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Ricardo Passos:
Prof. Ronaldo fico feliz em poder encontrar pessoa como vc, falando com clareza sobre a endodontia. Porém, estou preocupado com o seu futuro(endodontia), pois tem aparecido muitos colegas CD indicando exodontias sem nenhum critério, apenas com o propósito de indicar um implante. Precisamos refletir e discutir . A sua opinião é muito importante.

Ricardo, a Odontologia sofrerá as conseqüências por esse momento de tamanha irresponsabilidade, mas, infelizmente, essa não é a primeira vez que coisas como essa ocorrem. O retorno financeiro que a Implantodontia proporcionou fez com que muitos se perdessem. Foi, é e será sempre assim. É desnecessário falar da relação do homem com o dinheiro. Sempre que tenho tido oportunidade tenho me posicionado contra essa situação. O que esses profissionais estão fazendo não prejudica a Endodontia, prejudica a Odontologia e o seu pobre conceito diante da sociedade. Como eles não têm nenhum compromisso com a Odontologia, não estão nem aí.

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Ricardo Passos:
Prof.Ronaldo qual o protocolo para atendimento dos casos de avulsão traumática seguido do reimplante dental, considerando a terapia endodontica? Qual a conduta(tempo) para esse dente reimplantado que necessita do uso ap.ort.fixo.

Ricardo, tratando-se de avulsão/reimplante é recomendável que esse dente não entre em movimentação ortodôntica.

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Lívia:
Quando devemos e podemos obturar um canal?

Lívia, assim que você tiver removido a patologia, obture o canal. Se é uma pulpite, remova a polpa, trate o canal e obture. Se é um caso de necrose, faça controle de infecção (preparo do canal) e obture. A obturação deve ser feita o mais rápido possível.

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Casimiro Passos:
Prof. Ronaldo gostaria da sua opinião sobre dente traumatizado e que necessita de uso de ap. ortodôntico. Paciente de 15 anso de idade sofreu uma queda , tendo uma luxação lateral no el. 11. Apos diagnosticado como necrose pulpar, foi instituído a terapia endodontica com uso de hidroxido de cálcio por um periodo de 06 meses(prevenir uma reabsorçaõ)foi realizado a obturação do conduto. Quando devo liberar para a colocação de ap. ortodontico fixo ?

Casimiro, diante do tratamento instituído não vejo porque não liberar o paciente para o tratamento ortodôntico. Ele já pode ser feito.

Os ratos não resistem às grandes alturas

Acredito firmemente que tudo na vida, ou pelo menos quase tudo, depende de como as coisas são feitas. O modo de fazer muda tudo. Como você age ou reage em determinadas situações, como você diz as coisas, como você se dirige às pessoas, e por aí vai.

Podemos ser simpáticos ou não, arrogantes ou simples, tristes ou alegres, a opção é nossa. Talvez seja pouco provável que exista um determinismo absoluto, pode não ser exatamente assim, afinal estamos todos sujeitos às surpresas da vida. Deixar escapar uma oportunidade profissional que pode mudar a sua vida, perder um ente querido, normalmente algo terrível, uma doença, nos tiram do rumo. Também se enquadram aí aquelas situações da vida em que a subjetividade humana entra em cena. É quando o inconsciente se manifesta. São também momentos delicados, nem sempre tão bem digeridos pelos homens.

Não são todas essas porém, ainda bem, coisas que acontecem frequentemente. Estou falando dos atos comuns, do dia-a-dia.

Em uma das minhas recentes viagens, já antes da decolagem ele se manifestou. Esse ele é o comandante do avião, lamento não lembrar o nome dele. Posso dizer que é da TAM. Aquilo que os comandantes dizem em todos os vôos – tripulação, portas em automático – já foi dito de forma diferente e achei estranho, mas engraçado. Imaginei, ele deve estar de alto astral e foi algo que “escapou”, um momento específico. Não foi.

Em vários outros momentos ele se manifestou novamente, de forma sempre bem humorada. Sabe aquelas mensagens que ouvimos nos aviões, altitude, tempo de vôo, temperatura, sempre ditas em português e inglês? Eram ditas em cinco línguas, isso mesmo, cinco línguas: português, inglês, francês, alemão e espanhol, sempre de forma alegre, mas evidentemente que era na nossa língua, pelo maior domínio, que ele se estendia mais, inclusive nas brincadeiras. Nunca tinha voado daquela maneira. Aquele comandante fez a opção dele. Ele fez a diferença. Mas houve um momento especial, e não foi de brincadeira. Ele contou uma pequena história.

Nos primórdios da aviação, um piloto estava voando com o seu avião, naturalmente rudimentar, e ouviu um barulho atrás dele. Olhou para trás e viu um rato roendo a lona do avião e ficou preocupado porque viu ali o grande risco de um acidente com a queda do avião. O que fazer? Não podia deixar o controle da aeronave para cuidar do ratinho, seria morte certa. Lembrou então.

O avião, lógico, não tinha cabine pressurizada. Subiu com o avião, alto, mais alto, mais alto ainda, e em pouco tempo não ouviu mais o barulhinho do rato roendo o avião. Em grandes altitudes a concentração de oxigênio diminui, eleva-se o ritmo cardíaco, pode levar à morte. O ratinho não resistiu, tinha morrido.

Moral da história. Quando os ratos quiserem lhe derrubar, voe alto, bem alto, mais alto, o mais alto que você puder. Os ratos não resistem às grandes alturas.

Voe alto. O mais alto que você puder.

Incompatibilidades?

Quantos culturistas intelectuais você conhece? É possível que existam? Talvez sim, mas não parece muito provável. Sem preconceito. O culturismo exige horas de atividades dedicadas ao corpo. O conhecimento exige horas de atividades dedicadas à leitura, ao estudo, ao intelecto. Não é fácil conciliar.

Esse tipo de incompatibilidade parece existir em vários momentos e situações da vida. Será que poderíamos determinar a quantidade de horas que um professor precisa para estudar, incluindo aí tempo para pesquisa e publicações, para ser, de fato, um bom professor? Será que isso é compatível com ganhar muito dinheiro? Diz-se brincando(?) que quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro. E quem estuda?

Ser professor não é fácil, é desgastante. A depender do compromisso de cada um, em determinados momentos chega a ser frustrante. Às vezes imaginamos que esses momentos de frustração só ocorrem na graduação, pela imaturidade dos alunos, compreensível pela idade. Ledo engano.

Uma vez estava dando aula em um curso de especialização e, tentando trazer mais conhecimento e reflexão para aquele momento da aula, caprichei nas explicações, analogias, etc. Uma sala pequena, doze alunos, curso de especialização, momento propício para um crescimento científico, um aluno à minha direita, levanta o braço e, cheio de esperanças, ouço: “Professor, resumindo, como é que o senhor faz a técnica”? Pedi a morte.

Jornada de Prótese, eu, como sempre, sempre que posso, assistindo. Começa um curso, o professor, apesar de posudo, faz uma bela introdução, evocando Leonardo da Vinci e, através dele, falando de noções de estética, da sua importância, muito legal. Vira uma colega do meu lado e, do alto da sua sensibilidade e dos trezentos anos de formada, diz: “Esse cara vai ficar enrolando, não vai falar de prótese”? Quem mandou o professor querer trazer algo mais, quem mandou ele falar de Prótese e não de prótese?

Curso do Prof. De Deus. Introdução também fazendo algumas considerações, tentando trazer algo mais, vira um professor, isso mesmo, um professor, e pergunta em voz baixa aos que estavam por perto: “Que horas vai começar o curso”?

Não é fácil. As tentativas de aumentar os horizontes da Odontologia nem sempre são bem-vindas.

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Tais Rocha (Goiânia):
Olá professor Ronaldo,estou lhe enviando esse e-mail pois preciso de sua opinião em um caso clínico.
Bom, o paciente (45 anos de idade) foi encaminhado ao consultório e relatou o seguinte caso: 10 anos atras o paciente fez uma cirurgia para tentar extrair um dente supranumerário. O cirurgião dentista não conseguiu extrair o dente porém, nessa tentativa, perfurou com broca  o terço apical da raiz do dente vizinho  (dente 33). O caso foi acompanhado durante todos esses anos e não havia lesão no local. Porém no último rx tirado, notou-se presença de lesão lateral.
Fiz o teste de vitalidade pulpar e este foi negativo, paciente nunca sentiu dor neste dente.
Colocarei em anexo as fotos do último rx tirado, não sei se está bem visível a lesão.
Professor qual a sua opinião em relação a tratamento deste caso.
Agradeço desde já .
Atenciosamente
Tais Rocha

R. A minha opinião é que você deve tratar o canal desse dente. Faça o preparo normalmente, medicação intracanal com hidróxido de cálcio e obture. Faça pelo menos duas vezes a medicação e, principalmente na última, procure condensar bem o hidróxido de cálcio porque ao remove-lo seria bom que ficasse parte dele um pouco “dentro” do local da perfuração para funcionar como um tampão na hora da obturação.

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Francine Zuanetti:
Prof. Ronaldo, eu gostaria de uma orietação sobre qual conduta devo adotar no tratamento endodôntico de um paciente com 10 anos que sofreu fratura completa de coroa do dente 22 e no RX, ainda apresenta o ápice aberto. O dente está desvitalizado, porém sem infecção ou sintomatologia dolorosa.
Agradeço antecipadamente.

R. Francine, o canal deve ser tratado. Deve ser feita uma terapia com hidróxido de cálcio (apicificação) para fechamento do ápice e então obturar o canal.

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Casimiro Passos:
paciente fez uso de ap. ortodontico durante 03 anos. Há 03 meses foi diagnosticado uma reabsorção radicular apical(extensa – até o terço médio) e mais ainda o canal apresenta-se com diminuição da luz , já com evidência de calcificação total na camara pulpar (el 21). Tentaria encontrar o conduto para realização da endo ou proservar ?

R. Acho que o canal deve ser tratado, mas, em função da calcificação da câmara pulpar, o profissional deve conversar com o paciente e explicar os riscos que oferecem esse tratamento.