Por Ronaldo Souza
Desde jovem, aprendemos a identificar, uns nos outros, algumas características.
Elas se evidenciam mais cedo e às vezes fortemente. É o caso da mentira e da covardia.
O menino mentiroso exige algum tempo para ser identificado. É o tempo, pela repetição das mentiras, que assim o define.
Da mesma forma, o valente covarde.
É o menino que bate nos mais novos, que bate nas meninas, os dois-três que se juntam para bater em um…
Bater em meninas, por exemplo, é um traço marcante. Esses, além de rapidamente identificados, costumam ser desprezados; “bater em mulher”, desde cedo, é um sinal inequívoco de covardia.
O mundo infantil, e mesmo o adolescente, “permite” algumas pequenas distorções comportamentais sem que sejam necessariamente taxadas de patológicas.
Ocorre que, fruto de um meio ambiente desequilibrado, algumas dessas “pequenas distorções” se incorporam à vida dessas crianças e passam a fazer parte delas.
O ambiente famíliar é um deles.
O ambiente familiar racista tende a gerar um racista.
O ambiente familiar violento tende a gerar um adulto violento.
O ambiente familiar homofóbico tende a gerar o que estamos vendo nesse momento.
O ambiente familiar em que a filha não tem a mesma liberdade, o mesmo direito, enfim, a “mesma criação” que o filho, poderá fazer dela uma mulher submissa. Do filho, um macho e não um homem.
O macho submete, o homem convive e respeita.
Também o contrário, uma mulher “rebelde”, ativa, pode surgir como resultado desse processo.
Entenda que não estou estabelecendo estereótipos, dizendo que é necessariamente assim, mas que apresenta possibilidades de ser.
E entenda também que algo que se incorpora a você passa a ser natural para… você. E só para você.
Assim, você poderá ter dificuldades para perceber que as “pequenas distorções” da criança ficaram e hoje constituem o adulto.
Qual será o resultado?
A vida, como sempre, ensina.
Ela sempre se encarrega, por exemplo, de expor a fanfarronice dos valentões, aqueles casos mais graves, os que saem da perspectiva da criança e a acomapnham na vida adulta.
Característica marcante, a valentia fanfarrona se entrega em vários momentos.
O “imbrochável” brochou
O encontro do Messias com Vladimir Putin, presidente da Rússia (veja imagem lá em cima), reconhecido como homem duro, frio, foi brochante, mesmo sendo o Messias “imbrochável”, como ele alardeia.
Teria sido a única vez em que a brochada ocorreu?
Deixo a resposta com a sua memória.
Alguém tem alguma dúvida sobre os constantes ataques e agressões do Messias à China e ao povo chinês?
Nos BRICS, onde o Brasil, como um dos fundadores, sempre desempenhou papel de relevância, o presidente brasileiro nada significa. Recomenda-se, porém, que, como presidente do país, deve se fazer presente nas reuniões.
Na última reunião da cúpula dos BRICS (09/09/2021), o Messias enalteceu a importância da parceria com a China, particularmente no tocante à pandemia da Covid-19 e as vacinas.
Brochou!
Outra vez.
Você pode dizer amarelou, arregou (muito na moda), recuou, deu pra trás, piscou…, como quiser.
Dizer, desdizer, dizer outra vez, dizer que foi mal-interpretado, tudo vai ficando, convenientemente, para trás. Os miquinhos amestrados, em particular, parecem possuir péssimas audição e visão (nada ouvem e nada veem) e, pior ainda, péssima memória.
Um blefador sempre se supera
Além de sua contumaz e contundente estupidez, esse pobre coitado é um blefador amador, dos piores. Se fosse um profissional, jamais faria a asneira que, mais uma vez, fez.
Há tempos vem agredindo e ameaçando ministros e STF. No 7 de setembro, não fez outra coisa.
Chegou, inclusive, a ameaçar com a convocação do Conselho da República.
Será que sabe do que se trata?
Será que sabe quem são os membros do Conselho da República, o que significa e as eventuais implicações dessa reunião?
Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) ignorou e Artur Lira (presidente da Câmara), mesmo ele, não conseguiu segurar a asneira dita pelo chefe. Mourão, vice-presidente, foi mais longe e o ridicularizou; “não estou sabendo de nada. Acho que ele se equivocou”.
Passou a quarta-feira, a quinta, a sexta e o infeliz não tocou mais no assunto. Assim será com o sábado, o domingo…
O que ele fez foi mandar o avião presidencial buscar (Michel) Temer em São Paulo para lhe dizer o que fazer, diante de tanta sandice dita por ele mesmo nos últimos tempos, particularmente no 7 de setembro.
Como sempre, completamente perdido.
Um parêntese.
Segundo o gado, agora mais gado do que nunca, este é o melhor ministério que o Brasil já teve.
Que maravilha!
Agora, acompanhe comigo a composição desse ministério: general Augusto Heleno, Onyx Lorenzoni, General Pazuello, Damares, general Braga Neto, Marcelo Queiroga, os que tornaram a Terra plana, os geniais três patetas, os que já sairam…
Meu Deus!!!
É tão grande a competência desse ministério de notáveis que o valente presidente (quantas mulheres já foram ofendidas, xingadas, empurradas… por ele!) não conseguiu “tirar” uma única pessoa para o orientar; mandou buscar Temer.
Temer não só o orientou, como escreveu a carta que o mito do “calor da luta” apresentou ao país.
O ex-presidente escreveu uma carta à nação para o atual presidente ler.
Em outras palavras, o ex-presidente falou à nação.
O outro, o atual, emprestou a voz.
Foi vergonhoso!
Veja como Moisés Mendes, jornalista gaúcho, descreve o episódio:
“O pedido de socorro a Michel jaburu Temer e o reconhecimento público de que houve a conversa por telefone com Moraes são a prova da humilhação imposta pelo ministro.
Moraes deve ter deixado bem claro a Michel Temer: aceito a sua mediação, meu padrinho, e o recuo do sujeito dos blefes, mas desde que de forma explícita e com nota nas redes sociais.
Moraes impôs o roteiro. Nada de reuniões secretas e com desfechos encobertos. Fez o Brasil saber que Bolsonaro rezou ajoelhado no milho. Mas não pode ser tomado pelo engano de que o outro ficará ajoelhado por muito tempo”.
Tudo isso é triste, muito triste.
Enlameia o Brasil e mostra o total desequilíbrio e incompetência do homem que está no comando.
Apesar de tudo, que niguém se engane!
As negociações continuam a pleno vapor.
Pactos, nesse exato momento, estão sendo construídos.
Como o famoso “com o Supremo, com tudo”, do digníssimo Romero Jucá.
Aquele, para forçar o vergonhoso impeachment de Dilma.
Agora, para impedir o impeachment do vergonhoso Bolsonaro!
E aqui há uma “sutil” diferença:
- Confirmado o impeachment, Dilma foi inocentada em todos os processos.
- Ao todo, mais de 1550 pessoas e mais de 550 organizações assinaram pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Foram enviados 136 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 82 pedidos originais, 7 aditamentos e 47 pedidos duplicados.
O governo Bolsonaro não existe há muito tempo, mas é preciso que seja mantido lá. Todos os que o mantêm lá sabem que ele não serve pra nada, mas, para eles, é importante que ele permaneça.
Ele está lá e lá vai ficar.
Não haverá impeachment!
Simples assim.
E o gado?
Passa à margem.
De um curral para o outro.
Como canta Gonzaguinha em uma de suas músicas:
A plateia ainda aplaude, ainda pede bis
A plateia só deseja ser feliz
Haja felicidade!