Por Ronaldo Souza
Foi vergonhoso.
O juiz Moro e a Lava Jato foram com todo gás.
Era a certeza de que iam pegar Lula no triplex de Guarujá com a Mossack Fonseca, uma empresa panamenha de advocacia especializada em offshores e lavagem de dinheiro.
Já faziam os cálculos da prisão de nine, como eles, Sérgio Moro e seu grupo, carinhosa e respeitosamente chamam Lula.
Não deu outra.
Baixaram no triplex, prenderam de saída cinco funcionários da Mossack (vamos chamar assim, na intimidade).
Ligaram para o “japonezinho”da Federal, aquele que, condenado já há 13 anos por corrupção e três processos nas costas, saía por aí prendendo todo mundo e fazendo selfie com Bolsonaro, Ronaldo uma voz à procura de um cérebro Caiado e outros grandes parlamentares.
Disseram ao japa.
– Japa, arrume a cela que a qualquer hora o “home” chega por aí.
– Nine?
– Ele mesmo.
– É pra já.
Por falar em japa!
Cadê ele?
Ligaram pros azul também (cê sabe que azul tem várias tonalidades, né? Claro, Marinho, Cobalto, Turquesa…).
– Prendi os “cara” da Mossack Fonseca.
– Você o que?
– Prendi os “cara” da Mossack Fonseca.
– Você é louco?
– ???
– Solta todo mundo.
– Mas…
– Mas porra nenhuma, solta.
Soltaram os cinco no mesmo dia.
Foi vergonhoso.
Depois de prender os “cara” e soltar fogos, ter que soltar por ordem dos donos da voz (da voz e tudo mais).
Pegaram pensando que tinham ligação com o triplex de Lula e era por ali que as coisas aconteciam. E acertaram.
Mas só a metade.
Os “cara” realmente estavam à frente do triplex, mas o outro.
Não, esse não. O outro.
O da Globo.
Já viu o triplex bonitão que tá lá em cima?
Esse mesmo.
Depois desse dia, ninguém quer ouvir falar de triplex.
A Globo envolvida até o pescoço…
Mas não vem ao caso.
Esse Dr. Moro não é fácil.
Danadinho.
Mas que ainda vão voltar lá vão.
No triplex da Globo?
Você é abestalhado? Claro que não!
No de Atibaia.
O que afirmam que é de nine.
Veja o texto de Fernando Brito.
—
“Panamá Papers” derrubam farsa dos Marinho. Paula pagou taxas de empresa do triplex de Parati
Por Fernando Brito, no Tijolaço
O Viomundo, de Luis Carlos Azenha, traz a cobertura completa.
O fato objetivo é que parte dos “Panamá Papers” que tornados públicos e revelando os envolvimentos de donos, herdeiros e executivos da moralista mídia brasileira, comprova que foi com dinheiro9da conta e com nota tirada em seu endereço residencial de Paula Marinho, neta de Roberto Marinho e sócia de seu pai, João Roberto Marinho, que foram pagas as taxas de “regularização” da offshore Vaincre LLC, montada pela operadora de lavagem de dinheiro Mossack-Fonseca.
A Vaincre é a dona da Agropecuária Veine Patrimonial, dona formal da irregular mansão em Parati, sobre a qual ninguém assume a propriedade.
Paula Marinho foi casada até o ano passado com Alexandre Chiappetta de Azevedo.
Quando o Tijolaço e outros blogs mostraram que a propriedade era da família Marinho, a Globo contestou e ameaçou-nos “sob pena de adoção das medidas legais cabíveis”, com uma “notificação” de João Roberto Marinho, um de seus donos e pai de Paula Marinho.
Deu com os burros n’água. Três dias depois, mostramos aqui que uma empresa do próprio João Roberto e de Paula Marinho dividia o endereço de uma apartamento na Rua Bulhões de Carvalho, 196, em Copacabana, com a sede da Agropecuária Veine – Mansão de Parati.
Em outra nota, João Roberto procurou dizer que era “apenas” um endereço emprestado por Alexandre Chiappetta, já ex-marido de Paula.
Hoje, porém, os “Panamá Papers” mostram a troca de e-mails onde se comprova que é Paula Marinho de Azevedo quem paga – e com recibo emitido contra seu próprio endereço residencial, no Arpoador – os registros da empresa-fantasma que serviria para montar-se outra fantasma que tem a mansão como patrimônio.
Também foi “emprestado”o endereço? Foi “emprestado” o nome de Paula Marinho?
A história está apurada. Temos todos os documentos. Falo por mim e, tenho certeza, pelo Azenha, que fez – com a competente e combativa Conceição Lemes – um magnífico trabalho de apuração, ao lado de outros companheiros: tudo está à disposição da “grande imprensa”, da Receita Federal, da Justiça Federal, que procura o dono da casa, do Ministério Público.
Sempre esteve, mas quando o assunto é a família Marinho, a covardia é geral.
A explosão dos badalados “Panamá Papers” seria um escândalo em qualquer parte do mundo. Aqui, vai ficar no “nós publicamos, sim”. Uma vez, sem destaque e sem apuração posterior.
Não deixe de ir ao Viomundo ver os detalhes de como a Globo foi pega pelo rabo nessa história.