Por Ronaldo Souza
“Perfeito o texto! Que sirva para reflexão de todos. Pena que poucos leiam.”
Este foi o comentário de Andrea Gomes de Freitas, aluna de uma das nossas primeiras turmas do Curso de Especialização em Endodontia, sobre o texto Evidências incômodas. Por isso, ignoradas. Parte 2.
Sempre muito educada e meiga, Andrea me inspirou a escrever este que mostro agora.
“Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade, sem esperar resposta”.
Heitor Villa-Lobos
Tom Jobim, maestro soberano, como diz Chico Buarque em uma de suas músicas, tinha Villa-Lobos como referência máxima.
O hábito do charuto que Tom Jobim desenvolveu é um reflexo da idolatria assumida por Villa-Lobos.
Ter Tom Jobim entre os seus fãs certamente não é para qualquer um.
Entre as músicas de Villa-Lobos, uma sempre me tocou muito profundamente.
As Bachianas.
Curta essa maravilha, aqui interpretada pela soprano porto-riquenha Ana Maria Martínez, num concerto com a Filarmônica de Berlim, dirigida por Gustavo Dudamel, em 15 de junho de 2008, para uma platéia de 20 mil pessoas.
Villa Lobos – Bachianas Brasileiras 5 – Aria
Não direi, Andrea, que o que escrevo tem como endereço a posteridade.
Mas, como o jovem escritor personagem de “Meia-noite em Paris”, o belíssimo filme de Woody Allen, se sentia maravilhado pela convivência com monstros sagrados como Ernest Hemingway, Cole Porter, George Gershwin e outros, me faz um bem enorme me sentir “entre” os homens que projetam gestos e ações mais consistentes para as suas vidas.
Como negar que gosto de saber que me leem.
Você me honra com a sua leitura.
Todos me honram ao ler os meus textos.
O site endodontiaclinica está fazendo 10 anos agora em 2017 e nunca fez parte do meu roteiro procurar ver as estatísticas dele.
Comecei a faze-lo mais recentemente há pouco menos de um ano, quando passei a postar a parte inicial dos textos no Facebook com um link para o site.
Foi a partir daí que comecei a acompanhar as estatísticas, não em detalhes, só para ter uma ideia do “movimento”.
Para se ter uma ideia, existem leitores de outros países. São poucos, claro, porque é escrito em português.
O mais recente deles é um endodontista do Japão, Naohiro Tsukmoto, que há pouco tempo me enviou uma mensagem pedindo outros artigos meus sobre a questão da limpeza do canal cementário, dizendo que tinha lido um deles e tinha gostado muito.
Enviei os artigos, mas nada falei sobre o Face, mas sabe como é japonês por tecnologia. Ele “pegou” e já se manifestou lá no Facebook.
Por que falo disso?
Por uma razão bem simples.
“Perfeito o texto! Que sirva para reflexão de todos. Pena que poucos leiam.”
Não são tão poucos os que me leem.
Para minha alegria e sei que também para sua, pela sua generosidade, posso dizer que é um número considerável.
Para você ter uma ideia, na semana retrasada na terça e quarta-feira a quantidade de visualizações foi pouco acima de 2.500, em cada um dos dias.
Na quarta-feira da semana passada, 3.506.
Ontem, dia em que vi seu comentário, foram 2.747 visualizações e hoje, na metade do dia, já estava em pouco mais de 2.200.
As pessoas estão vendo a “chamada” no Facebook e vão ao site para continuar lendo os textos, mas não se manifestam.
Não clicam no “curtir” e muito menos fazem comentários, mas estão lendo os textos.
Que os textos não sejam “perfeitos” para elas como você comentou, mas estão lendo.
Talvez elas não saibam, mas me honram muito com a leitura.
Fiquei um pouco “ausente” das coisas da Endodontia e já falei sobre isso.
Em boa parte, essa “ausência” foi intencional por algumas razões. “De fora” você observa melhor e nesse período observei muita coisa.
Vi pessoas e coisas.
E foi por conta disso que fiz uma mudança no foco do site.
É bem possível que essa mudança tenha passado despercebida, não sei.
Hoje, mais do que nunca, tenho muita consciência da importância do meu trabalho como professor de Endodontia e é isso que está me dando muito gás.
Ainda há muita coisa por dizer e fazer.
Aproveito o momento para dizer algo e em seguida fazer um pedido a você e aos que me leem.
Talvez alguns estranhem que eu não me manifeste nas curtições e comentários feitos nas minhas postagens.
Há razões para isso.
Mas, jamais pensem que é a desatenção de alguém que dá pouca importância. Entre outras razões, é questão de tempo.
Mesmo sendo poucos os que se manifestam, o que deu a Andrea a impressão de que são poucos os que leem, quero agradecer a todos eles por prestigiarem os meus textos.
E aí vem o pedido.
Fico feliz com cada curtição e comentário, mas quem quiser e puder, “entre” mais para curtir, comentar e compartilhar.
Como não são cartas à posteridade, espero a resposta de vocês.
Gostaria que os textos alcançassem o maior número possível de pessoas.
Tenho certeza de que muitos dos que me leem concordam em boa parte com a Endodontia sobre a qual conversamos aqui, mas, sobretudo, sei das razões que nos aproximam.
Sendo assim, vamos tornar forte essa Endodontia.
Reporto-me a Oswald de Andrade, um dos membros mais importantes da Semana de Arte Moderna, na década de 1920.
Renomado intelectual brasileiro e consagrado escritor, tinha consciência da qualidade do seu trabalho.
Recorro a ele.
“A massa ainda comerá o biscoito fino que fabrico”.
Oswald de Andrade
A Endodontia ainda será o biscoito fino que todos iremos degustar.