A Bahia de todos, inclusive Iemanjá

Vista Aérea Bahiamar Hotel em Salvador

Por Ronaldo Souza

Religioso, profano, folclore ou tudo junto, pense numa festa popular, procure em todo o mundo que você não encontrará um povo que saiba fazer isso como o baiano.

Festa popular, esta é uma das nossas especialidades.

Não me lembro de ter visto tanta gente no Rio Vermelho; completamente lotado.

Todas as ruas do bairro de Jorge Amado estavam tomadas pelo povo.

A mistura é inimaginável, você não faz ideia.

Não, não procure algo igual.

Não existe.

Vi homens e mulheres de muitos lugares, inclusive de fora do Brasil.

Literalmente, todo tipo de gente.

Para ajudar, neste ano 02 de fevereiro caiu no sábado.

A Bahia toda “se picou” para o Rio Vermelho.

Estava com minha mulher e a filha mais velha (a mais nova foi com a turma dela).

Sufoco para atravessar aquele mar de gente e chegar à praia para oferecer as flores à rainha dos mares.

Da praia, a minha filha fez o vídeo que você verá em seguida.

A Natureza se fez presente, não podia faltar.

Ela comanda.

O céu, aquele azul do céu do Nordeste.

O mar, o mar da Bahia.

O Sol, brilhando para Iemanjá.

Escunas e lanchas, algumas de grande porte, completavam o quadro que artista nenhum ousaria retocar.

Religioso, profano, folclore, isso não faz parte das minhas preocupações.

A filha mais nova “vem chegando” há algum tempo. A mais velha já está no pedaço há mais tempo.

Louca pelas coisas da Bahia.

Vou definir tudo pelas palavras dela no seu Instagram. Eu não teria como fazer com a força que ela fez.

“Orgulho da minha cidade, orgulho do meu povo e orgulho das nossas raízes. Somos privilegiados pelas heranças que recebemos dos povos africanos, que enriquecem a nossa cultura e nos tornam únicos. Essa é a nossa origem. Dia de festejar, agradecer e manifestar os mais sinceros desejos por mais tolerância, respeito, amor e paz. Salve Iemanjá”.

A Bahia sempre foi amor, convivência, tolerância, cores, diversidade.

Mudar?

Em nome de quem?

A Bahia sempre resiste quando tentam enfear o Brasil.

A Bahia é de todos e nenhuma outra terra será de todos como a Bahia é.

Aos que não nos entendem, mesmo os que se expressam nos ofendendo, paciência, respeitamos as diferenças.

Entendam que jamais nos sentiremos ofendidos por viver a vida do nosso jeito único de viver.

Ao contrário, isso nos enche de orgulho.

A necessidade de tocar e sentir o outro, que tantos estranham, o abraço efusivo e escancarado, tudo isso tem um só significado; venha, me abrace, você é bem-vindo.

Se chegue meu rei.

Alegria, você está na Bahia.