Por Ronaldo Souza
Acredito que todo profissional da área de saúde sabe da importância do atestado médico.
Apesar dos inúmeros episódios conhecidos de atestados que são dados graciosamente para de alguma forma favorecer o paciente, acredito também, e torço para que seja verdade, que todo profissional da área de saúde sabe da responsabilidade que deve existir para quem o emite.
Sendo assim, descarto qualquer comentário sobre a seriedade com que o cirurgião Antônio Macedo emitiu atestado médico vetando a participação do ex-capitão do Exército Brasileiro, o hoje deputado federal e candidato à Presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, sob a alegação de que suas condições precárias de saúde o impediriam de participar de qualquer evento que exigisse dele falar por mais de dez minutos.
“Ele está muito bem, mas não está em condições de ficar mais do que dez minutos conversando”.
Questionado sobre as transmissões que o candidato do PSL tem feito pessoalmente no Facebook diariamente desde a última segunda-feira, dia 1º, o médico disse que a avaliação foi feita especificamente para o debate. “Nós contraindicamos a ida dele ao debate”.
De acordo com o doutor Macedo, uma nova avaliação será feita na próxima semana e ainda não há previsão para quando Bolsonaro possa participar novamente dos debates.
Se não devo fazer, e não o farei, qualquer comentário sobre a confiabilidade do atestado, posso comentar pelo menos sobre dois outros aspectos:
- O paciente desmoralizou completamente o médico e seu atestado ao diariamente fazer vídeos para sua campanha e mais ainda ao participar de uma entrevista na Rede Record no mesmo horário destinado ao debate numa televisão da rede concorrente, Rede Globo.
- Parece haver por parte do médico uma estranha obsessão pela não participação do candidato nos debates.
Vou além, ao sair do comentário sobre a óbvia desmoralização do médico e seu atestado, para fazer um comentário pessoal.
Ao escolher para a entrevista o mesmo horário na mais forte concorrente, além do recado que mandou para a Globo, o candidato à presidência do Brasil protagonizou um verdadeiro deboche com o povo e o país que deseja presidir.
Como se estivesse dizendo; “Tolos, não preciso e não quero participar de debates, por isso estou conversando aqui na Record”.
O Marechal-de-Exército Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, é o patrono do exército brasileiro
Um Marechal que ganha o apelido de “O Pacificador” deve ser um homem admirável, pois, “formado” para a batalha, para a guerra, consegue ser um comandante que inspira moderação e equilíbrio aos seus comandados.
Ao mesmo tempo, porém, o “Duque de Ferro”, como também ficou conhecido, diz do pulso forte, do guerreiro, do valente, do militar que não foge.
Um homem que honra e justifica o Hino Nacional Brasileiro;
“Verás que um filho teu não foge à luta”.
Atestados médicos passam, como também passam os médicos, e por isso somem na poeira da história.
Não passa, porém, e jamais sumirá na poeira da história o atestado de covardia que o homem se dá.
Esse atestado de covardia em particular, ficará para sempre registrado na memória dos militares e do povo brasileiro.
Um militar que se acovardou diante de uma batalha rumo à presidência do Brasil mancha a história dos militares e do Exército Brasileiro, honra e glória desse país.
Todo e qualquer militar deve ter se sentido traído na sua tradição e particularmente aquele do Exército Brasileiro, quando diante dos seus colegas militares da Aeronáutica e da Marinha.
Podem os militares conviver com tamanha desonra?
Se eleito for, o ex-capitão deixará de ser um simples militar e passará, como Presidente do Brasil, à honrosa condição de comandante supremo das Forças Armadas Brasileiras.
Terá honra para isso?
Essa resposta precisa ser dada pelos militares ao povo brasileiro.
Essa resposta precisa ser dada pelos militares que honraram e honram as nossas Forças Armadas.
Essa resposta precisa ser dada pela honra e glória do Marechal-de-Exército Luiz Alves de Lima e Silva.
O Patrono do Exército Brasileiro.
O Duque de Caxias.
O Duque de Ferro.
O militar brasileiro.