Dilma não dá a luz e Lula e Haddad se filiam ao PSDB

Por Sergio Saraiva, no Jornal GGN

Mãe, filho e espírito santo; se for petista, a Folha bate.

Estão se tornando cômicas as manchetes da Folha de São Paulo. Dada a ordem para que os textos desgastem os governos do PT, o mancheteiro foi à luta, mas deve lhe faltar razões, competência ou senso de ridículo para tanto. E, assim, o resultado final acaba por ser risível, caso não fosse, antes, trágico para a informação dos leitores e para a credibilidade da própria Folha.

Já sabíamos, desde 06/02/2014, que o governo Haddad estava envolvido com o trensalão do Governo de São Paulo que é do PSDB.

A Folha de São Paulo e a falácia envolvendo o “assessor de Haddad”

Agora, sábado (15/02/2014), na primeira página, a Folha nos informa que Lula é suspeito em relação ao Mensalão Tucano. Manchete:

“Lula viajou em jato de ex-réu do mensalão tucano”.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/152304-painel.shtml

Caramba, que diabo é um “ex-réu”?

E a coluna Painel não deixa por menos:

“Apertem os cintos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voou para Belo Horizonte em um jato Cessna CJ3 de propriedade da holding de seu ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. O empresário foi réu no mensalão mineiro sob a acusação de peculato e lavagem de dinheiro, mas não será julgado porque a Justiça determinou que os crimes prescreveram em 2012, quando ele fez 70 anos. O avião em que Lula viajou, de prefixo PR-BIR, está em nome da Samos Participações Ltda., empresa do ex-ministro”.

A única informação relevante aqui é o modelo, “Cessna CJ3”, e o prefixo, “PR-BIR”, do avião. Mostra que a Folha mantém informantes detalhistas na cola de Lula. Demais, Walfrido foi ministro de Lula, são amigos e é natural a troca de gentilezas entre eles. Suspeitíssimo, não?

O que isso tem a ver com o Mensalão Tucano, a Folha deixa aos cuidados da imaginação do leitor.

E domingo (16/02/2014), para completar a trinca petista, é Dilma quem vai para o alto da primeira página.

“Governo vai repassar para tarifa custo extra com energia no verão”.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/152441-governo-vai-repassar-par…

A manchete não deixa dúvidas. E o primeiro parágrafo resume a intenção da reportagem:

“O governo já decidiu que vai dividir com a população o custo extra das usinas termelétricas, que estão sendo acionadas além do previsto neste início de ano por causa da seca atípica que reduziu o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas”.

A esperança é que o leitor pare por aí e fique com bastante raiva do governo Dilma. Agora, se o leitor se der ao trabalho de seguir em frente, notará a manchete e o primeiro parágrafo se diluindo.

Vejamos:

“O percentual que cada parte terá de assumir ainda está em estudo. A ideia inicial, segundo a Folha apurou com um assessor presidencial, era dividir "metade, metade".

Na versão impresa ficamos sabendo que "Outra opção é que o Tesouro assuma a maior parte,…".

Ah, então, ainda é uma “ideia em estudo”. E a informação é de um “assessor presidencial”. Seria o senhor que serve o cafezinho? Seria Miguel do Rosário?

Vamos além:

“A tendência é que essa parcela seja repassada para a conta somente em 2015, afirmou reservadamente um auxiliar da presidente Dilma, …”

Quer dizer que a manchete se refere a algo que deve acontecer em 2015. É jornalismo premonitório. E ainda, em ato falho, a Folha já dá a presidente Dilma como reeleita. Quem seria o indiscreto “auxiliar da presidente”?

Após citar fontes tão seguras, ficamos sabendo que “Quando o Tesouro assumiu a despesa [o custo das termoelétricas] de 2013, foi determinado que os gastos seriam repassados gradualmente para as tarifas, em até cinco anos.”

Pronto, se o repasse já estava decido desde o ano passado, deixou de ser jornalismo premonitório e passou a ser notícia velha.

Aguardemos a manchete de segunda-feira:   

“Dilma não dá a luz e Lula e Haddad se filiam ao PSDB”.