O superministério

Por Ronaldo Souza

Parte da imprensa brasileira tem feito críticas ao presidente Bolsonaro e seu governo, particularmente no que diz respeito ao ministério da saúde.

Por que Bolsonaro não rebate as críticas de negligência com a saúde do país?

Afinal, o Brasil é o único país do mundo que pode se orgulhar de ter três ministros da Saúde, numa prova de que há um grande cuidado com o referido ministério.

O primeiro, ele próprio, o presidente Jair Bolsonaro, que assumiu esse cargo em 1º de janeiro de 2019.

Não se pode negar que o presidente tem dado muitos e sábios conselhos nas orientações médicas que tem feito nas suas lives, onde tem demonstrado familiaridade com a tecnologia.

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Também tem agido assim na fazenda que mandou montar próximo ao Palácio do Planalto, onde, com a inteligência, delicadeza e sutileza que lhe são peculiares, tem demonstrado grande afinidade com a pecuária brasileira, ao lidar diariamente com o gado no curral.

Além disso, também tem feito muitas prescrições de medicações à toda população brasileira. Nesse sentido, tem chamado mais ainda a atenção de todos, pois são prescrições devidamente apoiadas em evidências científicas consistentes, ou seja, em perfeita consonância com a medicina baseada em evidências, tão ao gosto dos médicos e demais profissionais das áreas da saúde.

Ainda a salientar, a total concordância também com os importantes e sólidos princípios da Epidemiologia, ciência tão importante quando se trata de Saúde Pública, que ele parece querer demonstrar conhecer muito bem, pela naturalidade com que fala sobre o assunto.

O segundo é o novo ministro, o médico Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que há cerca de seis dias tenta tomar posse. Ministro da Saúde que arrasta para o governo boa parte da classe médica, como já o fez o Conselho Federal de Medicina, o que é tranquilizante para o povo brasileiro, pois mostra o quanto a classe está unida.

E, finalmente, o terceiro ministro da saúde, o general do exército brasileiro, Eduardo Pazuello, reconhecido especialista e profundo conhecedor de logística, que arrastou consigo o nome da instituição exército brasileiro.

Como se vê, um superministério e, o mais importante, atuando em perfeita sincronia para as tomadas de decisão.

Surge, entretanto, uma preocupação no horizonte. O ministério vai perder o terceiro ministro, o general, e, claro, toda sua competência.

É que, ao contrário do segundo ministro, o médico Marcelo Queiroga, que tenta tomar posse há cerca de seis dias, o terceiro ministro está há cerca de seis dias sem conseguir “destomar” posse.

Aí, porém, há um grande dilema explicando a demora. O presidente Bolsonaro não quer afastá-lo porque, afastado do cargo, ele perde o foro privilegiado e assim enfrentaria dificuldades com a justiça, pela atuação no ministério.

Há quem diga que o terceiro ministro do trio corre o risco de ser preso.

Segundo a imprensa, essas mesmas dificuldades e preocupação também já estão no radar pessoal do presidente, quando ele deixar a presidência.