Aécio perde força até em Minas

Por Miguel do Rosário no Tijolaço

A grande imprensa não vem repercutindo uma informação essencial para se entender o que pode estar por trás da súbita altivez de José Serra. Além de estar perdendo pontos nas pesquisas nacionais de intenção de voto, Aécio Neves não está conseguindo sequer emplacar um candidato minimamente competitivo em seu próprio estado.

Os dois candidatos de oposição ao governo Anastasia, Pimentel (PT) e Clésio (PMDB), lideram isoladamente as pesquisas de intenção de voto: segundo pesquisa divulgada ontem pelo jornal Hoje em DIA, os dois tem quase 50% da preferência do eleitor mineiro. Os tucanos não alcançam 4%.

Aécio Neves conseguiu construir uma imagem sólida de si mesmo em Minas Gerais. Dizem as más línguas que a imprensa mineira foi amordaçada e manipulada com esse objetivo, coordenado por sua irmã todo-poderosa, Andrea Neves.

Mas Aécio cometeu um erro típico de políticos provincianos, que pensam mais em si mesmos do que nas ideias que supostamente representam: não construiu lideranças para substituí-lo. Investiu tudo em seu nome.

Este erro custará caro ao PSDB, por razões simples:

– O maior problema de Aécio Neves é ser bem conhecido e ter votos apenas em Minas Gerais.
– Mas se não tem um candidato sólido ao governo de Minas, Aécio pode comprometer seu desempenho no segundo maior colégio eleitoral do país.

– Com desempenho fraco em Minas, Aécio terá que gastar recurso, tempo e energia no estado, em detrimento de outras regiões, como São Paulo, Rio e Nordeste, onde precisa investir para ganhar terreno.

Estou começando a achar que Serra está certo em sua pretensão de ser novamente o candidato do PSDB à presidência da república…

Leia a matéria publicada sábado no jornal Hoje em Dia:

 

 

Fernando Pimentel e Clésio Andrade ampliam a vantagem

Jornal Hoje em Dia

Os candidatos de oposição ao governo de Minas Fernando Pimentel (PT) e Clésio Andrade (PMDB) ampliaram a vantagem na corrida das eleições de 2014. Enquanto isso, sem uma definição sobre quem será o candidato governista ao Palácio Tiradentes, Alberto Pinto Coelho (PP) e os tucanos Marcus Pestana, Dinis Pinheiro e Pimenta da Veiga não chegam a alcançar 4% da preferência.

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Nova pesquisa feita pelo instituto MDA, à qual o Hoje em Dia teve acesso, mostra que eles lideram todos os quatro cenários pesquisados, e alcançam, juntos, entre 48,5% e 49,6% da preferência do eleitorado, dependendo do cenário apresentado. Em maio, quando outra pesquisa do instituto foi realizada, somados, os índices do petista e do peemedebista alcançavam entre 40,4% e 41%.

Na nova pesquisa, realizada entre os dias 16 e 20 de agosto, o ministro Fernando Pimentel chega a atingir 39,1% das intenções de voto quando o candidato governista é o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Dinis Pinheiro (PSDB). No cenário, o senador Clésio Andrade tem 10,5% da preferência. Dinis alcança 2,9%.

Quando o candidato do governo é o atual vice-governador Alberto Pinto Coelho, seu índice é idêntico ao do tucano. Neste caso, Pimentel soma 38,4% e Clésio Andrade registra 10,3%. Enquanto 15,2% votariam em branco ou nulo, outros 33,2% não sabem ou não responderam. Na pesquisa de maio, Pinto Coelho somava 5%, enquanto Pimentel tinha 32,3% e Clésio Andrade tinha 8,1%.

Se a escolha governista for pelo presidente do PSDB, Marcus Pestana, o tucano tem 3,4% da preferência. Nesse cenário, Pimentel soma 38,6% (em maio tinha 32,8%) e Clésio registra 10,4% (tinha 8,2%). Um grupo de 15,5% dos eleitores votaria branco ou nulo e outros 32% não sabem ou não responderam.

Novo cenário

O melhor desempenho do governo se dá com o ex-prefeito de Belo Horizonte Pimenta da Veiga (PSDB). Ainda assim, seus índices são praticamente idênticos aos dos outros pré-candidatos governistas. O tucano alcança 3,6% dos votos, enquanto Pimentel marca 38,1%, Clésio tem 10,4%, brancos e nulos somam 15,1% e os que não sabem ou não responderam chegam a 32,8%.

É a primeira vez que tal cenário é apresentado nos relatórios de pesquisa do instituto MDA. No estudo de maio, Pimenta da Veiga não foi incluído. Outros dois candidatos governistas foram testados naquela ocasião: Renata Vilhena e Danilo de Castro. No novo relatório eles não foram incluídos, assim como o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que tem dito não ter interesse na candidatura, apesar das pressões do partido.

A pesquisa ouviu 2.001 pessoas em 63 municípios. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais para mais ou para menos.