Acuado, Bolsonaro opta pelo Centrão e humilha as Forças Armadas

Por Ronaldo Souza

O Centrão foi definido assim neste vídeo pelo general Augusto Heleno.

Sempre foi também assim que Bolsonaro o cantou.

Uma “nova forma de fazer política” foi o mote da campanha para sua eleição, sempre foi o discurso do que seria o novo governo, o governo Bolsonaro.

Como ficou bem claro na fala do general, o Centrão era o Capeta, o Diabo, que ardia nas chamas do inferno; a corrupção em pessoa!

Mas sempre ficou bastante claro, como também se pode ver no vídeo, que o Centrão esteve com ele todo o tempo. 

Portanto, como se diz, conversa pra boi dormir.

E boi é gado.

Assim, deixemos de lado o que pensa o gado, até porque gado não pensa.

É claro que também não vou perder tempo falando do general Augusto Heleno.

Se você quiser, procure conhecer um pouquinho da sua “obra” lendo, por exemplo, sobre a ocupação do Haiti pelas forças da ONU e o que aconteceu com os soldados brasileiros que estavam sob seu comando.

Se estiver disposto, aproveite e leia também sobre sua participação, com um belíssimo salário, no Comitê Olímpico do Brasil (COB) na realização das Olimpíadas Brasileiras, momento em que aconteceu o escândalo da prisão do seu presidente Carlos Arthur Nuzman e do ex-diretor de operações Leonardo Gryner.

O que resta, portanto, é o resto!

E o resto é Bolsonaro e seu desgoverno, uma vez que nunca existiu um governo.

Vamos ao que interessa.

Há muito tempo, Bolsonaro perdeu o que nunca teve e deixou de fazer qualquer coisa por nada saber fazer.

Apesar da “nova forma de fazer política” (vale a pena “conversar” com o gado, se não conseguem ver nada???), desde o início Bolsonaro teve o Centrão ao seu lado. Por acaso, é segredo o quanto foi liberado de verbas para isso?

Se agradou de todos os jeitos ao Centrão, com a participação, por omissão ou interesse, pouco importa, do cantante general Heleno e sua musiquinha, Bolsonaro nunca esqueceu da necessidade de sempre contar com o apoio do Exército Brasileiro, do qual foi expulso por ser imprestável.

E o exército até agora vinha lhe dando total apoio, postura, aliás, que terá enormes dificuldades para explicar.

Quando o exército percebeu a extensão da lama e que não tinha mais volta, começou a dar sinais claros de que estava querendo abandonar o barco.

E quando Bolsonaro percebeu que o Titanic já tinha batido no iceberg, era tarde. Tornara-se inevitável o naufrágio.

De um lado, as Forças Armadas, do outro, o Centrão.

Com os sinais claros que já tinha enviado de que não compactuaria com os novos surtos de desequilíbrio do capitão, que o exército já conhecia bem, as Forças Armadas entregaram os seus cargos mais altos.

Por desconhecer a razão, característica dada a conhecer somente pelos seres racionais, o instinto de sobrevivência de Bolsonaro falou mais alto e a reação foi agir como uma besta fera acuada.

Agrediu violentamente, traiu e humilhou as Forças Armadas.

Sua opção pelo Centrão, que já tinha assumido o comando do governo há algum tempo, não deixou nenhuma dúvida.

Desesperado, ele não pensou em outra coisa que não fosse escapar do impeachment e quem tem as armas para esse tipo de batalha é o Centrão e não as Forças Armadas.

O país agora está nas mãos do Centrão.

O mito mostrou o mico que sempre foi.

E é.