudado
Eduardo Azoubel

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Heneias Oliveira:
Prezado Prof. Ronaldo, saudações!
“Diploma de curso Superior, hoje em dia, já não é um diferencial”.
Esta frase é do Eugênio Mussak, professor do MBA da FIA. Realmente estamos precisando entender mais do processo que envolve a Odontologia de uma forma mais holìstica. Saint’ExuperrY disse: O escencial é invisível aos olhos. Assim, nós cirurgiões-dentistas deveríamos enchergar a nossa tão sublime profissão. Diferencial, hoje, é conseguir a confiança de nossos clientes. É ter um comportamento honesto com eles com transpartência e um mix de senso e atitudes corretas no quesito procedimento odontológico. O processo de aprendizagem não deve se resumir apenas ao acúmulo de conhecimento mas sobretudo também ao estímulo ao pensamento. O sucesso de nossas carreiras está fundamentada nestes princípios. A tecnologia está em nossas mãos porêm a ética deve fazer parte de nossa conduta como profissionais e como seres humanos. Em meio a esta crise mundia, sobreviverá aquele cuja mente for fértil.
Saúde e prosperidade a todos os meus colegas.

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Fabiana:
Olá Prof., como vai… Estou querendo comprar um localizador apical e estou um pouco na dúvida quanto ao custo benefício da marca Joypex. O Sr. já ouviu falar… Ele é bem mais barato do que os outros… Se puder gostaria de algumas dicas… Desde já obrigada e parabéns pelo site estou adorando…

Fabiana, infelizmente não posso lhe ajudar pois não conheço esse localizador apical. Vou ver se consigo alguma informação e lhe passo. Fico feliz por saber que você está gostando do site.

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Elton:
Professor iniciei o tratamento endodôntico do elemento 46 em um paciente de 13 anos, o dente já estava praticamente aberto, consegui identifcar os canais mésio lingual e distal, mas não estou conseguindo localizar o mésio vestibular, gostaria de saber, como devo proceder pra localizar o o canal em questão?
Desde já obrigado!!

Elton, o canal disto-vestibular (DV) “caminha”, o que pode dificultar a sua localização, entretanto, o MV está sempre embaixo da cúspide MV. Veja se ainda há alguma possibilidade de existir teto da câmara pulpar e remova para que você possa enxergar perfeitamente todo o assoalho da câmara. Ilumine-o bem (“jogue” a luz do refletor para dentro da câmara usando o espelho clínico) e siga as linhas escuras do assoalho, elas conduzem às entradas dos canais. Não busque somente com a ponta do explorador, é um instrumento muito grosseiro. Use também uma lima 08 ou 10 e faça uma sondagem cuidadosa. Observe que durante a sondagem em busca do canal quando a ponta da lima “bate” na dentina do assoalho não “encaixa”, fica solta, mas se ela “encontrar” a entrada do canal voce vai perceber que fica presa (isso exige muita delicadeza no manuseio do instrumento, aliás, como sempre deve ser). Não remova o instrumento, ali deve ser o canal. Se você tiver lupa e/ou o microscópio, nessas horas são recursos muito bons.

Um convite

Acredito que um dos maiores equívocos, quem sabe o maior, que se comete na Endodontia, é o ensino, e consequentemente o exercício, apoiado quase que exclusivamente em princípios mecânicos. Até quando iremos colocar a execução da técnica pela técnica acima da técnica respaldada pela compreensão do processo. Por causa disso, duas coisas aconteceram: o absoluto desencontro da endodontia, como ciência, com as outras especialidades das áreas de saúde e baixos percentuais de sucesso. Você tem dúvidas disso? Como explicar então tantos retratamentos sendo feitos? Faço um convite. Leia o texto “Entender para fazer bem” em Conversando com o Clínico clique aqui. Depois, que tal se trocarmos idéias sobre o tema aqui no blog?

Curso de Especialização

O Prof. Gilson Sydney (PR) esteve recentemente no nosso curso de especialização dando aula (20 horas de carga horária) sobre preparo automatizado do canal. Como sempre, com seu jeito alegre e simpático o Prof. Gilson conquistou o grupo. É outra figura humana encantadora. Veja na foto abaixo um momento de descontração no encerramento do módulo (clique na imagem para ver em tamanho maior).

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Alunos do VI Curso de Especialização em Endodontia da ABO-Bahia (2008-2009) em foto de descontração ao final de vinte horas de aula sobre Preparo Automatizado do Canal com o Prof. Gilson Sydney. A aluna Talita Mota não está na foto.
Em pé: Sara Salgado, Érica Galvão, Prof. Gilson Sydney, Juliana Pedreira, Artur Paiva Neto, Alexandre Tahim, Eduardo Gonçalves e Profa. Suely Colombo.     
Agachados: Elisa Oliveira, Tatiana Conde, Carla Nunes, Fernanda Ferraz Nunes e Carolina Bastos.