Por Ronaldo Souza
No texto Em algum lugar do passado fiz este comentário:
Diante da não citação do meu nome em nenhum momento numa discussão sobre ampliação foraminal (como alguns chamam) ocorrida num desses fóruns de Endodontia na internet, ele foi um dos dois únicos (o outro é de São Paulo) a fazer uma intervenção citando o meu nome:
“A bem da verdade, a primeira vez que ouvi falar de limpeza do forame foi com meu amigo da Bahia, Ronaldo Souza”. Disse ele.
“A primeira vez que ouvi falar desse procedimento foi com o professor Ronaldo de Souza (esse de não existe no meu nome) da Bahia”. Disse Alex Otani, de São Paulo.
Observe que na primeira frase omiti o nome do autor, na segunda não. Tive minhas razões para isso.
Mas, até por questão de justiça, corrijo o que pode ter sido um equívoco por excesso de cuidados e vou dizer agora. Foi o professor Diógenes Alves, de Recife.
Não só por essa defesa que fez de mim no episódio acima (quando “amigos” meus ficaram calados), mas também por outras razões, devo gratidão a Diógenes e gosto dele. É gente muito boa.
Portanto, jamais ficaria sem dar uma resposta ao comentário abaixo, feito no texto “MTA ou hidróxido de cálcio? Final”.
Concordo, inclusive quando se coloca uma medição intracanal de Ca((OH)2, a imagem ficava de um dente calcificado, devido a radiopacidade semelhante à dentina. Entretanto a imagem que estou me referindo possui uma radiopacidade muito maior. Seria de algum material radiopaco que você colocou protegendo o Hidróxido de Cálcio, como por exemplo o cimento IV? Se foi, e haja vista que naquela época, segundo o seu relato, não existia MTA, hoje em dia você usaria novamente o Hidróxido de Cálcio? E por quê?
O tempo está curto e por isso só agora respondo, com um pedido de desculpas.
Tendo em vista que três casos clínicos são apresentados no referido texto, acho que quando fala de radiopacidade muito maior, Diógenes deve estar se referindo ao caso da perfuração de furca do molar.
Como ele diz “acredito que perdi alguma parte da narrativa em três atos”, não deve ter visto que escrevi o seguinte no texto MTA ou hidróxido de cálcio? Parte 3; “a opção à época foi protege-la com guta percha, cujo momento da colocação é visto em…
Portanto, o material que aparece com radiopacidade muito maior é guta percha, colocada sobre o selamento da perfuração por tecido mineralizado que já tinha ocorrido.
Quanto a usar hidróxido de cálcio novamente, sim, usaria.
Da mesma forma, como ele mesmo diz naquela época, segundo o seu relato, não existia MTA, também escrevi no MTA ou hidróxido de cálcio? Final que na perfuração de furca do caso acima, por exemplo, a “proteção” do tecido mineralizado que se formou fechando a perfuração teria sido feita com MTA caso ele existisse na época em que o tratamento foi realizado.
Resumindo, pelas razões já expostas na narrativa em três atos, como diz meu amigo Diógenes (na verdade em quatro atos, contando com o Final), em algumas situações recomendo todo o tratamento com hidróxido de cálcio. Em outras, recomendo o uso do hidróxido de cálcio durante o tratamento e o MTA na conclusão.