Um time que cai

Por Ronaldo Souza

“Eu pretendo que tenha acabado hoje!”

Foi o que disse Dado Cavalcanti sobre os erros da defesa do Bahia logo após o jogo contra o Goiás.

Fiquei confiante.

Muito seguro de que com essa determinção o treinador resolveria todos os problemas.

Tomei consciência de que agora no Bahia a melhora do time não ocorre mais pela troca de jogadores que estão mal técnica e/ou taticamente, por mudanças no jeito de jogar (mudanças táticas), na postura, no comprometimento dos jogadores…

Não!

Agora elas ocorrem por decreto.

“Temos força para sair dessa situação!”

Outra fala do treinador.

Não deu para conter minha perplexidade; se têm, vão usar quando?

“Talvez esse grupo tenha se acostumado a estar com a corda no pescoço!”

Também dito pelo treinador. Alguém consegue me dizer o que isso significa?

Vamos tentar entender.

  • Como o grupo já se acostumou com a corda no pescoço, o que nos resta é esperar cair para a série B e confirmar; morremos com a corda no pescoço, mas já sabíamos disso. Ou seja, um time experiente; já sabia o que ia acontecer.
  •  Por já ter se acostumado com a situação, já sabe como sair e a qualquer momento mostrará que vai sair dela. (Há um detalhe que eu gostaria de lembrar; só faltam três jogos).
  • Não seria razoável imaginar que se o grupo tivesse se “acostumado a estar com a corda no pescoço” já estaria jogando melhor, uma vez que a corda não o afetaria mais?
  • Não seria também razoável imaginar que, por acostumado, já deveria saber o momento de tirá-la para respirar e jogar melhor?

Há alguma coisa próxima de qualquer uma dessas possibilidades acontecendo?

Você já percebeu o tamanho do disparate?

A cada coletiva pós-jogo, o torcedor tem a nítida impressão de que o treinador já percebeu tudo e que na próxima partida as coisas estarão resolvidas.

Alguém consegue explicar a insistência com Juninho Capixaba?

Já perceberam que uma grande quantidade dos gols tomados pelo Bahia ocorre do lado do zagueiro Juninho e Juninho Capixaba?

Ao invés de colocar um jogador de meio (povoar o meio de campo e assim ocupar espaços) ou um atacante mais veloz para um eventual contra ataque, colocou Juninho (zagueiro) no final do jogo contra o Goiás.

Quem estava do lado, literalmente do lado, de Fernandão no terceiro gol?

Juninho e Juninho Capixaba!

Em outras palavras, o desastre que é o sistema defensivo se torna um desastre maior ainda com esses dois jogadores.

Nada a fazer?

Hoje, 09/02, terça-feira, é dia de reunião do Conselho Executivo com o Conselho Deliberativo.

Não há como saber o que acontecerá e muito menos o que dela sairá.

Mas que algo precisa ser feito, precisa.

E que o presidente e sua diretoria precisam sair da atual apatia não há mais nenhuma dúvida.

Vamos torcer para que essa reunião consiga convencê-los disso.