Por Ronaldo Souza
Elas poderiam tranquilamente entrar naqueles momentos tipo “Imagens que falam por si”.
São muitas.
Tantas, que tornam muito difícil a escolha da melhor.
Esta abaixo é uma das minhas preferidas:
Um garoto que não conseguiu crescer, vive, como adulto, seu sonho de infância: marchar com soldadinhos de chumbo na vida real.
Como se soldados fossem.
Comovente, essa imagem não fala, grita!
Mas, voltemos ao atual momento em que sonhos são destruídos e a vida apanha diariamente do grotesco.
Por não ter sido vacinado contra a Covid-19 e pela comenda e glória que lhe foram concedidas pelos deuses da burrice, da ignorância e da estupidez, o presidente do Brasil “invade” os Estados Unidos para a reunião da ONU.
O que pretende o pobre homem?
Desafiar Nova York?
Desafiar a ONU?
Desafiar o mundo?
Parece ser essa a interpretação da imprensa internacional.
Não seria algo menor?
Algo mais compatível com o seu pequeno universo?
Vamos lá!
Todos querem ser vistos!
Todos precisam ser vistos!
Em tempos de redes sociais, por conta dessas necessidades, o ridículo e o grotesco se exibem diariamente, sem nengum pudor.
Até a sobremesa precisa ser mostrada.
Há um grande simbolismo na imagem lá em cima.
Por conta da comenda e da glória dos deuses da burrice, ignorância e estupidez, o presidente está proibido de entrar para almoçar nos restaurantes de Nova York.
O vexame internacional é enorme e dispensa comentários, pelo menos para os que pensam.
Entretanto, na imagem, que aguardará o futuro para ser exibida aos netinhos, ele e seus ministros orgulhosamente comem pizza com as mãos na calçada.
No seu diminuto universo, o que o presidente quer, precisa e está fazendo é alimentar o gado.
– Viu como sou poderoso? Mesmo nos Estados Unidos, não uso máscara, faço como quero!
Afinal, ainda que com algumas pequenas restrições (por exemplo, essa de entrar nos restaurantes), como se trata de um chefe de estado, ele pode transgredir as leis de outro país, mesmo sendo este o grande e poderosíssimo Estados Unidos da América, o John Wayne do mundo.
E isso inclui não usar máscara por conta das normas impostas pelo estado de Nova York.
Faz parte da dieta que diariamente alimenta aqueles 11% que as pesquisas apontam como fieis adeptos da estupidez como norma de vida.
Para quem, na primeira viagem como presidente do Brasil, foi “flagrado” sem segurança comendo sanduiche numa mesinha, a de agora está no mesmo patamar; estupidez como marketing.
Ele sabe que funciona.
Jânio Quadros meio que inventou esse tipo de marketing no Brasil.
Entre outras coisas, ele “jogava” algumas caspas (isso mesmo, de cabelo) sobre o paletó para parecer um homem comum, isto é, do povo.
Assim foi eleito presidente do Brasil!
Porém, ainda que oportuna em seu tempo, hoje, as caspas provavelmente não funcionariam.
Os tempos são outros.
Por exemplo.
Se os cantores sertanejos tivessem noção de alguma coisa, qualquer coisa, veriam com clareza o valor do presente, autografado, que ofereceram a ele.
Para que serve um violão?
Quem pensou tocar, cantar, compor, elevar o espírito, a alma…, errou feio.
Quanto a comer pizza naquelas condições, era absolutamente desnecessário.
Eles poderiam almoçar no hotel, onde não há nenhum tipo de restrição.
E fariam uma bela refeição.
Comer pizza naquelas condições teve outro sentido.
A imagem e sua divulgação deixam isso bem claro.
Como Jânio Quadros, eles sabem que funciona.