Por Ronaldo Souza
A ideia do Circuito Nacional de Endodontia surgiu em 2006 e a sua primeira edição foi em 2007, em Curitiba, sob a coordenação de nosso querido e saudoso amigo, professor Gilson Sidney.
O Circuito logo deixou bem claro que era diferente dos demais eventos de Endodontia. Em janeiro de 2020, porém, houve uma pausa. Precisávamos parar para refletir sobre muita coisa, inclusive sobre nós mesmos.
Esse momento coincide com a chegada logo em seguida da pandemia da Covid-19. Sem ainda termos uma ideia clara do que estava acontecendo e do que estava por vir, nós nos tornávamos espectadores e vítimas das transformações que ocorriam e que trouxeram mudanças muitas vezes imperceptíveis à sociedade.
Também assim foi na Endodontia. Sem ainda termos uma ideia bem definida do que estava acontecendo e do que estava por vir, a pausa do Circuito Nacional de Endodontia nos tornou espectadores das grandes transformações que ocorriam, um processo que se acentuou nos últimos tempos e que se evidenciou particularmente através dos congressos on-line, depois on-line e presencial e finalmente, voltando à normalidade, nos congressos presenciais.
Um processo também imperceptível a boa parte da sociedade endodôntica.
O olhar de fora talvez nos tenha permitido uma visão mais cuidadosa e mais ampla, o que nos fez ver com mais clareza o que já vínhamos, como já foi dito, observando há algum tempo. Foi grande a nossa perplexidade. A degradação da qualidade do ensino e, consequentemente, da prática clínica, era algo que crescia e se disseminava a olhos vistos.
Diante de uma perspectiva que se mostra tão assustadora e um futuro que se insinua mais assustador ainda, fizemos uma viagem de volta a um passado recente para traze-lo como base, como fiador, para o retorno e para o que vamos dizer neste exato momento: o Circuito Nacional de Endodontia está de volta com objetivos bem definidos, que podem ser sintetizados num contexto maior: trazer de volta a Endodontia como ela verdadeiramente é e trata-la com os devidos compromisso e respeito.
Alguns poderão questionar “o que justifica tamanha pretensão?” E a nossa resposta é: ainda que possamos correr o risco de interpretações apressadas, o Circuito Nacional de Endodontia não está preocupado com os pré-julgamentos, mas sim, com os rumos que a Endodontia vem tomando. A nossa história se explica e se justifica e nos permite assumir essa postura sem nenhum constrangimento.
Poderíamos usar a famosa analogia da Fênix, a ave da mitologia grega associada ao renascimento, ao recomeçar. Não estaríamos errados se o fizéssemos, mas, na verdade, é um novo olhar que se deve ter sobre essa questão.
Não se trata de um renascer da Endodontia simplesmente, mas sim, de que há uma Endodontia por nascer.
E o seu nascimento tem local e data marcados: a edição do Circuito Nacional de Endodontia em Campinas (SP), de 29 a 31 de maio de 2025.
Seja bem-vindo.