Por Ronaldo Souza
O olhar diz muito de alguém.
Quantas vezes um olhar nos falou de amor, de ódio, de carinho, de fúria…
Mas, e o sorriso!
O sorriso nada diz?
Também quantas vezes o sorriso de alguém nos trouxe uma alegria enorme, uma esperança inquebrantável?
Quantas vezes um sorriso enigmático nos fez refletir mais profundamente!
Há cinco meses fui com a minha família ver uma exposição sobre Leonardo Da Vinci, no Palacete das Artes, aqui em Salvador.
E lá estava ela.
Com o seu sorriso enigmático, quem sabe o mais enigmático do mundo, lá estava Monalisa.
E o seu sorriso.
Ah, como fala o sorriso.
Quem são esses personagens tão fortes da nossa vida?
O que dizem eles?
Quem diz mais, o olhar ou o sorriso?
Há olhares valentes que se enfrentam.
Há os que entram em pânico, acovardam-se e fogem.
Há os que se respeitam.
Há os que se respeitam e fazem festa.
Há os desequilibrados.
Sem dúvidas, o olhar diz muito.
Mas e o sorriso, seu adversário nesse duelo de expressões!
Há aqueles sorrisos idiotizados, submissos, sempre acompanhados por um olhar de desdém.
Há os que nos definem.
Há aqueles que parecem se abrir em espontaneidade, mas são insegurança e medo que estão ali, ainda que dissimulados.
Muitas vezes não tomamos consciência de que o olhar e o sorriso são a expressão do que somos.
E o que somos se expressa a todo instante, em qualquer momento.
Nessa eterna busca do ser, muitos fogem de si mesmo e se escondem na ignorância e no obscurantismo, demônios que infernizam a vida do homem, luta traduzida de forma magnífica por Shakespeare na angústia de Hamlet:
“Ser ou não ser”!
Alguns jamais serão.