O esvaziamento de Marina Silva

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho

O dado mais impressionante observado na pesquisa Ibope divulgada ontem é o acelerado esvaziamento das intenções de voto em Marina Silva.

A ex-ministra tinha 21% das intenções de voto em outubro do ano passado (na mesma época, Dilma tinha 39%), caiu brutalmente par 14% em novembro, e agora tem 12%, situando-se abaixo de Aécio Neves.

A íntegra da pesquisa Ibope pode ser lida aqui.

Vale a pena também dar uma olhada nessa tabelinha montada por Maurício Dias, para sua coluna na Carta Capital, comparando pesquisas dos diferentes institutos. Observe que Dilma tem acima de 62% dos votos válidos em todos.

Outro fator intrigante na pesquisa é a estagnação de Eduardo Campos. Todos os analistas políticos achavam que, ao se unir a Marina Silva, suas intenções de voto iriam disparar. Tanto é que o próprio entregou à Marina um certo poder de “veto” às alianças que ele mesmo, Eduardo, vinha costurando há meses, quiçá anos. Aconteceu o contrário. Em outubro de 2013, mês no qual apareceu com grande destaque na mídia, em virtude da filiação de Marina Silva a seu partido, o PSB, Campos tinha 10% das intenções de voto. No mês seguinte, contrariando as expectativas de que iria “herdar” os votos de Marina, o pernambucano caiu para 7%. E agora, na pesquisa de março de 2014, se mantém em 7%.

A pesquisa é péssima para a oposição, porque mostra Dilma pairando olimpicamente na liderança, elegendo-se tranquilamente no primeiro turno, e com uma base eleitoral consolidada nas regiões mais pobres, nas cidades menores e junto às camadas mais humildes da população. Esse eleitorado é muito menos volúvel que a classe média ou público de grandes cidades.

Entretanto, Dilma também voltou a liderar na classe média, no sudeste e nas grandes cidades. Repare que Dilma tem 32% junto àqueles que ganham mais de 5 salários, contra 24% de Aécio e 10% de Eduardo Campos.