Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço
A primeira pesquisa eleitoral realizada após a “fusão” entre Campos e Marina é uma ducha de água fria nas pretensões da oposição.
Realizada na sexta-feira, uma semana após Marina Silva se filiar ao PSB com objetivo, segundo palavras dela própria, derrotar o “chavismo do PT”, a sondagem do Datafolha mostra quase uma reviravolta no quadro eleitoral.
Em favor de Dilma.
Surpreendendo as análises mais otimistas, a presidente ampliou sua vantagem sobre os adversários. Ao final de agosto, a melhor performance de Dilma no Datafolha era de 35%. Agora tem 42%, o que corresponde a uma vitória tranquila no primeiro turno. Aécio e Campos somados tem 36%.
Comentários de Fernando Brito, no blog Tijolaço:
… diz o próprio jornal “os números de ontem sugerem que o espólio eleitoral de Marina foi dividido de forma quase idêntica entre Dilma, Aécio e Campos. A petista teria herdado 7 pontos; o tucano, 8; o socialista agora apoiado por Marina, 7″.
Portanto, ainda assim, com rede de TV, e “overmídia”, menos de um terço dos possíveis eleitores de Marina vão para Campos, apesar de, em tese, não faltar informação sobre o (será mesmo?) apoio da ex-senadora ao pernambucano.
(Eduardo) Campos registra uma rejeição desproporcional a seu grau de conhecimento. 25% dos entrevistados o rejeitaram, o que talvez reflita o sentimento crescente de que Campos tenha “traído” seu maior padrinho eleitoral, o ex-presidente Lula.
Portanto, uma leitura atenta destes dados, filtrada pelo “ainda assim” que fica evidente, mostra que Aécio e Campos saíram como os derrotados desta rodada. E Serra e Marina prontos para continuar a exercer as pressões sobre seus “candidatos postos” pelos métodos que sabemos.
E Dilma, ainda sem Lula ter acendido o farol de seu prestígio para guiar o eleitor, segue tranquila, com lastro para enfrentar a tempestade de mídia que vem pela frente.
O Datafolha? O Datafolha, perdoem-me o chulo do ditado, só comprova o jocoso chiste sobre a estatística ser como a minissaia: mostra tudo, mas encobre o essencial.