A concepção da graduação

Hoton Bezerra:
Sou estudante de odontologia da UEPB e o meu prof. falou que deveriamos usar na maioria dos casos, em que o preparo foi concluido, o hidroxido de calcio e Eu fui ver uns artigos e neles vir que mesmo sem a conclusão do preparo do canal era indicado o uso do hidroxido de calcio, qual sua opinião prof.? agradecido e aguardando. Obg.
Hoton, sendo você um aluno de graduação acho que deve seguir a concepção da sua faculdade.

Tampão apical

Douglas:
Olá Professor, hoje chegou em meu consultorio um paciente do sexo masculino, 55 anos, com indicacao de retratamento do 21. Na radiografia aparece um dente de ápice aberto. Questionei o paciente e o mesmo me informou que quando pequeno sofreu um trauma. Enfim, gostaria da ajuda do Prof. como proceder nesse caso. Troca de medicacao e aguardar a apicificação (lembrando que é um dente adulto) ou tentar obturar “forçadamente”??
Obs: o paciente nao sente dor, apenas foi indicado pro colega para futuramente colocar protese.
Grato prof.
Douglas, prepare o canal e faça troca de medicação de 2 a 3 vezes (de acordo com cada situação) para controle de infecção. Pode então fazer a apicificação, como você mesmo coloca, ou então um tampão apical e obture o canal. Sei que está na moda fazer o tampão apical com MTA (sem dúvida um material excelente), mas eu faço com hidróxido de cálcio, com os mesmos resultados e custo muito menor.

Por que não obturar?

Milena:
Olá, adorei o blog, parabéns!!!
Gostaria de tirar uma duvida… estou tratando canais do dente 16 de uma paciente… o dente estava com polpa viva, foi instrumentado até a lima 40 no CRT certinho, a paciente apresenta dor a percussão, posso obturar o canal? desde já agradeço!
Milena, uma vez que não há envolvimento microbiano, não há porque não obturar o canal.

Controle de infecção

Wanderson:
Ola Professor, estou com um caso dificil de se resolver(pelo menos pra mim,rsrs). Tenho um paciente diabético que apreentava uma fistula no dente 13. Ao RX observei extensa lesão periapical. Realizei entao o PQM do canal e coloquei CaOH2 PA intracanl. Na sessão seguinte o paciente voltou com grande supuração pela fistula(que anteriomente estava “seca”). Realizei nova instrumentação e nada… Curetei o ápice e regrediu um pouco mas continuou uma leve supuração… Então deixei o dente aberto… ainda não tive o retorno do pacinte.Será que esse problema é devido ao diabetes(obs: glicemia controlada)??? O que devo fazer?
Obrigado!
Wanderson, o problema tem a ver com o tratamento endodôntico em si, ainda mais que o paciente tem a glicemia controlada. Instrumente o canal (irrigação com hipoclorito de sódio a 2.5%) e faça limpeza ativa do forame (procure aqui no blog e na seção Conversando com o Clínico do próprio site que você encontra textos sobre isso). Faça também curetagem da fístula e medicação intracanal com hidróxido de cálcio com soro fisiológico. Somente em condições específicas haverá necessidade de cirurgia parendodôntica.

O futuro da Endodontia

Camila Figueiredo:
Prof. Ronaldo, primeiro quero parabenizá-lo pela iniciativa do blog. Bom, estou prestes a entrar num curso de especialização de endodontia e me vieram muitas perguntas à cabeça, na verdade eu gostaria de saber sua opinião sobre o futuro da endodontia; a perspectiva em relação a essa especialidade. Desde já agradeço.
Camila, apesar de muito oba-oba na endodontia brasileira neste momento (às vezes é só o que se faz), no aspecto técnico-científico o futuro é muito promissor. Quanto à questão financeira, sempre haverá lugar para os bons profissionais.

Sessão única

Victor Nóbrega:
Semana passada em meu estágio, peguei um elemento 21 necrosado e realizei em sessão única, sou apenas um iniciante e academico do 8 período porém a literatura embasa que podemos, acho que negligênciei em alguma etapa e o elemento teve uma agudizaçãos seguida de abcesso, desobturei fiz o desbridamento e coloquei medicação intra canal, existiria algum outro procedimento de tratar o mesmo, sem desobturar o canal :T ? estava mto bem obturado porém agudizou
( Não tinha comprometimento sistemico)
Victor, acredito que o tratamento endodôntico de canais com polpa necrosada em sessão única deve ser encarado com mais cautela, em algumas situações não é tão simples como querem fazer parecer. Acredito também que quando se trata de aluno de graduação, seu caso, o cuidado deve ser maior ainda. Como você mesmo constatou, “estava mto bem obturado porém agudizou”. A obturação nunca foi e não é a garantia do sucesso. Diante do insucesso, a primeira alternativa é retratar e para isso você tem que desobturar o canal.

Medicação intracanal

Marina:
Olá Professor! Sou recem formada e gostaria de saber qual melhor medicacao intracanal para os seguintes casos:
Polpa Viva com canal nao instrumentado
Polpa viva com canal instrumentado
Polpa necrosada com canal nao intrumentado
Polpa necrosa com canal instrumentado.
Eu sai da faculdade so fazendo medicação intracanal com hidroxido de calcio com polpa necrosas e canal intrumetado por 15 dias. Em todos os outros casos somento o uso de hipoclorito. Essa conduta está certa? Por que vejo muitos colegas usando ostoporin em polpa viva e paramono e formocresol e necro. Aguardo sua resposta.
Marina,
1. Polpa viva com canal não instrumentado – nenhuma medicação, o canal não foi instrumentado.
2. Polpa viva com canal instrumentado – obture o canal na mesma consulta. Se por qualquer razão não for possível obturar, hidróxido de cálcio.
3. Polpa necrosada com canal não instrumentado – nenhuma, o canal não foi instrumentado.
4. Polpa necrosada com canal instrumentado – hidróxido de cálcio.
O hidróxido de cálcio é a minha escolha. Não uso qualquer outra medicação.

Professor Mestre Mauricio Lago

Um dos mais competentes endodontistas da Bahia agora também é mestre. Com a defesa da dissertação, intitulada “Estudo dos Efeitos Biomoduladores do Laser λ670nm no Processo Inflamatório Pulpar”, Mauricio Lago concluiu o seu mestrado em estomatologia no Curso de Odontologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) no dia 22 de julho de 2011. Em um momento em que é cada vez mais difícil unir competência, humildade, discrição e sobretudo dignidade, Maurício Lago já há algum tempo representa um referencial para os mais jovens e por isso é destaque na endodontia baiana. Esse é um Professor, com P maiúsculo mesmo. Parabéns Mauricio.
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Profa. Dra. Silvia Reis (EBMSP) (Orientadora), Profa. Dra. Alena Peixoto Medrado (EBMSP), Profa. Dra. Gabriela Botelho Martins (UFBA), Prof. Dr. Ronaldo Araújo Souza (EBMSP).

Alena Peixoto Medrado, Gabriela Botelho Martins, Maurício Lago, Silvia Reis (Orientadora), Ronaldo Souza.

João Dantas, Ronaldo Souza, Silvia Reis, Gabriela Martins, Maurício Lago e Cristiana Lago (esposa de Maurício).

Pequenos grandes equívocos

Mais recentemente tem-se afirmado, e isso tem sido feito com muita veemência, que a dificuldade no controle da infecção no tratamento endodôntico surge em função da falta de domínio da anatomia do canal radicular por parte do endodontista. Domine-se esta, resolve-se aquela. Assim, a anatomia do canal radicular tem sido colocada como algo a se dominar para o bom êxito do tratamento endodôntico. De fato é, mas mais uma vez simplifica-se demais a questão por ausência de um conhecimento consistente… O domínio dessa anatomia é importante? Claro que sim, mas, não parece vir da luz do canal principal a dificuldade maior do endodontista em eliminar os microorganismos. Discute-se já há algum tempo a dificuldade de se enfrentar os microorganismos no sistema de canais radiculares, do qual fazem parte os túbulos dentinários, canais laterais, recorrentes, secundários, acessórios, delta-apicais, istmos, reentrâncias, saliências… A pergunta que se impõe é uma só: há, com os recursos técnicos atuais, como ter domínio dessa anatomia? Leia mais…

Da Bahia para o Mato Grosso do Sul

Marilene Ortega:
Olá professor, gostaria de elogiar o blog, acho simplesmente fantástico e adoro quando você posta: “não faço canal, trato canal!!!!”. Já adotei essa frase, como endodontista usa-a sempre. Bom, gostaria muito de frequentar um curso ministrado pelo professor, mas sou do mato grosso do sul e a Bahia é um pouco longe kkkkkk!!!!! Tem previsão de curso pra uma região mais perto do meu estado. Um grande abraço…….

Marilene, obrigado pelo estímulo. Infelizmente, tenho postado pouco, graças ao pouco tempo de que venho dispondo, mas vamos tocando. Concordo com você com relação à distância entre a Bahia e Mato Grosso do Sul e a consequente dificuldade. Aí perto de você já dei aula em Brasília, São Paulo (Ribeirão Preto [2 vezes], Campinas [2 vezes] e Bauru) e em Goiânia (algumas vezes). Devo voltar em breve a Goiânia para dar aula na especialização do Prof. Estrela. Em Mato Grosso do Sul, quem sabe…