Por Ronaldo Souza
Acordei cedo.
Um hábito.
Também um hábito, nessas horas a minha cabeça se inquieta e viaja.
Muitas vezes para longe.
Posso lhe assegurar que são viagens maravilhosas, que me dão enorme prazer.
Possuem uma característica que nenhuma outra viagem possui; não há fronteiras.
Você viaja por todos os cantos, não do mundo, mas de um universo maior, muito maior, infinito; o da sua imaginação.
Experimente sair do mundo em que você vive e ir para outro onde não há limites.
Pode chamar isso de loucura, concordo com você.
É sim, uma loucura!
Sempre será uma loucura você se ver além do que é possível ver.
Como uma trilha sonora, veio-me:
“As aparências enganam
Aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões…”
Fui busca-la e convidei a minha companheira a curtir comigo.
A vida não é cá ou lá, em cima ou em baixo, atrás ou na frente…
A vida é um turbilhão de sentimentos e emoções que se misturam, se contradizem, se encontram e desencontram…
Que pulsam em você, com uma força assustadora.
Viver sem isso não é viver.
Viver sem vida não é viver.
“Navegar é preciso
Viver não é preciso”
Já dizia Fernando Pessoa.
A inquietação que tomara conta de mim pareceu se aquietar.
Da cozinha, durante o café da manhã, ouvi a voz de Chico me chamando.
Voltei à sala.
Tinha “entrado” um show dele.
Outra vez, a inquietação tomou conta de mim e estava ali, na poltrona ao lado daquela na qual a essa altura eu já estava sentado.
Deixei-me levar pela 1:39 h do show.
Claro, voltando algumas vezes para ver de novo aquilo que tinha acabado de ver e ouvir, que tinha acabado de sentir.
Não, não posso ser egoísta.
Este domingo deixou de ser meu, é de todos.
O que trazer para para compartilha-lo com vocês, tantas são as alternativas?
Se nessa música maravilhosa de Sérgio Natureza e Tunai, Elis canta divinamente os encontros e desencontros do amor e do ódio entre um homem e uma mulher, deixemos que Chico, como poucos um conhecedor do amor em todos as suas nuances e sentidos, nos fale dele numa dimensão maior: o amor e o ódio nos homens e nas mulheres.
Não pense em analisar Chico.
Não vale a pena.
Para ver e ouvir Chico, é preciso só uma coisa:
Sentir.
Sinta!