A Wikipédia registra assim:
“Atentado do Riocentro é o nome pelo qual ficou conhecido um frustrado ataque a bomba que seria perpetrado no Pavilhão Riocentro, no Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, por volta das 21 horas, quando ali se realizava um show comemorativo do Dia do Trabalhador, durante o período da ditadura militar no Brasil.
As bombas seriam plantadas pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo então capitão Wilson Dias Machado, hoje coronel, atuando como educador no Colégio Militar de Brasília. Por volta das 21h00min, com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Riocentro. O artefato, que seria instalado no edifício, explodiu antes da hora, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado.
Na ocasião o governo culpou radicais da esquerda pelo atentado. Essa hipótese já não tinha sustentação na época e atualmente já se comprovou, inclusive por confissão, que o atentado no Riocentro foi uma tentativa de setores mais radicais do governo (principalmente do CIE e o SNI) de convencer os setores mais moderados do governo de que era necessária uma nova onda de repressão de modo a paralisar a lenta abertura política que estava em andamento.
Uma segunda explosão ocorreu a alguns quilômetros de distância, na miniestação elétrica responsável pelo fornecimento de energia do Riocentro. A bomba foi jogada por cima do muro da miniestação, mas explodiu em seu pátio e a eletricidade do pavilhão não chegou a ser interrompida.
Esse episódio é um dos que marcam a decadência do regime militar no Brasil, que daria lugar dali a quatro anos ao restabelecimento da democracia.”
“O Iraque tem armas químicas, tem bomba atômica, armas de destruição em massa”. Por mais que autoridades internacionais não conseguissem comprovar, o pretexto já tinha sido impregnado pelos grandes grupos de comunicação na alma de cada ser humano em boa parte do mundo. Invadiu-se o Iraque. Milhares de pessoas morreram. Os filhos de Saddam Hussein foram mortos em uma emboscada e apesar das posições contrárias de várias instituições internacionais como a Anistia Internacional, Saddam Hussein foi enforcado. Também morreram soldados americanos. Por mais que a bandeira dos Estados Unidos sobre os caixões tentassem dar uma conotação de heróis, não funcionava mais. Já se foi o tempo em que as famílias americanas aceitam a morte dos seus filhos por um heroísmo que só existe em Hollywood.
Voltemos à Wikipédia:
"Terrorismo é o uso de vilência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população do território".
Existem inúmeros espalhados pelo mundo ao longo da história da humanidade, mas cito apenas dois episódios, um no Brasil e o outro “no mundo”. Os métodos não se renovam, são os mesmos: informação manipulada e maciça na população para gerar insegurança e confusão; é a aposta no caos.
Usemos o segundo episódio, o do Riocentro, como exemplo. Dois oficiais das Forças Armadas Brasileiras iam jogar bombas para matar centenas, quem sabe milhares, de brasileiros, para jogar a culpa na esquerda, nos comunistas.
Estamos em junho de 2013. Manifestações eclodem nas ruas do país. Inicialmente tratadas como atos de vândalos e marginais, a mídia brasileira lança editoriais condenando e exigindo repressão firme por parte da polícia. Daí em diante sabemos o que aconteceu.
Talvez seja interessante lembrar que as manifestações começaram como um protesto contra o aumento de vinte centavos no preço do transporte no estado de São Paulo. Era, portanto, uma coisa local, daquele estado, correto?
Vamos lembrar também que a polícia de um estado deve obediência ao governador do estado, seu comandante maior, no caso Geraldo Alckmin (PSDB). E como ela reagiu? Espancando. Qual é a reação mais comum nessas horas? Confronto. Qual foi a reação dos manifestantes? Confronto. Foi aí que surgiu o “brilhante” comentário do guru da classe média, Arnaldo Jabor. Entre outras coisas, o guru disse:
“Mas afinal, o que provoca um ódio tão violento contra a cidade?… a grande maioria dos manifestantes são (o erro grosseiro de concordância aqui é do guru) filhos de classe média… ali não havia pobres que precisassem daqueles vinténs não. Os mais pobres ali eram os policiais apedrejados, ameaçados com coquetéis molotov, que ganham muito mal. No fundo, tudo é uma imensa ignorância política, é burrice misturado a um rancor sem rumo… realmente, esses revoltosos de classe média não valem nem vinte centavos”.
Vamos lá.
…ódio tão violento contra a cidade. Só para reforçar, era restrito à cidade de São Paulo.
filhos de classe média. Nítida alusão a filhinhos de papai. Deixa bem claro que não é o povo.
Os mais pobres ali eram os policiais apedrejados, ameaçados com coquetéis molotov, que ganham muito mal. Os policiais de um estado devem obediência ao governador do estado, como já foi dito, e por este governo são pagos. Se ganham muito mal, a crítica só pode ser dirigida ao governador daquele estado, no caso, o Sr. Geraldo Alckmin.
tudo é uma imensa ignorância política, burrice… de revoltosos de classe média que não valem nem vinte centavos.
Assim, todo o processo estava restrito ao estado de São Paulo e, por extensão, claro, à cidade de São Paulo.
Será que é difícil perceber que as manifestações NADA TINHAM A VER COM A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF?
Como e por que tudo mudou e quem fez mudar?
A própria imprensa brasileira já registrou análises que mostram, com dados, a campanha sistemática do GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão) contra os governos de Lula e Dilma, com o objetivo de desestabilizar o governo e assim poder fazer o consórcio PSDB/DEM voltar ao poder. Até agora, sem sucesso.
Quando a Globo percebeu que podia tirar proveito das manifestações, a coisa mudou. E aí aconteceu o inesperado. Uma das coisas mais ridículas dos últimos tempos, o maior mico do mundo, foi protagonizada por Arnaldo Jabor. A Globo chamou o guru e disse: vá lá e negue tudo.
Quarenta e oito horas após ter dito tudo aquilo, o guru da classe média voltou com o rabo entre as pernas e disse que aquela imensa ignorância política, burrice misturado a um rancor sem rumo… revoltosos de classe média que não valem nem vinte centavos” era a juventude mais linda e consciente do mundo; o povo reapareceu (veja no vídeo abaixo que show de matéria a imprensa argentina fez com os vídeos desses dois momentos do jornalismo brasileiro).
A partir daí, um pouco antes até, começava a maior irresponsabilidade de que se tem conhecimento nos últimos anos no Brasil. Não, não estou falando das manifestações, estou falando do que houve de infiltração de grupos contratados, inclusive de policiais encapuzados, para gerar o caos.
Quando foi que o Brasil viu narradores e comentaristas de futebol abrindo espaços durante as transmissões dos jogos da seleção brasileira para mostrar e comentar manifestações políticas? Quando foi que o Brasil viu temas assim invadirem as novelas (soube que houve um dia em que não teve novela, como não assisto não sei se é verdade). Vandalismo à toda, depredações, roubos de várias casas comerciais, tentativas violentas de edifícios públicos, o caos.
Lembra que no início, quando as manifestações não estavam tomadas por esses grupos, o Globo, a Folha e o Estadão fizeram editoriais exigindo repreensão firme por parte da polícia? Agora eram mostradas como manifestações pacíficas, dizendo que era um outro grupo um pouco mais violento.
Estão apostando no caos para desestabilizar o governo, não importando os riscos que existem aí. É a jogada política mais criminosa no Brasil nos últimos anos.
E onde estão a nossa elite, a mídia e os partidos de oposição? Tendo orgasmos.
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