Por Ronaldo Souza
Não dá para imaginar que alguém ainda pensasse diferente.
Apesar das insistentes (até demais) declarações dos membros da Lava Jato no sentido contrário, o comando e as ações desde o início estiveram voltados para depor Dilma e dar posse a Aécio.
O alvo maior, no entanto, sempre foi destruir a imagem de Lula.
A perseguição é implacável e asquerosa.
Como diz a atriz Eva Wilma:
“O que estão fazendo com Lula é uma caça às bruxas”.
Não importam as provas que se acumulam contra Aécio.
Todos os inquéritos contra ele são arquivados.
Não importa o envolvimento de Fernando Henrique Cardoso, comprovado por vários documentos.
Mais que de imediato, a imprensa o tira do noticiário e tudo vai para o esquecimento.
Mesmo Eduardo Cunha consegue se manter intocável, num jogo de cena mais do que ridículo em que ministros da Justiça se deixam enlamear.
O STF não constitui exceção.
A não ser em determinados momentos, mas de forma tímida, a sociedade passivamente assiste ao circo armado por alguns dos seus mais importantes segmentos.
Que fim terá?
Conseguirão?
Independentemente do final, mídia-judiciário-MP-PF-PSDB já estão desmoralizados.
Desmoralização, entretanto, não costuma ser a preocupação dos pequenos homens.
Não lhes importa o que dirá a história.
Não vem ao caso.
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Para o Palácio, agora está claro que alvo de Moro é Dilma, além de Lula
Por Tales Faria, no Fato on Line
A 23ª fase da Operação Lava-Jato, nomeada Operação Acarajé, por ter como alvo principal o marqueteiro baiano João Santana, fez soar os alarmes entre os auxiliares mais próximos da presidente Dilma Rousseff.
Para eles, está claro agora que o juiz Sérgio Moro e os procuradores e delegados da Operação Lava-Jato trabalharam com uma estratégia de investigação, de mandados de busca e apreensão e de prisões dividida em fases para, ao final, chegar aos alvos principais, que são o ex-presidente Lula e a atual presidente da República.
Já havia causado estranheza ao Planalto o fato de Moro ter sido tão enfático, num ofício que enviou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no final do ano passado.
Naquele ofício, Moro disse que “seria talvez oportuno” que delatores do esquema de corrupção da Petrobras fossem ouvidos dentro de uma ação que investiga a eleição da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer. Moro também deu como comprovado o uso de propina com recursos da estatal para realizar doações eleitorais, como acusa o PSDB na ação que apresentou contra campanha petista de 2014.
Agora, nesta 23ª fase das investigações, quando parte para cima do marqueteiro da campanha, João Santana, às vésperas do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, o gesto do juiz está sendo interpretado como uma tentativa de forçar a condenação da presidente.
Mais. O processo no TSE, junto com a divulgações de novas apurações em torno da campanha eleitoral têm potencial para incentivar movimentos de rua pró-impeachment, ainda mais com o agravamento da crise econômica. Ou seja, exatamente a grande esperança das oposições no momento.
E é isso que está levando Dilma, Lula e companhia a cada vez mais acreditar numa ação coordenada de Moro e seu auxiliares com as oposições.