Desobedeçam Bolsonaro e defendam a vida!

Por Fernando Brito

As autoridades públicas entraram em modo de desobediência, esta a esperança que nos resta.

As medidas do Governo Federal caem como moscas na Justiça e no Congresso, por ilegais, inúteis ou estúpidas.

Os comandantes das tropas de enfrentamento da guerra viral em que estamos metidos gaguejam diante das monstruosidades que diz o presidente, demonstrando que são fracas e tíbias para enfrentar algo muito mais perigoso que o Covid-19: Jair Bolsonaro.

As Forças Armadas, que precisariam ser a coluna dorsal do país, cuidando da logística, organizando o abastecimento das cidades, chamando os cidadãos à disciplina pelo exemplo de sua coragem de proteger, amparar e servir ao país, estão omissas, em lugar de estarem, agora, apelando pelas resistência na trincheira doméstica e antecipando os inevitáveis hospitais de campanha que serão necessários.

Dão a triste impressão que, como na Itália, servirão apenas para recolher corpos.

Restaram os governos estaduais e municipais, na sua maioria, exceto por alguns ratos que, de olho no apoio bolsonarista, entregam seu próprio povo em benefício e sua ambições.

Não podem ter pruridos na hora em que as forças da insanidade ameaçam soltar seus bandos pelas ruas.

E inaceitável que tomem as ruas da cidade as carreatas da morte, as colunas da insânia, os legionários da epidemia por lucro, os pregadores da morte dos velhos, dos doentes, dos que são chamados a se expor, nos trens e nos ônibus, quanto eles, claro, protegem-se nos vidros escuros e no ar condicionado de seus carros e da segurança do home office que só a poucos é possível.

Não há tergiversação possível à beira de uma guerra que será cruenta tanto quanto outra, com a diferença que nelas, mandam-se os filhos a morrer e, agora, mandam-se à morte os pais, as mães, os tios e os avós.

Se os estudos dos cientistas estiverem certos, será uma montanha de corpos. Se for a metade do que preveem, uma montanha de corpos; se um quarto ou dez por cento, uma montanha de corpos.

Vimos e estamos vendo erguerem-se estas macabras montanhas, na China, na Itália, agora na Espanha e já nos EUA, que perderam 400, ontem só.

De cada um de nós depende a chance de diminuir esta montanha.

Há, é verdade, uma linha de frente e gente corajosa nos hospitais, que põe em risco suas vidas para cuidar das baixas inevitáveis e que sofre com as evitáveis por saberem que vão lhes faltar as armas dos leitos, dos respiradores, do oxigênio e que a insânia levará gente à qual não poderão dar esperança.

Mas a batalha decisiva, esta cabe à você, dizer o contrário seria mentir.

Siga na sua trincheira, barrique-se no seu isolamento, proteja-se na sua solidão forçada.

E, sobretudo, como um Gravoche digital, ponha-se a gritar pelas redes as palavras de apoio e incentivo de que precisamos pela falta de líderes, por termos homens tão miúdos que não conseguem ver o que virá à frente e, por isso, zombam dizendo que é gripezinha o que já é peste.

Em troca do dinheiro, seu Deus acima de tudo, desdenham da morte de seres humanos.

Estamos na era dos computadores, mas ainda somos homens e mulheres, mortais, os que os fazemos e os que devem se servir deles para olhar o mundo e ver a realidade dissolver a estupidez dos fanáticos.

Lucidez é luz, luz é ver! A cegueira só é prêmio aos condenados à execução e nós não merecemos, não queremos e não aceitamos a execução sem luta.

A morte vai chegar à sua esquina e você não pode deixar que ela avance ainda mais.

Bolsonaro mente sobre laudo porque sabe que cometeu crime contra a saúde pública

Por Jefferson Miola

O jornal Estadão noticiou que “ao deixar o Palácio da Alvorada, o chefe do Planalto questionou a jornalistas se achavam que ele estaria escondendo algo. ‘Você acha que eu estou escondendo alguma coisa? Está na lei que esses laudos são segredo. Quer que eu te mande a lei? Respeita a lei. Se um tiver aqui, não é obrigado a revelar se está ou não com o vírus’”, teria respondido Bolsonaro.

Bolsonaro mente ao dizer que a lei protege o sigilo, porque o Regramento Sanitário Internacional e os protocolos do Ministério da Saúde determinam a notificação obrigatória dos casos de infecção humana por COVID-19.

A notificação é obrigatória no caso da pandemia exatamente para permitir a adoção das medidas sanitárias preconizadas para conter a disseminação exponencial do vírus e, desse modo, evitar uma calamidade sanitária.

A notificação compulsória não é sinônimo de exposição pública ou de estigmatização da pessoa contaminada, mas procedimento técnico definido mundialmente para assegurar que a identificação e isolamento de casos impeça a ameaça de propagação em toda comunidade.

Bolsonaro reluta em apresentar o laudo dos testes a que foi submetido, e isso aumenta a suspeita de que tenha sido contaminado. Talvez por experiência própria, com efeitos leves da contaminação, ele inclusive minimiza o risco do coronavírus a uma mera “gripezinha”.

Bolsonaro caiu na própria armadilha. Agora ele não pode admitir a soropositividade para o COVID-19 porque sabe que cometeu crime contra a saúde pública ao se comportar como vetor de transmissão do coronavírus nos atos inconstitucionais e ilegais que participou em 15 de março, quando fez selfies, abraçou e se roçou na matilha fascista.

Bolsonaro poderá ser alvo de uma queixa-crime no STF [artigo 86 da CF] e ser cassado por cometimento de crime contra a saúde pública, como estipulam os artigos 267 e 268 do Código Penal [ler aqui].

“Remodelação foraminal”

O texto abaixo foi escrito em resposta ao Dr. Samuel Nogueira, pelo comentário que ele
escreveu numa postagem do Grupo de Endodontia da ABO-Bahia, no Instagram

Por Ronaldo Souza

Vamos conversar um pouco sobre o conceito de (Herbert) Schilder, “Cleaning and Shaping”.

A primeira coisa a fazer é traze-lo para o Brasil – “Limpeza e Modelagem”.

A necessidade de se atingir esses dois objetivos está consagrada e algo consagrado parece e deveria ser algo devidamente estabelecido e, pelo menos em tese, bem entendido.

Não é.

Ações simultâneas que são, a modelagem por si só já promoveria uma “razoável” limpeza do canal (para efeito de melhor compreensão, não vou fazer considerações sobre sistema de canais – vou usar somente a expressão canal), mas, como sabemos, há necessidade da ação química das substâncias utilizadas para o preparo do canal.

Por que modelagem?

As imagens radiográficas, tão valiosas ainda hoje e muitas vezes equivocadamente diminuídas na sua importância, nos fez imaginar os canais como um espaço cônico.

Daí, por óbvio, a indústria sempre “construiu” instrumentos cônicos.

Poderia ser de outra forma?

O bom senso diz que não.

Para canais cônicos, os instrumentos que vão trabalhar neles precisavam ser cônicos.

Prepara-se então o canal “cônico” com instrumentos cônicos.

Tudo de acordo com o figurino.

Como obtura-los?

Com materiais… cônicos!

Poderia ser de outra forma?

O que recomendaria o bom senso?

Canal dentinário

Aprendemos que o canal se divide em dentinário e cementário e que seriam dois cones opostos que se superpõem.

Dois cones opostos que se encontram devem gerar um ponto onde haverá uma constrição.

Como os dois canais que se encontram são o dentinário e o cementário, não parece sensato que esse local tenha sido denominado de Cemento-Dentina-Canal, CDC?

Estabeleceu-se que o campo de ação do endodontista era o canal dentinário; o cementário seria intocável, sagrado, e o tecido no seu interior deveria ser preservado.

É bem possível que para que esse conceito tivesse sido estabelecido a anatomia radicular tenha sido considerada.

A começar pelo fato de que o canal dentinário tem como paredes laterais a dentina, um tecido, como sabemos, do dente, enquanto o cementário, não. Suas paredes são constituídas por cemento, o que o torna um tecido perirradicular.

Sem qualquer juízo de valor sobre o conceito que determinou que os tecidos periapicais são sagrados, portanto, intocáveis, estabeleceu-se que no canal dentinário seriam feitos o preparo e a obturação do canal.

Assim, no canal dentinário a modelagem se impõe.

O canal, originalmente “cônico”, precisa ter a sua conicidade bem estabelecida para em seguida ser feita a obturação, com cones de guta percha, como diz o nome, cônicos.

Canal cementário

Há 33 anos venho fazendo, sugerindo e publicando o que inicialmente chamei de limpeza do forame.

Vou sintetizar para, agora sim, chegar aos comentários sobre “remodelação foraminal”.

Todos cometem erros, muitos dos quais grosseiros, quando falam sobre esse tema.

Nada se faz no forame apical que se deva visar somente ele.

Todos falam, por exemplo, dos microrganismos que precisam ser eliminados das paredes do forame.

Forame não tem parede.

Forame é um orifício.

Quem tem parede é o canal cementário.

Este sim, tem suas paredes infectadas por microrganismos nos casos de necrose pulpar, particularmente aqueles com lesão periapical.

Por isso, o conceito de instrumentação do canal cementário.

Vamos lá.

A primeira pergunta que faço é:

Como alguém pode pensar em modelar ou remodelar o canal cementário com instrumentos cujas conicidades são no sentido oposto ao dele?

Você consegue modelar o canal dentinário porque a indústria fabrica instrumentos com conicidade no mesmo sentido da conicidade do canal dentinário.

Em que direção se dá a conicidade dos instrumentos?

No sentido da convergência das paredes do canal dentinário, de cervical para apical.

Onde o canal é mais amplo?

Em cervical.

Onde ele é mais constrito?

Em apical.

Onde as limas são mais calibrosas?

Obedecendo ao afunilamento do canal, onde a sua conicidade a torna menos calibrosa?

Sendo assim, quando o instrumento endodôntico estiver posicionado no canal dentinário ele estará bem “adaptado” em toda sua extensão.

Projete essas mesmas perguntas para o canal cementário e se quiser para o forame.

Quando esses instrumentos estiverem no forame apical, qual a porção deles que estará ali?

A mais fina.

Completamente solta, perdida, como mostra qualquer imagem ou vídeo que aborde esse tema.

Como esse instrumento conseguirá modelar ou remodelar o canal cementário se não toca nas suas paredes?

Que seja o forame. Como esse instrumento conseguirá modelar ou remodelar o forame se não toca nas suas “paredes”?

Não tenho como saber o que tentou fazer o Dr. Samuel Nogueira quando, como “comentário”, simplesmente escreveu “remodelação foraminal”.

Quis atribuir semelhanças entre o conceito de instrumentação do canal cementário e o de remodelação foraminal?

Quis dizer que o conceito de instrumentação do canal cementário nada tem de novidade porque ele, Dr. Samuel Nogueira, já aborda isso quem sabe lá há quanto tempo?

Não faço a menor ideia.

O que sei é que precisamos entender que um nada tem a ver com o outro.

Absolutamente nada.

Respeito o posicionamento de Dr. Samuel Nogueira (a quem não conheço, como também não conhecia a sua expressão “remodelação foraminal”) e a ideia dele, mas a remodelação foraminal carrega em si um grande equívoco.

Como o faz quem fala de ampliação foraminal.

Há muitos anos proponho o conceito de instrumentação do canal cementário e algumas publicações nesse sentido já foram feitas.

São muitos os equívocos cometidos ao longo dos últimos anos sobre esse tema e, portanto, muita coisa poderia ser dita aqui e agora.

No entanto, como já escrevi muito e postei vídeos sobre isso, para facilitar deixo abaixo os links de alguns desses textos (postados no meu site) e vídeos do meu canal no YouTube.

Neles você verá tudo isso em detalhes, inclusive com imagens, que aqui não foram colocadas.

É só clicar.

Textos

1. Paradigmas da Endodontia
www.endodontiaclinica.odo.br/paradigmas-da-endodontia/

2. Paradigmas da Endodontia. 2ª parte
www.endodontiaclinica.odo.br/paradigmas-da-endodontia-2a-parte/

3. Paradigmas da Endodontia. 3ª parte
http://localhost/wp/endo2/paradigmas-da-endodontia-3a-parte/

4. Paradigmas da Endodontia. Final
http://localhost/wp/endo2/paradigmas-da-endodontia-final/

Vídeos

1. Ampliação foraminal; eles sabem o que estão dizendo?

2. Ampliação foraminal; o que acontece com o coto pulpar?

3. Instrumentação do canal cementário; um novo conceito

4. Instrumentação do canal cementário; resolvendo casos difíceis

Luz

Por Ronaldo Souza

Dias difíceis, jamais imaginados.

Hora de arregaçar as mangas e enfrentar.

Todos, cada um à sua maneira, “juntos”, da melhor forma possível.

Para os religiosos, hora de muitas preces.

Para os espiritualistas, hora de espiritualidade.

Não estou falando de espiritismo.

Espiritualidade transcende as religiões.

Falo dela como algo que pode nos levar ao equilíbrio.

Hora de muita reflexão.

Há muita coisa para ver.

Se você me perguntar se quando passar a tormenta virá o tempo da bonança e o mundo será um mar de rosas, direi que não.

Mas, mudanças virão.

Não é possível que depois de tudo isso, continuemos os mesmos.

Mas já faço a ressalva.

Muitos não mudarão.

Eles já circulam e continuarão circulando entre nós, mas, sem que tenham noção, já estão marcados pela forma como se desnudaram nas redes sociais nesses últimos tempos.

Não vou longe.

Depois de um bom tempo sem “entrar” no FaceBook (faço a postagem da parte inicial dos meus textos e saio), ontem (24/03) resolvi fazer isso.

Vi um “diálogo” entre colegas em que o adjetivo utilizado por um deles para definir os outros e assim afastar a possibilidade de um futuro encontro (cogitado para uma conversa sobre o momento político atual) foi uma clara demonstração de que já estão identificados e tornaram o estigma inevitável.

Na verdade, uma autoestigmatização.

Não percebida, claro.

O bom senso recomenda evitar determinados encontros, mesmo que tenham sido comuns em tempos anteriores.

Dizem que prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Rédeas soltas, expuseram-se demais e exibiram suas entranhas e vísceras e nelas vimos o que há de pior na raça humana.

Depois de repetidas vezes se manifestarem desejando a morte por câncer de figuras do ambiente político brasileiro, já não surpreende que falem da morte de idosos e enfermos contaminados pelo coronavírus com assustadora naturalidade.

Seguem seus gurus na necessidade de proteção da economia.

O odor é fétido.

Eu olho-os com olhos lassos,
Há nos meus olhos ironias e cansaços
(José Régio)

De forma irreversível em alguns casos, os relacionamentos já não são e não serão mais os mesmos de antes.

Mas não falo para eles.

Falo para você que, mesmo pensando diferente de mim no campo sócio/político, vê que o mau nos ronda.

O mau nos administra, nos diz coisas feias todos os dias, nos conduz por caminhos desconhecidos, que nunca foram os nossos.

Entrou em nossas vidas, em nossas casas e ameaça o futuro de nossos filhos e netos.

Mas observe o seu povo.

Mesmo assustado e contido no que tem de mais forte, a afetividade, “resigna-se”, mas reage.

Abraços, beijos, simples apertos de mãos, tudo está proibido e, afastados todos de todos, as pessoas estão reagindo e se encontrando na solidariedade, no gesto, na atenção.

Mesmo povos que não conhecem de verdade o que é um abraço, agora parecem reconhecer o quanto são valiosos.

Mesmo diante de tanta dor e sofrimento, que dias lindos estamos vivendo.

Transformação será a palavra.

Momento único em que estamos nos sentindo humanos outra vez.

Que bem nos faz nos sentirmos como já fomos.

Estamos começando a ver com mais clareza a angústia do verdadeiro isolamento que já estávamos vivendo sem perceber.

Que tenhamos poucas baixas nessa luta para que possamos ver lá adiante que enfrentamos o terrível isolamento físico dos nossos entes queridos e o vencemos.

Como um presente, recuperaremos o afeto, a delicadeza, o amor.

Recuperaremos o ser humano que ainda existe em cada um de nós.

“Espera que o sol já vem”.

O Sol que por entre as nuvens das trevas ameaça sair

Por Ronaldo Souza

Recebi o texto abaixo de um grande e querido amigo, o Prof. Figueiredo (UFRGS).

Como foi escrito no FaceBook do Dr. Nelson Ferrão (o autor), não tem título.

Por essa razão me permiti colocar um.

Resolvi colocar também uma imagem, que não era esta que está postada. No entanto, a que me veio à mente de imediato trouxe com ela o desejo de escrever um texto, que já se desenhou. Por isso guardei-a para esse momento que virá.

Duas coisas mais a dizer.

Primeiro, o comentário feito pelo próprio Figueiredo; quem me enviou é um anti-PT, mas indignado com a postura do presidente e seus desserviços”.

Esse depoimento reflete com clareza o atual momento.

Em outras palavras, o país está acordando e começa a mostrar que sairá das trevas.

Segundo, veja o comentário de quem compartilhou (desconhecemos quem foi) o texto de Dr. Nelson Ferrão, médico do Rio de Janeiro, ex-Diretor Geral do Hospital Central do IASERJ.

Ontem o Dr. Nelson Ferrão, um dos médicos dos SUS que está virando dia e noite para tentar salvar vidas, postou um desabafo num dos poucos momentos que dispõe para se alimentar e repor as energias física e emocional (no meu entender, pelo tamanho do texto, não deve ter dado muito tempo para ele se alimentar e repor minimamente suas energias). Mas trata-se de um desabafo muito lúcido, consistente e coerente”.

Concordo com ele.

O texto representa sim um desabafo “muito lúcido, consistente e coerente” de quem está cansado, de saco cheio, das bobagens que vêm sendo ditas há anos por idiotas consagrados, sob os aplausos dos seus pequenos e tolos seguidores.

Mas vai muito mais além.

Por Nelson Ferrão,

Uma coisa é certa, o Coronavírus é muito didático. Ele joga duro, mas é papo reto, na lata. E dá lições sem falar, só causa e consequência. Eis algumas delas?

Lição 1) Para o mercado, as crises só servem mesmo pra ganhar mais dinheiro, especulando. É só olhar o preço do álcool gel. Quando a coisa aperta, até os planos de saúde e os hospitais privados mandam os pacientes pro SUS. Ou seja, na hora do pega-pra-capar, só se pode esperar alguma coisa mesmo é do Estado; logo, se você é um desses que quer acabar com o Estado, prepare-se para ser presa fácil das aves de rapina de sempre.

Lição 2) Numa sociedade integrada, nenhuma bolha é segura. Você pode morar em condomínio fechado, ter vigilância monitorada, álcool gel em todas as peças da casa e o escambau, mas se os pobres, que talvez você ache que mereçam ser pobres, não tiverem uma vida digna — com acesso à saúde, educação, cultura, direitos trabalhistas e tudo mais, eles levarão o vírus até você. Pode ficar certo, a empregada que te serve e viaja diariamente naquele ônibus superlotado, o motoboy do i-Food sem direito à licença saúde que te faz entregas, ou aquele operário que vai trabalhar mesmo doente porque não pode ter o salário descontado, pois têm um destes modernos contratos flexíveis de trabalho sem direitos: eles vão furar a sua bolha e expor a sua miséria também. E se prestar atenção, talvez você entenda também que a violência urbana que mata o playboy do asfalto tem origem na mesma desigualdade social de sempre, que você talvez ache natural. Ou seja, estamos todos no mesmo barco, e mesmo que você esteja no andar de cima, se o barco afundar você vai junto. Só a solidariedade salva: ou todos estão seguros, ou ninguém está.

Lição 3) Pense melhor em quem você elege para cargos executivos. Não adianta eleger Presidente, Governador, Prefeito fazendo arminha ou combatendo mamadeira de piroca e kit gay. Se os caras eleitos não souberem o que fazer lá onde você os colocou, periga até eles saírem às ruas em plena quarentena pra se aglomerar, cumprimentar fãs, tirar selfies e ajudar a espalhar o vírus, ou então pra dizer para a população que não vai dar nada, que se dermos uma banana pro vírus ele vai embora. Ou até as duas coisas juntas. Se eles não tiverem competência nem para identificar uma ameaça real, que dirá para montar uma operação de guerra, amarrando todas as pontas necessárias para não deixar isto virar uma tragédia maior, de políticas sanitárias preventivas, passando por um sistema universal integrado e seguro de saúde para acolher os doentes, até medidas de proteção às empresas e trabalhadores que serão afetados pela paralisação de muitas atividades.

Lição 4) Quer goste ou não deles, você novamente será salvo por algum cientista. Você pode até achar bonito combater a ciência, ser negacionista, terraplanista, antivacinista, militarista, dizer que as instituições públicas de ensino e pesquisa são aparelhos comunistas, mas na hora da verdade, se tem alguém que pode salvar a sua vida são os pesquisadores e pesquisadoras de universidades públicas, da Fiocruz, do Instituto Butantã, de todas aquelas instituições que têm sido achincalhadas e precarizadas nos últimos anos. São eles e elas que estão trabalhando hoje, silenciosamente, ao lado dos principais centros de pesquisa do mundo, para desenvolver medicamentos e vacinas contra este e outros vírus que ainda nos ameaçam. Sem eles, talvez nossa civilização até já tivesse sido dizimada. Então, pense melhor em para quem você rende homenagens. Quando uma ameaça de grandes proporções como essa nos acossar novamente, lembre-se, não são os milicos com fuzis AR-15 nem os pastores que vendem curas fáceis em troca da senha do seu cartão de débito que irão nos tirar desta enrascada, mais uma vez. São os cientistas, e em geral de instituições públicas”.

Então, vê se acorda! Mais do que reconhecimento público e aplausos de apoio aos profissionais de saúde, ele e todos nós precisamos de atitudes corretas.

Bestas humanas

Por Ronaldo Souza

“Do me a favor, speed it up, speed it up.” This is what U.S. President Donald Trump told the National Association of Counties Legislative Conference, recounting what he said to pharmaceutical executives about the progress toward a vaccine for severe acute respiratory syndrome–coronavirus 2 (SARS-CoV-2), the virus that causes coronavirus disease 2019 (COVID-19).

“Façam-me um favor, acelerem, acelerem”. Foi isso que o Presidente dos EUA, Donald Trump, disse ao National Association of Counties Legislative Conference, reportando-se ao que falou aos executivos farmacêuticos sobre o progresso de uma vacina para síndrome respiratória aguda-coronavírus 2 (SARS-CoV-2), o vírus que causa a doença do coronavírus (COVID-19).”

O artigo “Do us a favor”, de H. Holden Thorp, na Science, uma das mais renomadas revistas do mundo científico, começa com o parágrafo acima, que fala do pedido de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, aos cientistas americanos (veja aqui  www.science.sciencemag.org/content/367/6483/1169).

Com seu artigo “Do us a favor”, o pesquisador americano respondeu à altura, batendo de frente com o presidente americano.

Em trechos do artigo, Thorp chega a dizer:

“Você atacou a ciência nos últimos 4 anos, cortou verbas, chamou os cientistas de mentirosos e agora quer velocidade? Ciência não se faz da noite para o dia”.

“Você não pode atacar os cientistas quando não gosta da ciência e cobra-los quando resolve que gosta e precisa deles”.

Você pode até não estar lembrado, mas já viu esse filme aqui no Brasil.

O corpo humano não aceita espaços vazios (exceção às suas cavidades naturais) e de alguma forma tende a preenche-los.

Em mentes pequenas, porém, deve haver um enorme espaço vazio reservado ao nada.

O material que eventualmente corrija essa falha não deve ser de boa procedência e é comum que crie transtornos mentais, alguns graves.

Apesar do retardo que surge nesse processo, essas mentes não perderiam completamente a cognição.

Entretanto, parecem guardar algum tipo de ressentimento, de mágoa.

Os tempos difíceis atuais se tornaram o caldo ideal para elas.

Houve então uma explosão surda e todas essas pessoas saíram do armário.

Estimulados diariamente pela autoridade maior do país, livraram-se de todas as rédeas e passaram a trotar com desenvoltura.

Muitos não só assumiram como se orgulham de exibir a ignorância até então contida.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=8crbVK4ZNnU&feature=emb_logo

Hoje, mais do que nunca, entende-se melhor Bertrand Russel: A estupidez se coloca na primeira fila para ser vista; a inteligência se coloca na retaguarda para ver”.

Pelo menos duas dessas mentes pequenas foram guindadas ao posto de presidente de dois dos mais importantes países do mundo; Estados Unidos e Brasil.

E entre os homens que ocupam esses cargos há mais semelhanças que diferenças.

Uma diferença.

Trump, todos já perceberam, é ignorante, tosco, mas não é burro.

Característica essa, a burrice, que é uma das mais marcantes no protótipo brasileiro, aliás, diga-se de passagem, uma cópia absurdamente inferior ao original, que já é o que é.

Semelhanças.

Deve-se reconhecer que Trump, à sua maneira, briga pelo seu país.

Ele põe os Estados Unidos acima de tudo e de todos.

Bolsonaro também.

Juntos pela mesma causa.

Os países da América do Sul já tinham fechado suas fronteiras por conta do coronavírus, menos o Brasil.

Diferentemente dos outros  países, o Brasil realmente não tinha porque se preocupar com uma “fantasia”.

Mas, foi surpreendente quando ficamos sabendo que uma fronteira brasileira já estava fechada; com a Venezuela.

Há quem diga que foi “orientação” da matriz.

Agora, o Brasil resolveu entrar no clube do bom senso e fechou os aeroportos para todos os países, menos para os… Estados Unidos.

Alguém aí ouviu falar de alguma razão especial para isso?

Ou seja, o Brasil “conseguiu” recuperar a sua tradicional subserviência aos Estados Unidos, tão ao gosto de alguns segmentos colonizados da sociedade.

O “você atacou a ciência nos últimos 4 anos, cortou verbas, chamou os cientistas de mentirosos…” é bastante conhecido entre nós, porque o protótipo brasileiro faz o mesmo com a nossa ciência.

Demitido da presidência do INPE por Bolsonaro, o Professor Ricardo Galvão foi considerado um dos dez cientistas mais importantes do mundo em 2019.

Sabe por quem?

Nature.

Homens assim são proibidos de viver no universo de Bolsonaro, onde habitam os seus sábios ministros e os seus superdotados filhos.

E essa é uma semelhança muito forte entre ambos. A inteligência e o conhecimento são sempre as primeiras vítimas dos idiotas.

Assumir o comando de qualquer coisa só faz potencializar a idiotia. Aí, o idiota se transforma num grande idiota.

O que esperar de um que eventualmente assuma o comando de um país?

Como a proporcionalidade é quase que uma lei da Natureza, que dimensões pode assumir a estupidez desse homem nessas condições?

Estados Unidos e Brasil, como Bolsonaro gosta de se gabar (para ele é o máximo, claro), por razões óbvias, não poderiam estar mais afinados.

H. Holden Thorp termina o seu texto com essa frase.

“But do us a favor, Mr. President. If you want something, start treating science and its principles with respect”.

“Mas nos faça um favor Sr. Presidente. Se o senhor deseja alguma coisa, comece por tratar a ciência e seus princípios com respeito”.

Se eu fosse um cientista e tivesse que me dirigir a Bolsonaro, usaria essa frase.

Infelizmente, porém, presidente Bolsonaro, não o faria com qualquer dose de esperança.

O senhor insiste em agredir a todos, pesquisadores ou não, e vai continuar a faze-lo.

O senhor é simplesmente incapaz de ter respeito por qualquer coisa.

Não lhe foi dada nenhuma possibilidade de ser uma pessoa civilizada.

Sequer um ser humano digno o senhor é.

Veja o que o senhor é capaz de fazer.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=15&v=hbIlTr33WN4&feature=emb_logo

Infelizmente, o senhor fez, faz e continuará fazendo coisas desse tipo.

Como também continuará estimulando os seus infelizes e obscuros seguidores a fazer o mesmo.

Seguidores que falam de amor e trazem Deus na ponta da língua, mas só para blasfema-lo.

Como falar de Deus e apoiar e defender sob qualquer circunstância um homem cuja alma guarda tanto desprezo, violência e ódio?

Como falar de Deus e apoiar e defender sob qualquer circunstância um adorador de torturadores de seres humanos?

Como falar de Deus e apoiar e defender sob qualquer circunstância um homem que faz questão de exibir a sua repulsa ao ser humano?

Impressiona a incapacidade dessas pessoas de verem o quanto estão doentes.

Presidente, ontem foi o dia do seu aniversário.

Não lhe desejo nenhum mal, não conseguiria.

Só desejo que algo, alguém, uma luz, uma onda positiva, uma fagulha divina, o que seja, minimamente melhore esse homem ruim e mau que o senhor é.

Há um ser doente, muito doente, dentro do senhor.

Um presidente incapaz que não consegue ver, um país sem rumo

Por Ronaldo Souza

Senhor presidente, mesmo sabendo da sua infinita capacidade de nada entender e saber, o que me ensina a ter dó e um pouco de paciência com pessoas assim, confesso que tentei alcançar o que o senhor teria pretendido dizer com esta frase; “Todos saberíamos que o vírus chegaria”.

Acho, tenho quase certeza, aliás, tenho certeza de que o senhor tentou dizer que “todos sabíamos que o vírus chegaria”.

Essa língua portuguesa, apesar de bela, é muito traiçoeira, não é mesmo presidente?

Tem gente que vive eternamente brigando com ela.

Presidente, se foi isso que o senhor tentou dizer, é verdade que todos sabíamos que o vírus chegaria.

Menos o senhor.

Mesmo sabendo da irresponsabilidade que o senhor demonstra todos os dias, se o senhor sabia que o vírus chegaria como conseguiu atingir esse nível de irresponsabilidade de ter a postura que vem tendo, de negligência, deboche e consequente desprezo pela vida de brasileiros que já estão morrendo e quem sabe quantos mais irão morrer?

Não pergunto que tipo de presidente o senhor é, até porque isso todos sabemos, mas que tipo de homem?

A sua baixeza já é por demais conhecida, mas como poderíamos imaginar que a sua desumanidade, ainda que também bastante conhecida, pudesse atingir níveis absolutamente incompatíveis com qualquer humano que habite a Terra, mesmo os mais primitivos, rudes, violentos e eventualmente “desumanos” dos primórdios da vida, mas que o foram por razões de sobrevivência.

Se o senhor sabia, presidente, como pôde ser tão ignorante e inconsequente ao desprezar as informações que lhe chegavam anunciando a gravidade do problema que agora está aí invadindo e transformando de maneira brutal as nossas vidas?

E tudo isso ocorre, senhor presidente, quando o SUS, respeitado no mundo todo e copiado por alguns países, sofre ataques bárbaros do seu governo.

Quem cuidará da população mais carente?

Claro que sei que o senhor e sua reserva selvagem de adoradores não estão preocupados com essa gente!

Mas o senhor faz ideia do impacto que terá essa parcela da população, que todos sabemos não é pequena, contaminada pelo coronavírus sobre a disseminação, intensificação e prolongamento desse mal que agora nos aflige?

O senhor tem alguma dúvida de que será responsabilizado por isso?

E ao participarem de forma irresponsável das manifestações do dia 15, como fizeram, os seus seguidores também serão.

O senhor consegue imaginar o que acontecerá quando os seus eleitores perceberem o que o senhor fez?

Por falar nisso, tem visto as últimas manifestações (os panelaços, particularmente)?

Alguém poderia imaginar que essas manifestações, ocorridas naqueles mesmos bairros das pessoas de bem, promovidas pelas mesmas pessoas de bem que votaram maciçamente no senhor, ocorreriam de novo, agora contra o senhor?

O seu desespero é grande e perceptível, ao ponto de ir para a televisão pedir que a sua reserva selvagem também faça panelaços a seu favor, atitude definida pela atriz Patricia Pilar como “uma das coisas mais indignas que vi”.

De fato, indigna e ridícula, porque protagonizada por um presidente da república.

Mas que não surpreende.

Senhor presidente, olha o que o senhor conseguiu fazer.

Conclamou a população a fazer manifestações contra os outros dois poderes, Legislativo e Judiciário, negou que fez isso e depois vai e faz outra vez, acintosamente dentro de um ambiente militar, e… nega outra vez. Continua mentindo dizendo que não fez!!!

Só mesmo a sua reserva selvagem para acreditar.

Mas, voltando ao panelaço.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, que não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo e gasta o dia ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas e ignora a Ciência.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência e ofende os pesquisadores.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores e chama uma pandemia de “fantasia”.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia” e desrespeita as orientações de cientistas, médicos e autoridades sanitárias do país.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia”, desrespeita as orientações de cientistas, médicos, autoridades sanitárias do país e estimula a aglomeração de milhares de brasileiros sob enorme risco de transmissão muito maior do vírus causador da pandemia.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia”, desrespeita as orientações de cientistas, médicos, autoridades sanitárias do país e estimula a aglomeração de milhares de brasileiros sob enorme risco de transmissão muito maior do vírus causador da pandemia, brasileiros que o elegeram e que, como o senhor, dotados de grande capacidade intelectual, são agora potenciais vetores de contaminação da população brasileira (há quem não veja nisso não uma possibilidade, mas sim um fato concreto).

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia”, desrespeita as orientações de cientistas, médicos, autoridades sanitárias do país, estimula a aglomeração de milhares de brasileiros sob enorme risco de transmissão muito maior do vírus causador da pandemia, brasileiros que o elegeram e que, como o senhor, dotados de grande capacidade intelectual, são agora potenciais vetores de contaminação da população brasileira (há quem veja nisso não uma possibilidade, mas sim um fato concreto) e com o senhor serão responsabilizados, ainda que não penalizados, pelo que as famílias brasileiras ainda terão que enfrentar.

Resta-nos desejar que as famílias dos seus adoradores não sejam atingidas, até porque os pastores que as protegem estão profetizando a extinção do coronavírus, como fizeram no cercadinho do palácio diante do senhor e seus adoradores.

Presidente, todos sabíamos que o vírus chegaria, mas o senhor, não.

O senhor nada sabe.

Como disse aquele taitiano, de uma nação e povo tidos como desprezíveis por gente como o senhor, aquele ser menor, mas que o conhece muito mais do que os seus ignorantes sábios seguidores, “o senhor não é presidente mais…”.

Na verdade, presidente, o senhor nunca foi.

O senhor é um ser desprezível a quem, de forma desprezível, deram uma faixa de presidente.

Que o senhor desonra todo dia.

O Sorriso de Monalisa

Monalisa

Por Ronaldo Souza

O olhar diz muito de alguém.

Quantas vezes um olhar nos falou de amor, de ódio, de carinho, de fúria…

Mas, e o sorriso!

O sorriso nada diz?

Também quantas vezes o sorriso de alguém nos trouxe uma alegria enorme, uma esperança inquebrantável?

Quantas vezes um sorriso enigmático nos fez refletir mais profundamente!

Há cinco meses fui com a minha família ver uma exposição sobre Leonardo Da Vinci, no Palacete das Artes, aqui em Salvador.

E lá estava ela.

Com o seu sorriso enigmático, quem sabe o mais enigmático do mundo, lá estava Monalisa.

E o seu sorriso.

Ah, como fala o sorriso.

Quem são esses personagens tão fortes da nossa vida?

O que dizem eles?

Quem diz mais, o olhar ou o sorriso?

Há olhares valentes que se enfrentam.

Putin Obama olhares que se enfrentam

Há os que entram em pânico, acovardam-se e fogem.

Bolso e Putin

Há os que se respeitam.

Lula Putin

Há os que se respeitam e fazem festa.

Há os desequilibrados.

Bolsonaro louco'

Sem dúvidas, o olhar diz muito.

Mas e o sorriso, seu adversário nesse duelo de expressões!

Há aqueles sorrisos idiotizados, submissos, sempre acompanhados por um olhar de desdém.

Bolso Trump, o sorriso do abestalhado

Há os que nos definem.

Há aqueles que parecem se abrir em espontaneidade, mas são insegurança e medo que estão ali, ainda que dissimulados.

Muitas vezes não tomamos consciência de que o olhar e o sorriso são a expressão do que somos.

E o que somos se expressa a todo instante, em qualquer momento.

Nessa eterna busca do ser, muitos fogem de si mesmo e se escondem na ignorância e no obscurantismo, demônios que infernizam a vida do homem, luta traduzida de forma magnífica por Shakespeare na angústia de Hamlet:

“Ser ou não ser”!

Alguns jamais serão.

O elogio da impiedade

Por Wilson Gomes, doutor em Filosofia

A piedade, que se define como “a permeabilidade de coração”, que andava escorraçada do Brasil desde que a impiedosa e ímpia extrema-direita chegou ao poder, ousou botar a cabecinha na janela por meio de Drauzio Varella. Para abraçar uma pessoa que nem sabia mais o que era um abraço humano. A piedade não perguntou se a pessoa era boa, virtuosa e merecedora, nem disto deu recibo e certificado. Viu apenas um humano precisando desesperadamente de afeto em situação desumana, cercada por uma sociedade cada vez mais árida e mais afeita ao medo e ao ódio que o acompanha, e foi lá e a abraçou.

Nunca um abraço custou tanto e foi tão exemplarmente punido. Foi só a piedade assomar na soleira, na companhia da humanidade, esta outra sumida, que choveram pedradas e cuspe na cara. O mais sutil que lhe disseram é que quando se enlaça alguém, abraça-se igualmente todos os pecados do abraçado. E que se abraço um pedófilo endosso a sua culpa e “normalizo” a pedofilia. Se abraço uma pessoa trans estou induzindo todas as pessoas a se tornarem trans, pois não rejeitei a monstruosidade que há nessa condição.

A extrema-direita gosta de economizar na piedade para gastá-la em abraços em milicianos, corruptos e prevaricadores, ou em endosso a torturadores e assassinos políticos. Para pedófilos, assassinos comuns e pessoas trans não pode haver piedade, e cada abraço em uma delas é um insulto, a ser punido com linchamento. Além disso, a extrema-direita quer regulamentar a piedade, a própria e a dos outros. Não só quer dissipar a sua piedade com torturadores e ditadores como também quer controlar a direção para a qual se encaminha a piedade alheia, que deve ser magra, seletiva e desumana.

Um circo chamado Brasil

Por Ronaldo Souza

Um ano e três meses de governo.

Governo tão bem simbolizado na imagem acima, que faz qualquer um chorar de vergonha.

Bastaria ela para um ser pensante saber o que é esse governo.

Mas ele vai além, muito além.

Você tem visto reuniões ministeriais para traçar planos para o país?

São vários os exemplos em que o governo nada ou pouco fez para ajudar ao país.

Nos incêndios na floresta amazônica, por exemplo, o presidente do país nada fez que ajudasse de alguma maneira, num momento tão dramático para o Brasil e para o mundo.

Como presidente, o Sr. Bolsonaro foi omisso, mas não esqueceu de ofender a todos a todo instante, como à imprensa mundial e às pessoas, entre elas o presidente Macron, da França, e sua esposa.

Baixíssimo nível, ainda mais em se tratando de um presidente da república.

Por uma infeliz reportagem da Globo, que envolveu um dos médicos mais respeitados do Brasil, o assassinato de uma criança teve grande repercussão.

Por conta dessa matéria o Dr. Drauzio Varella já pediu desculpas, mas foi ofendido pelo presidente da república e pelo seu ministro da educação, que o agrediu gratuitamente ao dizer “desejo que você termine no inferno”.

Registre-se que é de estranhar que a classe médica, tão altiva e onipresente nos últimos tempos, tenha se calado e não tenha prestado solidariedade a um dos seus mais destacados e dignos membros.

Como faz diariamente, o governo cria um ambiente de agressões absurdas e desnecessárias, mas não governa.

O que faz é tão somente manter abertos os canais da injúria e difamação com as pessoas que o apoiam, muitas das quais chafurdam com ele.

A elas alimenta e delas se alimenta, num processo de retroalimentação e perfeita simbiose, como poucas vezes visto.

Mau, cruel e vingativo, um homem doente, com graves distúrbios psicológicos, como consta no relatório de sua expulsão do exército brasileiro, diante dos primeiros momentos do que já é considerado risco de pandemia, brasileiros que estavam fora do país e sob risco de contrair o corona vírus ouviram do próprio presidente que o governo nada poderia fazer porque era “muito caro traze-los para o Brasil…”.

Que tipo de comentário você acha que merece essa postura do presidente do Brasil ao abandonar BRASILEIROS à própria sorte?

Qual seria o custo para trazer alguns brasileiros de volta ao seu país diante de um momento tão delicado e dramático?

Seria comparável aos milhões gastos com deputados e senadores no Congresso para aprovação de reformas, como a da Previdência?

Diante da pressão popular e de parte da imprensa, ele se recolheu à sua insignificância e as coisas simplesmente aconteceram, sem a sua interferência.

Não satisfeito com tudo isso, com a estupidez que é a sua existência e as tolices-bobagens-asneiras que diz no seu dia-a-dia aqui no Brasil, para deleite e orgasmo da manada foi aos Estados Unidos para um encontro com o seu vizinho de baia, Donald Trump.

O que poderia ser dito aqui e aqui teria mais chances de ter menor repercussão, mesmo nesse mundo globalizado, o que faz ele?

Ele, pessoalmente, vai lá, nos Estados Unidos e, do alto do seu conhecimento, como só um profundo conhecedor, um grande cientista, poderiam dizer, ele diz:

O Brasil nunca teve e não merece um presidente desse.