Por Ronaldo Souza
Já tinha tomado uma decisão desde o final de 2015.
Retomar as coisas da minha profissão.
Voltar a ela com a mesma intensidade de sempre e viver outra vez dias já vividos.
E tanto fiz que nas minhas férias de final de ano já voltava a escrever alguns textos para o site www.endodontiaclinica.odo.br. Textos que me agradam muito por me permitirem sair das normas mais rígidas das publicações em periódicos. No site fico mais solto, mais leve.
Assim virei o ano.
No entanto, além da necessidade desse retorno havia uma constatação de que algumas coisas tinham tomado um rumo inimaginável até bem pouco tempo atrás.
E essa constatação se deu com mais força ainda quando li uma matéria sobre o Supremo Tribunal Federal, que já há algum tempo deu à sigla STF outro significado; Supremo Tribunal da Farsa.
Naquele momento, como poucas vezes faço, na mesma “sentada” em que li a matéria escrevi um texto e não tive qualquer preocupação em revê-lo quanto a eventuais correções de português. Do jeito que saiu, foi. Do jeito que escrevi postei no jornal GGN, de Luis Nassif. Em nenhum outro lugar foi postado, nem em meu site.
Tinha certeza de que recorreria a esse artigo em um momento futuro.
Portanto, há nove meses, já tinha plena convicção e por isso afirmei que nada mais poderia ser feito que mudasse o que já estava determinado; que iam derrubar Dilma e Lula e o PT não teriam nenhuma chance de exercer os seus direitos de defesa. Seriam perseguidos. Era a guinada da vergonha. Claro, da ausência dela.
O STF, Poder Judiciário e MPF estavam no jogo.
Mesmo com essa convicção continuei indo às manifestações, mas fui diminuindo a frequência com que escrevia os textos e “guardei” este a que me refiro agora. Somente hoje, 12/12/2016, eu o postei no meu site e para confirmar tudo que digo, observe a data de quando foi postado no GGN: 12/03/2016, às 17:10 (leia o artigo aqui www.endodontiaclinica.odo.br/encontro-marcado-2).
Exatamente há nove meses, quando Dilma ainda exercia o direito de ser a Presidenta do Brasil, direito este que lhe foi dado pelo voto de mais de 54 milhões de brasileiros.
Dessa forma, explico a algumas pessoas que me perguntaram durante esse período por que eu tinha parado de escrever sobre política.
Porque simplesmente se havia uma coisa que não existia mais era política.
A discussão que outrora se travava sobre esse tema tinha se transformado numa coisa insana, onde a tônica era o preconceito como algo maior e mais forte, ainda que não assumido por aqueles que, na sua ignorância política, cegueira e interesses diversos, tornaram-se seres abjetos, desprezíveis.
Todas as armas que lhes foram apresentadas foram utilizadas e cinicamente se disfarçaram em combatentes da corrupção.
Muitos desses seres abjetos fizeram e fazem parte do nosso dia-a-dia através do convívio social, profissional e das redes sociais (ah, as redes sociais). Mostraram-se também corruptos nos seus atos e ideias, enfim, na sua concepção de vida.
E agora, com a mesma ignorância política e estúpida cegueira, tentam fugir da responsabilidade, mas também são responsáveis pelo caos que aí está e que vai aumentar.
O combate a essa estrutura controlada por uma imprensa viciada e altamente comprometida, em consórcio com um judiciário e MPF que envergonham a história desse país, aos políticos corruptos contra os quais não se bateu nem se baterá nenhuma panela e a esses seres desprezíveis que circulam entre nós jamais terá fim.
Como cinicamente assumiram que eram todos Cunha, agora assumiram que são todos Aécio, Temer, Geddel, Romero Jucá, Renan Calheiros, Serra, Alckmin e tantos outros que hoje assaltam o país.
São todos corrupção.
Ainda que não na mesma intensidade porque, como disse anteriormente, preciso de mais tempo para exercer as minhas atividades profissionais, jamais terá fim a luta contra todos esses canalhas entreguistas que, juntos na corrupção agora escancaradamente assumida, vendem o país que julgávamos pertencer aos nossos filhos.