Por Ronaldo Souza
Os cortejos dominicais das avenidas paulistas espalhadas pelo país (Avenida Atlântica, Farol da Barra, Boa Viagem…) nunca conseguiram perceber que eram amarelados não pelas cores da Bandeira Brasileira, com a qual muitos se cobriam, mas pela insensatez que a farsa e a ignorância costumam impor às bandeiras de moralistas sem moral, autointitulados de guerreiros do combate à corrupção.
A clareza da farsa era gritante, a começar pelas referências, que se tornaram ícones da moral e dignidade.
Poucas vezes os farsantes se mostraram de forma tão explícita; a farsa era despudoradamente exibida em plena luz do dia, sempre sob a proteção do velho guarda-chuva da luta contra a corrupção e o comunismo, “luta” que reflete uma tremenda mediocridade inetelectual.
Lenta e gradativamente a estupidez foi sendo injetada nas veias abertas que conduzem a corações e almas dominados pela ignorância e preconceito.
Nada se percebia.
Chico Buarque já cantava assim em outros momentos:
“Dormia a nossa pátria mãe, tão distraída,
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações”
Agora que passou o processo eleitoral que levou um homem doente à presidência e não há mais grandes riscos, o judiciário brasileiro sai um pouco da sua covardia e acanalhamento para julgar de fato e só aí “percebe” que os processos contra Lula têm que ser arquivados (sete já foram) por absoluta inconsistência e falta de provas.
Como as notícias sobre os arquivamentos dos inquéritos não são divulgadas, pelo contrário, são abafadas pelos já conhecidos sistemas de comunicação do país, faz-se de conta que nada está acontecendo.
Se o que está acontecendo não é divulgado (que interesse haveria em divulgar que Lula terá que ser inocentado e que Dilma já foi?), ninguém toma conhecimento do que está acontecendo.
Assim, o não ver e o não querer ver, ambos, tornam a ignorância bem mais confortável. Esse conforto traz a sensação de menos estupidez.
Já ouviu falar de tapar o Sol com uma peneira?
É isso que faz Rodrigo Maia, o presidente do Congresso, já ter engavetado mais de 50 pedidos de impeachment (devidamente embasados) do pobre homem que ocupa o cargo de presidente.
É isso que faz a suspeição de Moro aguardar julgamento há dois anos. Todas as vezes que o julgamento é marcado, é adiado.
É isso que faz Dallagnol desaparecer, na velha jogada de dar um sumiço por uns tempos para que a sociedade esqueça o que ele fez.
Entretanto, a farsa, já desmascarada em vários momentos, não cansa de ter novos episódios vindo à tona.
O mais recente, que, pra variar, os “sistemas de comunicação” também não comunicam ao povo, você pode ver no texto abaixo.
E a manada, que tudo ignora, segue seu destino, feliz da vida.
Gonzaguinha também já cantava:
A plateia ainda aplaude ainda pede bis
A plateia só deseja ser feliz
——
Com denúncia do hacker, prisão de Moro e Dallagnol é única alternativa
Por Jeferson Miola
Se as instituições estivessem funcionando normalmente no Brasil, o ex-juiz Sérgio Moro, o [ainda] procurador Deltan Dallagnol e os demais elementos do bando criminoso da Lava Jato – integrantes de tribunais e altas Cortes do judiciário, do MPF, da PF e da mídia – estariam todos presos.
Esta é a única conclusão a que se pode chegar depois de se assistir à entrevista de Walter Delgatti Neto, que se notabilizou como hacker de Araraquara/SP, à emissora CNN Brasil.
Na entrevista, Delgatti enfatizou que Moro “era o que tinha muito interesse no Lula”. Conhecedor do conteúdo de todas mensagens, ele sustenta que “o fato pelo qual o prenderam [Lula] não existe”.
Delgatti detalha aspectos publicados pelo site The Intercept Brasil [Vaza Jato], como por exemplo a promiscuidade de ministros do STF com procuradores da Lava Jato.
Ele explicou que Barroso, Fux e Fachin eram “aliados de altíssima confiança no STF entre os procuradores” – os 3, aliás, e não por coincidência, muito festejados nos grupos de Telegran do bando criminoso: “Aha! Uhu!, o Fachin é nosso!”, “In Fux we trust” e “1 Barroso vale por 100 PGRs!”.
“O Barroso, eles tinham um laço bem próximo. O Barroso e o Deltan conversavam bastante”, afirmou o hacker, acrescentando, ainda, que o “iluminista” ministro do STF também agia ilegalmente como o Moro, e orientava a estratégia de acusação contra Lula: “Inclusive o Barroso, em conversas, auxiliava o que colocar na peça, o que falar. Um juiz auxiliando, também, o que deveria fazer um procurador”.
Delgatti também detalhou denúncias inéditas, que não haviam sido divulgadas pelo Intercept.
Ele disse, por exemplo, que os procuradores transpareceram terem ficado “mais empolgados com o resultado da morte do Zavascki” do que consternados com a morte trágica do então relator da Lava Jato no STF. O motivo da alegria ficou óbvio: Fachin assumiu a relatoria da Lava Jato no Supremo. “Aha! Uhu!”.
Outra novidade explosiva foi a de que a Lava Jato pretendia prender os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Perguntado a respeito, Delgatti foi categórico: “Eles queriam. Eu não acho, eles queriam. Inclusive Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Eles tentavam de tudo pra conseguir chegar ao Gilmar Mendes e ao Toffoli, eles tentaram falar que o Toffoli tentou reformar o apartamento e queria que a OAS delatasse o Toffoli, eles quebraram o sigilo do Gilmar Mendes na Suíça, do cartão de crédito, da conta bancária dele, eles odiavam o Gilmar Mendes, falavam mal do Gilmar Mendes o tempo todo”.
Vale lembrar que na época a imprensa lavajatista – Globo à frente – realizou vazamentos seletivos com tais suspeitas contra os 2 ministros.
As provas de todas afirmações de Delgatti estão custodiadas pela PF desde julho de 2019, e são mais que suficientes para recomendar a instauração de processos criminais contra todos envolvidos; a instalação de CPIs sobre o golpe e a farsa da eleição de 2018; e a abertura de processo de investigação sobre conexões internacionais na perpetração do golpe no Brasil.
Estas novas denúncias reforçam o embasamento para o julgamento dos criminosos que corromperam o sistema de justiça e a democracia do país com propósitos particulares, políticos e ideológicos e manietados por potência estrangeira.
Com essas denúncias gravíssimas, a prisão do Moro, do Dallagnol e do bando criminoso por eles chefiado é a única alternativa que resta para se poder iniciar a restauração do Estado de Direito.
Ah!, e se as instituições de fato funcionassem normalmente e tivessem o menor resquício de compromisso democrático, o STF julgaria imediatamente a suspeição do Moro, cujo processo aniversariou 2 anos sem julgamento na Suprema Corte.