E Souza voltou… a se machucar

Estou ficando sem fôlego. Comecei um texto dizendo “Nem bem respirei após escrever um time refém…” e agora foi pior, não deu nem para respirar.

Mal tinha dito que, pelas suas precárias condições físicas, Souza não suporta 10 minutos de jogo, ele sai machucado no segundo jogo que faz na temporada 2013.

O departamento médico do clube já informou que “o centroavante Souza tem um problema no adutor da coxa e fará uma ressonância magnética nesta segunda-feira para avaliar a lesão. De acordo com o médico, o atacante já está vetado para a partida do próximo domingo, contra o Juazeirense, em Juazeiro. A expectativa é que Souza se recupere até o BA-Vi, dia 28 deste mês”.

Naquele texto falei que “sem perceber, mais uma vez Souza deu margem a especulações sobre as suas reais condições físicas e o que estaria contribuindo para rendimento tão baixo. As razões já foram divulgadas por parte da imprensa e não combinam com um profissional que se faz respeitar”. Agora ele não dá margem a especulações, deixa bem claro; neste momento ele não está em condições de jogar futebol profissional.

Um ditado antigo, que se aplica bem agora, diz que não adianta tapar o Sol com uma peneira. Assim, não há porque tentar dissimular o que já é de domínio público.

A torcida já sabe quais são os jogadores que fazem parte do grupo que vem dando as cartas e desestruturando o time. Souza, Titi, Marcelo Lomba e Neto ficaram marcados. Engana-se quem pensa que as vaias a Neto decorrem dos quinze pênaltis que ele cometeu no Ba-Vi e da Avenida Neto que inaugurou. Isso está contribuindo, porém as impiedosas vaias a ele são o mais puro reflexo da sua atitude de flagrante desrespeito à torcida ao fazer parte da “panelinha” que vem tirando o sono do torcedor tricolor.

As eventuais falhas de Titi e Marcelo Lomba eram “esquecidas” pela condição de ídolo de ambos. Vão continuar falhando? Claro que sim, não há como não cometer falhas e talvez ainda mais no futebol. Titi vem falhando e Lomba também falhou no Ba-Vi, e não foi uma vez só. Bem baixo, para que ninguém nos ouça; acho que de agora em diante essas falhas serão cobradas. Neto não tinha respaldo e acho que vai pagar um preço alto.

Esses jogadores fizeram uma opção: entre Souza e a torcida, escolheram Souza. Foi a maior prova de estupidez que eles podiam dar. Ilustres desconhecidos, aqui ganharam a condição de ídolos, prestígio e dinheiro. Não se tratava de defender um colega em situação difícil, qualquer que fosse ela, o que seria elogiável. Saíram em defesa de um jogador que, além de frustrar os anseios da torcida, recentemente só envolveu o nome do clube em episódios nada recomendáveis. O movimento que levou o clube a uma situação vergonhosa e de prejuízo financeiro tinha uma grande causa; devolver a Souza a condição de titular do time. Há um preço a pagar.

Fica agora um grande impasse. Como controlar a situação e eventualmente punir os jogadores por determinadas atitudes, se algumas delas tiveram o aval do presidente? Não precisou a imprensa investigar e mostrar (será que ela faria isso?) as farras feitas por alguns jogadores nesses últimos tempos. O presidente do clube se encarregou disso.

O que pretendeu o presidente quando fez uso das redes sociais para mostrar garrafa de whisky nas suas farras com os jogadores? O que se poderá fazer agora em termos de disciplina quando o nível de comportamento nunca foi tão baixo e a compostura é algo que se perdeu há muito tempo? O que tornou possível uma reportagem no Placar, a revista de esporte de maior circulação do país, com o título de “O rei da baixaria”, tendo como protagonista o Presidente do Esporte Clube Bahia?

Um clube sem comando, refém de tudo e de todos.

Alguém já disse que o Sol é o melhor desinfetante que existe. O grande problema é que o Sol não consegue entrar no Bahia.