Perigo à vista

Muita gente não faz a menor ideia de quantas calúnias e difamações já foram feitas contra Lula, Dilma e o PT. É a famosa prática do assassinato de reputação, tão bem realizada por determinados órgãos de “comunicação” da nossa progressista mídia.

Uma das mais vergonhosas foi a ficha falsa de Dilma Rousseff do DOI-CODI (instituição de repressão e tortura da ditadura militar), criada e publicada como reportagem de capa (para variar com grande escândalo) pela Folha e replicada nos demais órgãos da mídia e pela Internet. Diante da comprovação de que era uma farsa, a Folha fez um pedido de desculpas em um canto qualquer de página do jornal.  Só.

Outra vem ocorrendo sistematicamente na Internet e redes sociais de um modo geral, com o filho de Lula, Lulinha, como é conhecido.

Acusado de ter comprado uma fazenda e um jatinho (fotos acima) por milhões de reais, não importou que ambas as notícias fossem divulgadas sem a menor prova; foram absorvidas e espalhadas como as maiores das verdades Brasil afora com grande rapidez; mais um desejo incontrolável, mas facilmente explicável, de destruir Lula.

É tamanha a insensatez que esquecem que a mesma Internet que usam para difamar as pessoas representa uma grande arma pela rapidez com que desmascara os mentirosos. A foto da sede da fazenda de Lulinha é, na verdade, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo

A estupidez dessas pessoas irrita, mas dá pena.

Ocorre que surgem dois fatos novos. A família Lula resolveu não deixar barato e está buscando os responsáveis por tudo isso. Primeira notícia; Os advogados já entraram em ação. Algumas dessas pessoas já foram identificadas e seis já foram denunciadas ao Ministério Público. Outras ainda serão. Portanto, daqui em diante, aqueles que quiserem fazer parte dessa corrente pensem bem antes de faze-lo; estão de olho.

A coisa é tão séria que é aí que vem o outro fato novo. Quem poderia imaginar que por trás dessa delinquência juvenil parece estar o Instituto Fernando Henrique Cardoso. Estranho, não é? Que interesse poderia ter o insuspeito Instituto Fernando Henrique Cardoso em destruir a imagem de Lula?

Veja a reportagem de Marco Damiani, no Brasil 247

Instituto Fenando Henrique Cardoso na mira policial dos boatos contra Lulinha

Sítio Observador Político tem grupo de discussão criado desde 18 de abril sobre falsa compra de fazenda de R$ 47 milhões por Fabio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula; página virtual com 31,1 mil seguidores no Facebook pertence ao Instituto Fernando Henrique Cardoso; coordenação é atribuída a Daniel Graziano, diretor da ONG que tem como figura central o ex-presidente tucano; polícia quer saber motivação para propagação da injúria e difamação; responsáveis serão chamados a depor na 78ª Delegacia de São Paulo; o próprio FHC poderá ser ouvido na averiguação sobre ataques continuados contra filho de seu maior adversário político?; "Preferimos não trabalhar com teoria do domínio do fato", ressalva advogado Cristiano Zanin Martins ao 247; "Mas o inquérito policial certamente chegará às origens das mentiras contra o meu cliente"

Vai dizer que não é n
otícia? Só se não for para a mídia tradicional.

Na vida real, como 247 noticiou na semana passada, um inquérito policial está em andamento na 78ª DP, no bairro do Jardim Paulista, em São Paulo, para apurar as origens e as fontes de propagação nas redes sociais, em sites e blogs de informações falsas sobre Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Ele vem sendo vítima de injúria e difamação, por meio da atribuição de compra de um jatinho, uma fazenda e associação com um grande frigorífico.

Agora, o caso acaba de ganhar mais um elemento explosivo. A polícia já sabe que um dos endereços eletrônicos de disseminação das mentiras contra Lulinha, como Fábio é conhecido, é o site Observador Político: www.observadorpolitico.org.br

No registro.com, órgão que armazena informações sobre a titularidade das páginas virtuais, a propriedade do Observador Político é dada ao iFHC, o elegante Instituto Fernando Henrique Cardoso, no centro de São Paulo.

Entre móveis de época que contrastam com amplos salões pelos quais desfila a nata da social-democracia mundial, em debates de alto nível intelectual, claro, o iFHC também possui o site que estimula discussões sobre diferentes temas, sempre propostos por internautas devidamente cadastrados em suas páginas de triagem.

Desde 18 de abril deste ano – e no ar ao menos até 18h30 desta sexta-feira 18 -, um dos temas publicados para o debate tem o seguinte título:

Enquanto o DESgoverno do PT distribui migalhas para os pobres Lulinha compra fazenda de 47 mi.

Lançada na rede com a assinatura "Deleted User" – usuário deletado -, a nota que se soma a muitas outras, em outros endereços eletrônicos, de ataque ao filho de Lula, é aberta assim:

Novo Mega Campeão do Brasil de enriquecimento súbito é o proprietário desta Fazenda. Fazenda Fortaleza comprada e certificada em Cartório de Registro de Imóveis.
Proprietário: FÁBIO LUIS LULA DA SILVA (isso mesmo)

Propriedade: Fazenda na região de Valparaíso/SP

Preço: 47 milhões de reais

Ao lado da publicação, a pergunta feita pelo Observador Político é: o que você tem a dizer?

Entre os dez comentaristas que entraram nesse debate, o que assina "mario jota" demarcou, no mesmo dia da postagem, que "cabe ao filho do Lula desmentir".

No entendimento do advogado de Fabio Lula, Cristiano Zanin Martins, não é tão simples assim. O Código Penal pode punir com o mesmo rigor os que originam uma injúria e difamação e os que a multiplicam.

"Não há diferença entre quem cria um boato, uma mentira, e quem os passa adiante", disse Martins ao 247. "Os dois polos que divulgam informações manifestamente falsas podem ser punidos igualmente".

O advogado esclarece que, no caso das falsas notícias veiculadas contra Lulinha, o problema não está em qualquer tipo de opinião contra a figura dele. "Não queremos censurar nada, mas sim repor a verdade e barrar a mentira. A honra dele foi atacada por esse continuado builliyng eletrônico".

247 procurou, no Instituto FHC, o dirigente Daniel Graziano, mas a atendente Valéria informou que ele não estava. O recado com o número de telefone da reportagem ficou lá.

É certo que respons&aa
cute;veis pelo Observador Político serão ouvidos pela polícia paulista. Caso a investigação caminhe para cima, no ponto mais alto da hierarquia do Instituto está o próprio ex-presidente Fernando Henrique, sem dúvida o maior contrário político ao ex-presidente Lula.

Isso pode mesmo acontecer?

"Talvez, mas nós preferimos não trabalhar com a teoria do domínio do fato", ressalvou o advogado Martins. "A polícia, que já tem as provas da materialidade do crime, saberá como agir", confia ele.

Para julgar melhor a dimensão do fato em investigação, imagine, por um momento, uma troca de personagens: o site do Instituto Lula alimentando debates com uma noticia falsa sobre o filho do ex-presidente FHC, Paulo Henrique Cardoso. Algo como a compra, por ele, de uma fazenda de R$ 47 milhões.

Daria manchete?