Por Ronaldo Souza
A vida não é linear.
Dizendo isso, não poderia ser mais óbvio.
Mas o óbvio nem sempre é tão óbvio, muito menos ululante, como diria Nelson Rodrigues.
Talvez uma coisa que explique, quem sabe justifique, a não obviedade óbvia, permitam-me a redundância, e a não linearidade das coisas seja a forma de ser, de pensar, de agir de cada um.
Projetem isso para um universo maior.
Uma cidade, um estado, um país.
Quantas coisas podem ser completamente diferentes a depender de quem somos e de onde estamos.
Mas isso não importa.
O pragmatismo, palavra tão na moda, dá as cartas.
E a nossa interpretação dos “fatos” tende a ser simplista.
Tomemos como exemplo todos os que fizeram, fazem ou farão uma pós-graduação “fora de casa”.
Será que sofrem?
Se isso ocorre, quanto sofrem por, “sozinhos”, enfrentarem um dia-a-dia que não é o seu?
A vida muda.
Quem são essas pessoas?
Onde estão meus pais?
Meus irmãos?
Minha família?
Meus amigos?
Meu chão?
Meu Deus, o que estou fazendo aqui?
Todos têm que enfrentar.
Só os fortes vencem.
Mas quem criou essa frase?
Terá sido de fato um forte?
Terá vivido essa ou qualquer outra realidade mais dura?
Terá percebido que muitas vezes a objetividade e o pragmatismo, ao atropelarem a subjetividade das coisas, podem matar o ser que reside em cada um de nós?
Para onde irá o mundo sem o homem, o ser pensante?
Não somos absolutos.
Somos relativos.
Há sim choques consideráveis nessa realidade.
Aos 55 anos me vi em Ribeirão Preto para fazer doutorado.
Outro mundo.
Meu Deus, onde estão…?
Que sorte.
Fui bem acolhido, muito bem acolhido.
Tenho uma dívida de gratidão com a UNAERP.
Mas, sobretudo, com as pessoas que estão à frente dela.
No início, sob a coordenação do Prof. Manoel Damião de Sousa Neto e na sequência de sua esposa, Profa. Yara T. Corrêa Silva Sousa.
Aprendi muito.
Agradeço a todos os professores, mas, pela maior convivência, permitam-me os demais citar particularmente esses: Antonio Miranda da Cruz Filho, Edson Alfredo, Luiz Pascoal Vansan, Ricardo Gariba Silva, Silvio Rocha Correa da Silva e a funcionária Dona Cecília Maria Zanferdine.
Falhei em alguns momentos?
Sem dúvida.
Aos 55 anos não se brinca com a vida, muito menos com as chances que ela lhe dá.
Mas, como sabemos, a vida não é linear.
Ela muda sem lhe avisar ou pedir permissão.
Mudanças muitas vezes incompatíveis com “aquele” momento.
Mas desde quando a vida é sempre regida pela razão?
Acontecimentos dos mais simples aos mais complexos, que mudam o que foi planejado.
Mas tive compreensão e apoio.
Profa. Yara, permita-me fazer um agradecimento especial pela sua gentileza e educação que, aliadas à seriedade e competência, fazem da senhora uma pessoa especial.
Não há como esquecer.
Fica aqui a minha gratidão.