Por Ronaldo Souza
“Se Deus está morto, então tudo é permitido”. Esta é uma frase de Dostoiévski em “Os Irmãos Karamazov”, entendendo-se Deus como a verdade e o princípio. Se os políticos não prestam, vamos destruir tudo que é inerente a eles. E o que é mais inerente aos políticos? A política e os partidos políticos. Então somos contra os políticos e os partidos políticos. Vamos destruir tudo que é ligado a eles: tudo é permitido.
Vejam o que diz o Prof. Wanderley Guilherme dos Santos sobre esses “jovens que estão mudando o Brasil”:
“Revolução? – Esqueçam. Das idéias, táticas e projetos que difundem não surgirá uma, uma só, instituição política decente, democrática ou justa. Não é essa a raiz dessa energia que os velhotes têm medo de contrariar. É uma enorme torrente de energia, sem dúvida, mas é destrutiva tão somente. E mais: não deseja, expressamente, construir nada. Sob cartolinas e vocalizações caricaturais não se abrigam senão balbucios, gagueira argumentativa e proclamações irracionais. Os cérebros do niilismo juvenil sabem que não passam de peões, certamente alguns muitíssimo bem pagos, talvez em casa, a atrair bispos, cavalos e torres para jornadas de maior fôlego. Afinal, os principais operadores da ordem que se presumem capazes de substituir são seus pais e avós. Em cujas mansões se escondem, no Leblon e nos Jardins”.
Quem desejar, pode ler o texto na íntegra aqui no blog O Cafezinho
* Wanderley Guilherme dos Santos
(Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1935) –cientista político brasileiro, autor de vários livros e artigos na área de Ciências Sociais. Notabilizou-se a partir do texto "Quem Vai Dar o Golpe no Brasil" – que prenunciou o golpe de Estado e a possível derrubada do presidente Goulart em 1964 e se tornou referência bibliográfica nos meios acadêmicos