Por Ronaldo Souza
No sábado (24/09) em que eu voltava de Campinas, onde participara do Circuito Nacional de Endodontia, passando pelo Centro de Convenções da Bahia a minha mulher me falou sobre o desabamento de parte do 1º andar na noite anterior.
Entre as preocupações, como ocorrência de mortes, que não houve, uma também importante para nós; a realização do Congresso Internacional de Odontologia da Bahia (CIOBA), dali a pouco mais de 1 mês.
O CIOBA seria o primeiro evento a ser realizado após a conclusão da reforma que vinha sendo feita no CCB.
Não deve ser difícil imaginar as dificuldades que surgiriam para sua realização em qualquer outro local no espaço de 1 mês.
A Arena Fonte Nova foi o local escolhido.
As arenas, como ficaram conhecidas, foram idealizadas para o futebol, mas também como alternativas para outros eventos, como shows.
Uma coisa é a realização de shows de cantores, como vários já foram realizados. Monta-se um palco e tudo mais não apresenta maiores dificuldades. Outra, completamente diferente, é a realização de um congresso.
O CIOBA seria, como foi, o primeiro, em qualquer canto do Brasil.
E com um agravante. O curto espaço de tempo para que tudo pudesse ser detalhado e executado.
E de repente, onde existiam estacionamentos, rampas de acesso às arquibancadas, lounge e camarotes tínhamos salas de aula e corredores atapetados e com refrigeração.
Perfeito?
Claro que não.
Dificuldades e transtornos existiram, mas seria impossível que não fosse assim. Como a falta de luz em salas de aula em alguns breves momentos no primeiro dia.
Todos contornados ali mesmo, na hora em que aconteciam.
Mas, já no segundo dia tudo parece ter entrado nos eixos.
Podemos dizer organização quase que impecável?
Podemos sim.
A Dra. Maria Angélica Behrens, presidente recentemente eleita da ABO-BA, e sua diretoria estão de parabéns. A realização do CIOBA nas condições resumidamente descritas foi sim um grande feito.
Não surpreende, porém, a aqueles que a conhecem um pouco melhor, entre os quais quase que já posso me incluir.
Mesmo ainda tendo pouco contato com ela, como coordenador do Departamento de Endodontia da ABO-BA vejo com muita clareza a sua disposição e boa vontade de resolver problemas importantes que persistem já há algum tempo na ABO-BA.
É nítido que a ABO-BA respira novos ares e dá sinais de viver um novo momento.
Mesmo desvinculado por razões pessoais de participação no CIOBA desde a sua última versão em 2014, por estar no dia-a-dia da ABO através dos nossos cursos de Especialização e Atualização pude ver o “sufoco” que foi a vida de Dra. Angélica e de alguns membros de sua equipe durante o mês que antecedeu o Congresso.
Posso dizer, portanto, que qualquer crítica nesse sentido não tem pertinência.
A ABO Bahia está de parabéns.
Entretanto, se, diante do que foi exposto, essas eventuais críticas devem ser desconsideradas, outras talvez não.
Durante os encontros pelas “ruas” do Congresso alguns colegas (posso assegurar que não foram poucos) conversaram comigo e houve uma crítica de todos eles, alguns de forma tímida outros mais veementes, sobre o apelo comercial em algumas palestras.
Disseram que o nome do instrumento, do sistema, do material, o que fosse, aparecia com frequência inaceitável.
Alguns comentaram que já tinham percebido isso antes, mas a surpresa é que mais recentemente tem sido exagerado e que o envolvimento de alguns ministradores estaria ficando muito evidente.
Se pudesse fazer uma síntese do que ouvi, seria esta: não se falou ou pouco se falou do tratamento em si, mas sim do instrumento para fazê-lo.
Parece que as plateias estão percebendo algo estranho, algo que não seria de agora e muito menos estaria acontecendo somente no CIOBA.
E no estranhamento desses colegas parecia haver um pedido implícito.
Não deixem que isso aconteça também com o CIOBA.