A revolução dos brancos

Bolso branco

Por Leandro Fortes, jornalista

Desde 2013, já era possível notar que essas manifestações de fascismo urbano eram, por assim dizer, piqueniques cívicos da classe média branca, racista e iletrada do Brasil.

O antipetismo alimentado pela mídia fez os pobres apoiá-las, mas não conseguiu manchá-las de pardo: durante todo o processo que resultou no impeachment de Dilma Rousseff, a histeria das ruas manteve-se branca, alva, em fantasias verdes e amarelas.

Mesmo fracassada, as manifestações de apoio a Bolsonaro mantiveram esse padrão intacto. Mais ainda, filtraram esse fenômeno até o limite de qualquer percepção.

Nas ruas, nos pequenos e grandes grupos, eram sempre brancos e brancas em máscaras de ódio, rancor e tristeza. Uma gente tão infeliz que não causa espanto nenhum as opções que faz.

Essa gente horrível, plena de desgosto, ainda vive seu momento, embora seja óbvio o seu ocaso.

Ainda assim, me embrulha o estômago ver essa turba ignorante empunhando banners de vinil expondo a própria ignorância, disseminando ódio e intolerância, erguendo bonecos infláveis para disfarçar uma vida inteira de insignificância.