Como Bolsonaro lida com a sua corrupção

Bolsonaro e irmão

Por Ronaldo Souza

O “Domínio do Fato” foi usado espertamente por Joaquim Barbosa para condenar José Dirceu e Genoino.

Usando-o como argumento, Joaquim disse que não tinha como eles não saberem de nada sobre o mensalão.

Na mesma época em que acontecia o julgamento, Claus Roxin, o jurista alemão que criou a teoria do Domínio do Fato, esteve no Brasil para fazer palestras e deu entrevista à Folha.

Com elegância, algo que Joaquim Barbosa desconhece, disse que Joaquim tinha usado a sua teoria de forma equivocada.

O que fez a Folha?

Só publicou a entrevista depois das eleições.

Até hoje essa teoria é utilizada, sempre, claro, ao sabor das conveniências das interpretações, como fez Joaquim Barbosa.

Bolsonaro sempre foi um dos mais fervorosos adeptos da interpretação de Joaquim Barbosa.

E a usou para adubar e estimular o “clamor popular” para condenar José Dirceu e Genoino e agora usa para fazer o mesmo com Lula e Dilma.

Bolsonaro, o paladino da moral e da justiça, o capitão da verdade.

Aquele que a todos acusa de corruptos.

Não é tão simples aceitar a existência de protótipos desse tipo numa sociedade que se pretende séria.

Logo ele, que também está na lista de furnas e se defende dizendo que não lembra, “é possível que tenha recebido algum dinheiro”.

Indivíduos desse tipo são desmascarados com grande frequência, mas estão sempre impunes por pertencerem aos grupos que pertencem e terem seguidores com baixo nível mental-intelectual.

Entretanto, ainda que seja assim, quem, com o mínimo de dignidade, pode imaginar que Bolsonaro não sabia de nada sobre o irmão?

No início chegou a dizer que não tinha nada a ver com o assunto e no seu velho estilo de macho disse:

– Ele que se exploda.

Querendo dar a impressão de que era implacável até mesmo com seu irmão.

Imagino o quanto devem ter se arrepiado os seus machos seguidores com frase tão eloquente e digna.

Só mesmo eles para levar “Bolsomito” a sério.

Porém, nem todos são como eles.

Observe o artifício usado por Bolsonaro diante da corrupção que já não o poupa e também aos seus.

Veja as matérias abaixo.

Jornal GGN

Irmão de Bolsonaro é exonerado da Assembleia Legislativa de SP

Renato Antônio Bolsonaro, irmão do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), foi exonerado do cargo de assessor especial do deputado estadual André do Prado (PR), após uma reportagem revelar que ele recebia sem trabalhar na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Segundo matéria do SBT, Renato recebia um salário de mais de R$ 17 mil mensais e é dono de quatro corretoras de imóveis em Miracatu, do interior de São Paulo, onde concorreu ao cargo de prefeito em 2012. Sobre o caso, o deputado federal deu duas declarações diferentes, uma em que defendia o irmão e dizia que ele não cometeu crime, e outra em que dizia que o problema era de seu irmão. “Ele que se exploda”, disse.

Do O Dia

Funcionário fantasma, irmão de Bolsonaro é demitido da Alesp

Renato Bolsonaro tinha cargo de assessor especial parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo e recebia mensalmente mais de R$ 17 mil.
Mais de 17 mil reais como assessor!
São Paulo – O irmão do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Renato Antônio Bolsonaro, foi exonerado nesta quinta-feira do cargo de assessor especial parlamentar do deputado estadual André do Prado (PR) após ser considerado funcionário fantasma na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Bolsonaro trabalhava com o político havia três anos.
Segundo informações reveladas em uma reportagem exibida pelo SBT, pelo repórter Fábio Diamenta, Renato Antônio recebia mensalmente um salário de mais de R$ 17 mensais sem comparecer à Assembleia. Ainda de acordo com informação da reportagem, Renato era dono de quatro corretoras de imóveis na cidade de Miracatu, no interior do estado, enquanto deveria estar na Alesp.
Em 2012, Bolsonaro concorreu ao cargo de prefeito da cidade de Miracatu. Na época, ele teve apenas 25% dos votos validos e não conseguiu se eleger. A reportagem procurou o deputado estadual André do Prado (PR), no entanto ele afirmou que estava muito ocupado nas atividades da Casa. O deputado Jair Bolsonaro também foi procurado e afirmou que desconhecia a situação do irmão.

“De qual deputado ele é empregado lá em São Paulo?”, perguntou o deputado federal. Ao saber de quem era o político seguiu dizendo: “Pau nele, pau nele pra deixar de ser otário. Se o meu irmão praticar um crime, uma besteira, é problema dele. Não vai ter nenhum apoio meu. Ele que se exploda”, concluiu o deputado.

Confira a reportagem do SBT:

Do UOL

Jair Bolsonaro sai em defesa do irmão: “Ele não cometeu crime”

Renato Bolsonaro, irmão do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), afirmou que fazia assessoria parlamentar de dentro de loja após ser exonerado do cargo de assessor parlamentar do deputado estadual André do Prado (PR-SP) na Assembleia Legislativa de São Paulo nessa quinta (7). Apesar de receber mais de R$ 17 mil por mês do governo estadual, Bolsonaro trabalhava diariamente em uma de suas lojas no interior de SP. Jair Bolsonaro defendeu o irmão: “Ele não cometeu crime. Isso foi só para atingir a minha pessoa”

 

Comentário do Falando da Vida:

Não são sensacionais os argumentos dos dois irmãos?

Além disso, você observou o “diálogo” entre o repórter e o irmão de Bolsonaro?

Repórter: É gostosa essa cidade, né?

Irmão: O que estraga são os políticos.

E a risadinha.

O interessante é que o irmão de Bolsonaro só largou a assessoria do deputado André do Prado porque vai se candidatar à prefeitura da cidade.

Será também… político!!!

Tal qual Bolsonaro, ele também acha que os políticos não prestam.

Mas eles são as exceções.