Limpar o que?

Quando penso em tratamento endodôntico de canal com necrose pulpar, penso em infecção. É só lembrar que a maioria absoluta das alterações pulpares/periradiculares tem origem na cárie, um processo infeccioso. A literatura tem demonstrado que a infecção tende a se disseminar por todo o sistema de canais. Nesse sentido, o tempo desempenha papel fundamental.

Quando lembro que o canal cementário faz parte desse sistema de canais, penso na possibilidade/probabilidade/certeza do seu envolvimento nesse processo infeccioso. Quando lembro que onde há infecção não há reparo… Leia o texto completo

Patência!!!

Victor Nóbrega:Professor, eu tenho uma dúvida quanto ao conceito de patência, inicialmente achava que a definição de patência seria uma lima K ou outra que fosse de um diâmetro fino que eu consegueria chegar até o fim do canal, porém estou confuso se conseguir patência e manter a patência são coisas realmente distintas… Faz parte de ”conseguir patência” ultrapassar a lima de patência após a instrumentação das outras limas ? … No caso minha dúvida praticamente seria ” conseguir patência” e manter a ”patência” são coisas distintas ? se possivle gostaria da definição de patência, que já procurei e não consigo achá-la.

Victor, a incompreensão dos procedimentos realizados no forame ainda é claramente perceptível em alguns comentários que ouço e textos que leio. Fala-se muito, entende-se pouco. Para começar, patência de que? Para responder a sua pergunta, vamos simplificar. Conseguir patência foraminal é chegar ao forame pela “primeira vez” e manter patência é voltar frequentemente ao forame enquanto se prepara o canal. Aqui mesmo no Blog e no Conversando com o Clinico clique aqui você pode encontrar textos sobre esse tema (como tambem no meu livro).

Retratamento!!!

Francine Zuanetti:Prof. Ronaldo. Algumas vezes,somente em casos de pulpectomia com tratamento em sessão única, observo que alguns pacientes se queixam no pós-operatório de dor à percussão.Estou sempre atenta para instrumentar no limite correto e irrigar com pouca pressão, mas ainda assim, de vez em quando, sou obrigada a desobturar posteriormente, medicar com hidróxido de cãlcio e esperar que desapareça o sintoma.Segundo sua experiência , gostaria que tentasse me mostrar onde pode estar meu erro. Obrigada.

Francine, alguns procedimentos favorecem o seu surgimento, mas a dor pós-operatória é passível de acontecer em qualquer tratamento endodôntico. Se ocorrer dor após tratamento endodôntico nos casos de polpa viva (o que você relata) realizados dentro dos parâmetros recomendados, não há necessidade de retratamento. Medidas simples como aplicação de gelo na região em questão ou mesmo a prescrição de analgésicos e/ou antiinflamatórios contornam o problema em alguns poucos dias. Portanto, nessas circunstâncias, não retrate.

Cimento obturador ultrapassado???

Francine Zuanetti:
Professor,gostaria de saber quais são os melhores cimentos para obturação do canal.Costumo usar Endofill, mas não sei se já está muito ultrapassado. Obrigada.

Francine, é claro que existem alguns cimentos com características interessantes, mas acho que ainda há muito a se falar sobre esses materiais e os equívocos que foram e são cometidos quanto ao seu real papel em endodontia. Enquanto não se mudar a concepção na qual se apoia a endodontia, não teremos grandes e verdadeiros avanços. Observe que diante da quantidade de publicações sobre o tema (um sem número de monografias, dissertações e teses já foram feitas abordando essa questão), os avanços não são significantes; pouco acrescentaram ao resultado final do tratamento endodôntico, conforme atestam trabalhos recentes. Certamente ainda irei abordar esse tema outras vezes aqui no site. Por enquanto, duas coisas a dizer: a primeira é que você encontrará alguns textos sobre isso aqui no Blog e também na seção Conversando com o Clinico clique aqui do site. A segunda; eu também uso o Endofill.

Ápice aberto e lesão periapical

Cristiano:
Olá Professor! Preciso intervir em um incisivo lateral de um paciente com 29 anos. Este dente se apresenta necrosado (com imagem de lesão associada no exame radiográfico) e com ápice aberto. Tenho dúvidas em relação que mistura fazer com o hidróxido de cálcio  se…”solução aquosa ou oleosa”. outra questão é relativa aos periodos de troca deste curativo e também a previsão de término do tratamento para o paciente. Só mais um detalhe… posteriormente ao sucesso do meu tratamento este paciente retornará ao ortodontista para correção. Há algum problema??? Desde já agradeço a atenção.

Cristiano, não use o hidróxido de cálcio com veículo oleoso, use o aquoso. Não há uma única maneira, mas, como princípio geral, serve esta. Prepare o canal, faça a medicação intracanal e renove depois de cerca de 2 semanas. Nova medicação por mais 2 ou 3 semanas e renovação por 30 dias. Daí em diante, dois caminhos: tampão apical com hidróxido de cálcio (pode ser também com MTA) e obturação do canal ou terapia de apicificação até fechar o ápice, e obturação. Depois de concluído o tratamento, o paciente pode fazer a correção ortodôntica.

Diagnóstico em Endodontia

Michelle:
Paciente chegou no consultório com uma fístula no palato na região do 16, o qual possui trat. de canal ( feito a muito tempo) pino e coroa, sendo o mesial mal obturado e o distal, o cone ultrapassou 1mm.O dente está com mobilidade e paciente relatou sensação de dente crescido. Fiz um mapeamento dessa fístula com um cone que vai direto na raiz do 16 … porém não há lesão periapical … não observo fratura. Aí levanto a dúvida … essa fístula é periodontal e com raspagem melhora ou é necessário retratar esse canal?
O que fiz foi remover o dente de oclusão e drenar a fístula.

Michele, não há como “fechar” esse diagnóstico à distância. Você fala que o dente está com mobilidade e o paciente relatou sensação de dente crescido. Há doença periodontal, observada clinica e radiograficamente? Quantos anos tem esse tratamento endodôntico “feito a muito tempo”? Reveja o caso. É possível que haja necessidade de retratamento. De qualquer maneira, somente tirar o dente de oclusão e drenar a fístula não resolverá, tem que tratar a causa.

Radiologia em Endodontia

Priscila:
Boa noite… Gostaria de saber como faco pra saber na radiografia de um premolar ql e a raiz palatina e a vestibular? Grata

Priscila, existem algumas maneiras de ver isso e talvez a mais simples seja observar as asas do grampo na radiografia. A que aparece em um nível superior, “em cima”, é a que está na face palatina da coroa e a inferior na vestibular. É a imagem do que está em vestibular que se movimenta, para a direita ou para a esquerda, a da palatina “fica parada”. Se você observar na imagem radiográfica que a asa superior do grampo está mais para distal, a radiografia foi distalizada (a raiz vestibular “vai” para mesial). Se estiver mais para mesial, foi mesializada (a raiz vestibular “vai” para distal).

Questão de justiça

Temos que tirar proveito desses ensinamentos e dar os méritos a quem merece também no futebol brasileiro. Em 1990, o técnico da Seleção Brasileira de futebol era Lazaroni e com ele perdemos a Copa (fomos eliminados já na segunda fase da competição), em um dos momentos mais vergonhosos da seleção canarinho. Se existisse FMI no futebol, teríamos sido salvos.
A seleção voltou a convencer, a brilhar, na Copa do Mundo de 2002, com Felipão como treinador. Mas, por uma questão de justiça, devemos reconhecer que o mérito do título de campeão da Copa do Mundo de 2002 é de Lazaroni. Leia mais